O que este conteúdo fez por você?
- O semestre positivo na Bolsa de valores também beneficiou a distribuição de dividendos a investidores brasileiros
- Um levantamento feito pelo Trademap mostra que 13 papéis da B3 conseguiram entregar um dividend yield acima do CDI acumulado no semestre
- Grendene (GRND3) e Petrobras (PETR4 e PETR3) são destaque; veja a lista
O primeiro semestre de 2023 foi positivo na Bolsa de valores brasileira. Depois de um trimestre ruim, o 4º pior desde 1995, o Ibovespa conseguiu virar o jogo nos meses de abril, maio e junho para entregar uma alta semestral acumulada de 7,61%. O desempenho se deve especialmente à melhora dos indicadores de inflação e das incertezas fiscais, que permitiram que o mercado começasse a precificar o início do ciclo de cortes na taxa de juros já para agosto.
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O cenário positivo também beneficiou o pagamento de dividendos no período. Um levantamento feito por Einar Rivero, head comercial do Trademap, mostra que 13 papéis da B3 conseguiram entregar um dividend yield (rendimento do dividendo) acima do CDI acumulado no semestre, de 6,41%.
Na liderança como a maior pagadora de proventos, a Grendene (GRND3) teve um yield de 21,73% nos primeiros 6 meses de 2023. Os papéis da estatal Petrobras (PETR4 e PETR3) também conseguiram manter a boa fama quando o assunto é dividendos, com yields de 19,40% e 16,95%, respectivamente.
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Veja quais foram as ações com maior dividend yield do semestre:
Yield alto exige atenção
O dividend yield de dois dígitos não significa necessariamente que o papel remunera bem os investidores ou que é uma boa opção de investimento para o 2º semestre do ano.
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No geral, o cálculo do indicador é feito a partir da divisão do valor dos dividendos anuais de uma companhia pelo preço atual da ação. Isso significa que se a cotação cair demais, o yield pode subir sem que a empresa esteja pagando grandes proventos aos acionistas – como é o caso da Grendene.
“O papel da Grendene está na bacia das almas, então é natural que o dividend yield esteja elevado”, explica Renato Chanes, analista da Ágora Investimentos. “Não acho que seja uma métrica saudável para o setor de varejo, que tem margens bastante estreitas e não é famoso por pagar dividendos.”
Por outro lado, outros papéis que estão com dividend yield elevado podem continuar sendo destaque na remuneração do investidor. É o caso da Petrobras, que especialmente no último ano se destacou como uma das maiores pagadoras de dividendos do mundo, e deve seguir distribuindo proventos no segundo semestre de 2023.
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“Embora o preço do petróleo tenha voltado a cair, durante esse primeiro semestre ainda esteve em patamares fortes. Por a empresa ter se tornado bem gerida nos últimos anos, ela continua sendo um dos destaques no pagamento de dividendos”, diz Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Essa também é a visão na Ágora Investimentos, que destaca ainda um contraponto: a possibilidade de uma mudança na política de dividendos da estatal. Desde as eleições no ano passado, muito se especula no mercado se o yield de dois dígitos de PETR4 e PETR3 estaria no fim – com diversas declarações do governo eleito de que esse ponto seria alterado na atual gestão. A expectativa é que esse plano seja tirado do papel, mas que, ainda assim, a Petrobras siga pagando uma porcentagem elevada aos investidores.
“Isso não significa que o papel vai perder atratividade do ponto de vista de dividendos, porque ainda que a política seja alterada há espaço para que a companhia continue remunerando bem seu acionista. Mas só vamos ter clareza sobre isso com a publicação da nova política”, afirma Ricardo França, analista da Ágora.