Nos últimos 12 meses (agosto de 2021 a agosto de 2022), a ação que pagou mais proventos aos investidores foi a Bradespar (BRAP4), com um Dividend Yield (DY) de 41,47%. O DY, ou Rendimento do Dividendo, em português, mede o retorno da ação de uma ação só em relação aos dividendos distribuídos. Quanto mais alto o DY, maior o montante que os investidores receberam em dividendos.
Junto com a Bradespar, pelo menos mais nove ações ofereceram uma remuneração acima da renda fixa, atrelada à Selic, que hoje está em 13,75% ao ano. É o caso de Petrobras (PETR4), Braskem (BRKM5) e Usiminas (USIM5) que tiveram Dividends Yields de 36,39%, 24,87% e 21,03%. Os dados foram levantados pela Inv com base em informações da Bloomberg.
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Empresa
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Ação
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DY
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Bradespar
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BRAP4
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41,47%
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Petrobras
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PETR4
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36,39%
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Braskem
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BRKM5
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24,87%
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Usiminas
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USIM5
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21,03%
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Gerdau
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GOUAU4
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20,11%
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Vale
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VALE3
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17,10%
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Copel
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CPLE11
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16,29%
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Unipar
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UNIP6
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16,28%
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CPFL Energia
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CPFE3
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16,12%
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CSN Mineração
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CMIN3
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14,18%
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Fonte: Inv/Bloomberg
Contudo, não pagar dividendos acima da Selic não significa necessariamente que a empresa não é uma boa pagadora de proventos – principalmente quando a taxa básica está no maior patamar desde 2017.
De acordo com João Abdouni, analista de investimentos da Inv, existe uma métrica no mercado de que se a companhia apresentar um retorno de 6% de retorno em dividendos, que é o esperado para os juros de longo prazo no Brasil, já pode ser considerada uma boa pagadora de dividendos.
Além disso, na seleção aparecem muitas empresas ligadas a commodities e que, portanto, são muito cíclicas. A própria Bradespar, que tem participação relevante na Vale, assim como Petrobras, Braskem e Usiminas estão nesta categoria.
“São produtos ligados a commodities, como petróleo, minério de ferro e etc, é difícil afirmar se irão continuar pagando dividendos a longo prazo”, afirma Abdouni. Para o especialista da Inv, das que constam na lista, as companhias de energia como Copel (CPLE11) e CPFL Energia (CPFE3) sejam as que possam manter esse bom nível de DY no longo prazo.
Fora do ranking, o setor de utilidade pública e bancos tradicionais são apontados por Abdouni como promissores quando o assunto é dividendos. “Neste sentido, podemos colocar Vivo (VIVT3), Engie (EGIE3) e Santander (SANB11) como exemplos”, diz o analista da Inv.