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- O principal índice de ações da B3 terminou junho em baixa de 11,5%, aos 98.541,95 mil pontos, na esteira do aumento da aversão a risco
- Para julho, as corretoras e bancos se moveram em busca de ativos defensivos e resilientes contra a pressão inflacionária
- Os papéis da mineradora Vale (VALE3) foram novamente a principal recomendação das casas, completando seis meses no topo da lista de indicações
(Jenne Andrade e Wesley Sousa) O mês de junho foi de sangria para o Ibovespa. O principal índice de ações da B3 terminou o período em baixa de 11,5%, aos 98.541,95 mil pontos, na esteira do aumento da aversão ao risco. As preocupações com a alta da inflação no mundo, assim como juros mais altos e menor crescimento da economia global, estão por trás da baixa performance.
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Para julho, as corretoras e bancos se moveram em busca de ativos defensivos e resilientes contra a pressão inflacionária. Os papéis da mineradora Vale (VALE3) foram novamente a principal recomendação das casas, completando seis meses no topo da lista de indicações.
As ações da companhia aparecem em 10 das 12 carteiras recomendadas consultadas pelo E-Investidor. Para a Ágora Investimentos, corretora que tem VALE3 entre as principais recomendações, a pressão sobre os papéis nos últimos meses foi exagerada e abriu oportunidades. O ativo está no zero a zero no acumulado de 2022, aos R$ 75,07. Já em 12 meses (junho de 2021 a junho de 2022) a ação cede 22,7%. Somente no mês passado, a queda foi de 11,51%.
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A corretora espera que os preços do minério de ferro continuem acima da média em 2022, em cerca de US$ 140 por tonelada, o que devem sustentar uma geração de caixa de US$ 16 bilhões este ano e US$ 12 bilhões em 2023. Os montantes devem se traduzir em uma remuneração em dividendos e recompras de ações de mais de 20%.
“Os preços de minério de ferro permaneceram resilientes no primeiro semestre do ano, ainda refletindo a menor oferta, a diminuição dos estoques da commodity e a sólida produção de aço chinesa”, afirma o time de research da Ágora, em relatório.
A grande novidade são os papéis da Weg (WEGE3), que apresentam queda de 18,9% no ano, mas estão presentes em oito portfólios indicados para julho. O BTG Pactual recomendou a compra das ações da fabricante de equipamentos elétricos pela primeira vez no mês passado, com um potencial de alta superior a 60%.
O caráter defensivo dos papéis motivou a escolha. A visão sobre o ativo é compartilhada pela Terra Investimentos, que colocou WEGE3 entre as novas recomendações para julho.
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“A entrada das ações na carteira reflete a expectativa da recuperação industrial brasileira, com a desvalorização recente do dólar frente ao real. No cenário internacional, a empresa parece bem posicionada para tirar proveito da aceleração do recém-anunciado plano de transição energética da União Europeia (UE), que pretende diminuir sua dependência do petróleo e do gás importados pela Rússia”, diz a Terra, em relatório.
Completam o ranking os papéis da Suzano (SUZB3), com presença em seis carteiras recomendadas e desvalorização de 13,7% no ano. Assim como a Vale, os ativos da empresa de papel e celulose não são novidades na lista.
“A cotação da Suzano está perto das mínimas de 52 semanas. Aliando boas perspectivas de crescimento, estratégia de longo prazo, com perenidade do fluxo de caixa e geração de valor ao acionista e múltiplos atraentes, as ações continuam em nossa carteira recomendada”, afirma a Elite Investimentos, em relatório.
PetroRio (PRIO3) foi a quarta empresa mais indicada aos investidores, com cinco recomendações. Veja as carteiras recomendadas para julho:
Ágora Investimentos
Entre todas as carteiras da Ágora Investimentos, a Top10 é a que oferece a maior diversificação, com 10 ativos de diferentes setores. Em julho, a corretora fez apenas uma troca no portfólio: os papéis do Iguatemi (IGTI11) foram retirados e, no lugar, entraram as ações ordinárias do Assai (ASAI3). A motivação para a mudança foi a maior proteção contra a inflação oferecida pelas ações do atacarejo.
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“Assaí é nosso nome preferido entre os Varejistas de Alimentos em nossa cobertura e também incluímos a ação como uma de nossas Top Picks, dada a atraente valorização, crescimento e impulso de curto prazo”, diz a Ágora Investimentos.
Para cada ativo, o peso indicado é de 10%. Entre as recomendações, os papéis da Petrobras (PETR4) são os que apresentam o maior Yield (percentual pago em dividendos) estimado, de 29,8%, na esteira do aumento dos preços do petróleo.
BTG Pactual
Para o BTG Pactual, após a queda de 11,5% do Ibovespa no mês passado, o índice chegou a um "ótimo" ponto de entrada. De acordo com o banco, o prêmio para manter as ações é o mais alto em 12 anos.
“As ações locais (Petro & Vale) estão sendo negociadas a 8,4x P/L (relação entre preço e lucro) projetado de 12 meses, ou 6,9x com Petro&Vale”, analisa o BTG, em relatório. Em julho, foram adicionadas à carteira recomenda 10SIM as ações de estatais como Petrobras e Sabesp, além de WEG, Localiza, Lojas Renner e Sabesp.
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“Adicionamos algumas empresas estatais que são (e continuarão) afetadas pelo atual ambiente político, mas que são muito baratas para serem ignoradas”, explica a instituição financeira. Por outro lado, saíram da seleção as ações do Itaú, Arezzo, Multiplan, Raízen e Locaweb.
CM Capital
No mês passado, a carteira da CM Capital, montada pela Wisir Research, trazia cinco ativos. Já na nova carteira recomendada esse número foi ampliado para oito ativos e todas as ações foram trocadas, com exceção da Bradespar (BRAP4), que continua no portfólio.
Os pesos também são distintos: Vale (VALE3), Santander (SANB11), São Martinho (SMTO3) e SLC Agrícola (SLCE3) devem ter participação de 15% cada, enquanto Weg (WEGE3), Copel (CPLE6), PetroRio (PRIO3) e Bradespar (BRAP4) tem participação indicada de 10% cada.
A CM Capital não indicou potenciais de alta ou yields (rendimentos).
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Elite Investimentos
Em relação a junho, a carteira recomendada da Elite Investimentos não teve nenhuma alteração. O portfólio é composto por dez ativos, cada um com peso indicado de 10%. Entre as ações, a Marfrig (MRFG3) possui o maior potencial de alta, de 110,67%.
Para essa valorização estimada, a casa considerou um preço-alvo de R$ 27,37, conforme mediana das expectativas de mercado, e a cotação do dia 27 de junho, de R$ 12,99. Na visão da Elite, com a queda de 40% em 2022, a MRFG3 se tornou a ação mais descontada do setor de proteínas.
“As preocupações com a atividade chinesa e os riscos de uma queda na demanda de proteína bovina nos EUA devido a perspectiva de recessão no país e as especulações sobre novos investimentos na BRF e aumento da dívida da companhia continuam afetando negativamente as cotações das ações da empresa”, diz a corretora, em relatório.
Genial Investimentos
A carteira da Genial teve seis trocas para julho. Os papéis retirados foram: Equatorial (EQTL3), JHSF (JHSF3), Multilaser (MLAS3), Petro Rio (PRIO3), Santander (SANB11) e Transmissão Paulista (TRPL4).
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As ações que entraram no portfólio foram Minerva (BEEF3), Braskem (BRKM5), Eztec (EZTC3), Lojas Renner (LREN3), Suzano (SUZB3) e Taesa (TAEE11). No mês passado, a carteira registrou queda de 12,51%, contra uma baixa de 12,06% do Ibovespa. No acumulado do ano, a desvalorização foi de 6,97%, enquanto o benchmark cai 6,59%.
Guide Investimentos
Em julho, a Guide retirou da sua carteira recomendada as ações de Banco do Brasil (BBAS3), Energias do Brasil (ENBR3), Gerdau (GGBR4), Marfrig (MRFG3), Movida (MOVI3) e Yduqs (YDUQ3). No lugar destes, entraram os papéis do BTG Pactual (BPAC11), Assaí (ASAI3), Vale (VALE3), Minerva (BEEF3), Weg (WEGE3) e Totvs (TOTS3).
Foram mantidas no portfólio as ações de Multiplan (MULT3), Petrobras (PETR4), SLC Agrícola (SLCE3) e Tim (TIMS3).
Modalmais
A carteira recomendada da Modalmais trouxe quatro alterações. Saíram JBS (JBSS3), Cosan (CSAN3), PetroRio (PRIO3) e Banco do Brasil (BBAS3) e entraram BB Seguridade (BBSE3), Suzano (SUZB3), Weg (WEGE3) e Vale (VALE3). O papel da Klabin (KLBN11) foi o único ativo mantido no portfólio.
Nova Futura Investimentos
Para o mês de julho, a Nova Futura recomenda quatro novas ações, de diferente do mês anterior. Entraram: Ambev (ABEV3), Suzano (SUZB3), Vibra Energia (VBBR3) e Telefônica Brasil (VIVT3), mantendo Assaí (ASAI3), Bradesco (BBDC4), B3 (B3SA3), CCR (CCRO3), PetroRio (PRIO3). Os papéis Braskem, Cemig, JHSF e SLC saíram. Desde o início de 2022, a rentabilidade acumulada da carteira mensal recomendada da Nova Futura Investimentos é de -14,87%.
Órama Investimentos
Analistas da Órama Investimentos destacam a forte queda da bolsa em junho. A performance da carteira mensal ficou negativa em 14,4%. Os piores desempenhos foram as ações ligadas a consumo e varejo, CVC (CVCB3) e Via (VIIA3), mas ambas seguem entre as recomendações para julho. Por outro lado, a BRF (BRFS3) registrou o melhor desempenho.
Para julho, os analistas recomendam as ações da Aliansce Sonae (ALSO3), ressaltando que setor de shoppings tem apresentado melhores números, mas os preços das ações ainda caminham devagar. A união com a BRMalls (BMRL3) é uma oportunidade destacada para melhora na lucratividade. Em contraponto, a Petz (PETZ3) foi retirada da carteira de ações.
Terra Investimentos
As grandes novidades na carteira recomendada da Terra Investimentos para julho são as units (pacote com papéis preferenciais e ordinários) da Klabin (KLBN11) e as ações preferenciais do Bradesco (BBDC4).
A corretora vê os ativos da empresa de papel e celulose como descontados e defensivos para o cenário econômico de juros e inflação altos. O banco privado, por sua vez, estaria com múltiplos mais atrativos em relação aos pares.
Para a entrada de KLBN11 e BBDC4 na carteira, foram retiradas as ações da Americanas (AMER3) e do Banco do Brasil (BBSA3). As oito ações restantes foram mantidas na seleção, sem mudança em relação a junho.
Toro Investimentos
O analista Lucas Serra, da Toro Investimentos, destaca que o Ibovespa encerrou junho com a segunda maior queda no ano de 2022. Os destaques ficaram com as ações preferenciais e ordinárias da Eletrobras, que registraram alta de 10% e 8%, respectivamente.
Para julho, a Toro segue com uma postura mais conservadora, ressaltando que estamos a cerca de três meses do primeiro turno das eleições presidenciais e a expectativa é de que o mercado comece precificar o risco. O foco da carteira da Toro é em empresas consolidadas e certa exposição internacional, prezando pela diversificação dos ativos.
Apenas Vale (VALE3), BRF (BRFS3) e Energias do Brasil S.A. (ENBR3) foram mantidas nas recomendações para julho, e sete novas aparecem – saíram B3, Suzano, Raízen, BTG Pactual, Gerdau, SLC Agrícola e Moda SOMA S.A., para o ingresso de Itaú (ITUB4), M. Dias Branco (MDIA3), Telefônica Brasil S.A. (VIVT3), Eneva (ENEV3), Petrobras (PET4), Ambev (ABEV3) e Weg (WEGE3).
Warren Investimentos
Em julho, a Warren Investimentos separou 13 ações recomendadas, sendo a Suzano (SUZB3) como grande novidade entre as indicações. Entre as principais que seguem no portfólio estão Vale (VALE3), JBS (JBSS3), WEG (WEGE3), Petrobras (PETR4) e PetroRio (PRIO3).
Não houve nenhuma troca entre as 12 ações sugeridas para o mês passado.