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- Empresas dos setores frigorífico, elétrico e de telecomunicação estão entre as maiores altas entre 7 de junho e 11 de novembro
- Cerca de 85% dos papéis do Ibovespa figuram no negativo, o que gera preocupações para o futuro da renda variável nacional em 2022
- O panorama macroeconômico e os indicadores (juros, câmbio, inflação) foram essenciais para definir o tipo de papel que integra o limitado conjunto de ganhos na contramão do Ibovespa
No dia 7 de junho deste ano, o Ibovespa chegou aos 130.776,27 pontos, máxima histórica já alcançada pelo principal índice de ações da Bolsa de Valores brasileira. Desde então, o indicador segue em queda, alcançando 107.594,00 pontos.
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Ao todo, houve uma desvalorização de 17,7% no período. Já no acumulado do ano, a queda é de 10,6%. Enquanto a maior parte das ações segue em baixa assim como o índice, 13 delas conseguiram crescer desde a data do pico até o pregão da última quinta-feira (11).
Empresas dos setores frigorífico, elétrico e de telecomunicação estão entre as maiores altas entre 7 de junho e 11 de novembro, último dado disponível de acordo com levantamento feito pelo C6 com exclusividade para o E-Investidor.
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Por outro lado, cerca de 85% dos papéis do Ibovespa figuram no negativo, o que gera preocupações para o futuro da renda variável nacional em 2022.
O panorama macroeconômico e os indicadores (juros, câmbio, inflação) foram essenciais para definir o tipo de papel que integra o limitado conjunto de ganhos na contramão do Ibovespa, segundo Adriano Yamamoto, analista da corretora institucional do C6 Bank.
Ao observar a lista, é possível identificar o agrupamento de pares do mesmo segmento, seja nos ganhos ou nas perdas. Em relação a setores que possam se destacar em 2022, Yamamoto aponta que a grande questão para o próximo ano é se realmente vale a pena entrar no mercado de ações enquanto a renda fixa for mais atrativa.
Segundo o Boletim Focus, a Selic deve encerrar o ano a 9,25% e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 9,33%. Os dois indicadores, que medem taxa de juros e inflação, são os principais referenciais para os retornos na renda fixa. Apesar disso, é essencial reconhecer as variáveis que interferem em cada grupo nas ações do Ibovespa.
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As cinco ações que mais cresceram desde o pico do Ibovespa são Marfrig (MRFG3), JBS (JBSS3), Embraer (EMBR3), PetroRio (PRIO3) e EDP Brasil (ENBR3).
As variações são, respectivamente, 52,17%, 32,55%, 31,52%, 30,3%, 10,76%
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De acordo com Yamamoto, setores com mais exposição a mercados estrangeiros, como é o caso das companhias atuantes na indústria de proteína animal, foram alavancados pela alta do dólar, que subiu cerca de 9,8% no período de junho até novembro. Marfrig (MRFG3), JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3), cresceram 52,17%, 32,55% e 0,42%, respectivamente, de junho a novembro.
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Ricardo França, analista da Ágora Investimentos, ressalta que além da valorização cambial, os resultados trimestrais das companhias estão agradando o mercado. “Elas vêm mostrando resultados saudáveis, especialmente com a exportação de bovinos para os Estados Unidos. Além disso, as expectativas continuam favoráveis”, aponta.
A Weg (WEGE3) é outra empresa beneficiada pelo câmbio. Focada em equipamentos eletroeletrônicos, a companhia tem atuação em 12 países. Nos últimos cinco meses, a companhia chegou a crescer 7,54%.
Outro grupo de empresas são as chamadas defensivas. Ou seja: papéis considerados mais resilientes em situações de instabilidade, como os setores elétrico e as companhias de telecomunicações. Estas, de acordo com o especialista da Ágora, estavam bastante descontadas. Segundo ele, apesar de o desempenho ter apresentado sinais de deterioração, são historicamente resistentes na Bolsa.
Enquanto diferentes setores surfaram com a alta do Ibovespa até junho, esse segmento teve mais dificuldade. Mas a situação mudou nos últimos meses, especialmente pela influência do recente leilão do 5G, que selecionou operadoras de serviços de conectividade autorizadas a utilizar a quinta geração da telefonia móvel. “O leilão foi muito bem sucedido, tanto para as grandes empresas como para o setor como um todo”, destaca o analista da Ágora.
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Com alta de 73,59% no petróleo WTI e 63,8% no Brent, empresas do setor de óleo como PetroRio (PRIO3) e Petrobras (PETR3 e PETR4) também figuram entre as ações que seguiram a contramão do Ibov.
Em análise, Bruce Barbosa, sócio-fundador da Nord Research, explica que a compra de campos de exploração da Petrobras com preços justos e operações de custos menores gera um potencial significativo para o crescimento da produção da empresa. “A PetroRio tem interesse em outros campos de grandes petroleiras globais. Além disso, a valorização do dólar e o do petróleo ajudam, mas a grande questão em torno da companhia é o crescimento do volume de produção com todas as aquisições que ela vem fazendo”, explica.
Com investimentos em tecnologia e inovação, além da retomada de demanda, a Embraer (EMBR3) alcança uma valorização anual de 174,43%. Para os analistas ouvidos, a performance é resultado de contratos fechados para a venda de jatos inovadores, incluindo um modelo de ‘carro voador‘, os chamados eVTOL.
Maiores perdas
Por outro lado, se o Ibov chega a cair quase 20%, algumas ações despencaram mais de 50,68%. Em bloco, é possível observar a queda em peso das empresas do setor de varejo, especialmente daquelas com força no digital que foram beneficiadas pelas compras on-line durante a fase mais crítica da pandemia.
“Algumas empresas chegaram a crescer duas a cinco vezes mais do que o que cresce normalmente no ano, valorizando os preços dos papéis no período. Além de estabilizar o preço com o retorno das compras presenciais, o setor é diretamente impactado pelo crescimento dos juros”, aponta Yamamoto, do C6.
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França, da Ágora, reitera que a alta da inflação, que já chega a 10,67% no acumulado dos últimos 12 meses, aumenta os preços dos produtos e afeta as compras. “Empresas de varejo eletrônico tiveram resultados mais esticados ao longo do ano passado e início deste ano. Para o fim de 2021, vemos a Selic [taxa básica de juros] em uma faixa diferente do que o mercado projetava, afetando os setores mais sensíveis como varejo e imóveis”, aponta.
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