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Após setembro positivo, varejistas devem manter altas em outubro?

Especialistas comentam o que esperar das ações de empresas do setor durante o mês

Após setembro positivo, varejistas devem manter altas em outubro?
Fachada da Americanas. Foto: Renata Mello
  • Os papéis de Americanas (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) conseguiram fechar o mês de setembro no positivo
  • Especialistas comentam se as varejistas manterão bom desempenho no mês de outubro
  • Para Sidney Lima, analista da Top Gain, deve haver continuidade e melhora dos resultados apresentados no mês passado, especialmente por uma política econômica fiscal menos agressiva em relação à taxa de juros

A inflação, os juros elevados e menor poder de compra dos brasileiros impactaram negativamente as ações de grandes varejistas ao longo do ano, mas elas se recuperaram em setembro. Os papéis de Americanas (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) conseguiram fechar o mês no positivo, com valorizações de 3,5%, 4,9% e 0,6%, respectivamente.

No último pregão de setembro, Magalu e Via ficaram entre as três ações que mais subiram no dia, impactadas pela queda no desemprego e um possível retorno de Henrique Meirelles ao Ministério da Fazenda caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições para presidente.

O E-Investidor consultou alguns especialistas para entender as perspectivas das varejistas em outubro. Para Sidney Lima, analista da Top Gain, deve haver continuidade e melhora dos resultados apresentados no mês passado, especialmente por uma política econômica fiscal menos agressiva em relação à taxa de juros, que no mês passado se manteve em 13,75% ao ano, interrompendo o ciclo de altas.

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“Outro ponto interessante são os incentivos e auxílios dados [pelo governo], que fazem com que circule mais dinheiro na economia, consequentemente beneficiando a geração de receita dessas empresas”, diz Lima.

O analista pontua que o resultado das eleições pode afetar diretamente essas grandes varejistas. “Fica a incógnita se teremos uma manutenção da vertente atual de política monetária ou se o outro candidato (Lula), caso eleito, vai liberar mais auxílios, beneficiando consideravelmente todo o setor.”

Flávio Conde, analista da Levante Investimentos, projeta que as ações das três empresas serão impactadas positivamente caso haja vitória de Lula por conta desse possível aumento no poder de compra de pessoas de baixa renda, beneficiadas por programas sociais. Caso Jair Bolsonaro vença, a projeção dele é de neutralidade dos ativos.

O primeiro turno terminou com a margem entre os candidatos menor do que a prevista pelas pesquisas eleitorais. “Isso deve gerar muita volatilidade para o mês que separa o primeiro e segundo turno, como aconteceu nas eleições acirradas de 2014”, dizem Régis Chinchila e Luis Novaes, da equipe de análise da Terra Investimentos. “As empresas do varejo devem seguir essa volatilidade pois são ativos domésticos, recebendo pouco ou nenhuma influência do exterior.”

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Para eles, Lula precisará expor mais sua agenda econômica durante a campanha de segundo turno, o que dará aos investidores uma visão melhor do que poderá vir nos próximos anos. “A expectativa é que quanto mais indicações para uma política mais moderada, de inflação dentro do controle, juros baixos e gastos razoáveis, as ações do setor varejista devem se valorizar.”

Vitor Miziara, sócio da Criteria Investimentos, explica que os juros e a inflação já foram precificados pelo mercado nas ações das varejistas. “A maioria das casas começa a revisar os papéis para compra olhando o ano de 2023, acreditando que vai ser um ano de queda de juros e com uma inflação mais baixa. Como esses papéis já caíram em torno de 30% no ano, a maioria das recomendações é com base numa possível recuperação.”

Ele explica que as grandes varejistas, como Americanas e Via, consomem maior capital e têm dívidas e prejuízos, então os resultados financeiros dessas empresas podem pressionar os papéis. No entanto, eventos do final do ano aumentam as expectativas, como a Copa do Mundo (em que muitas pessoas compram novas TVs), Black Friday e Natal.

O especialista tem recomendação neutra em relação aos papéis das três empresas com os seguintes preços-alvo:

Empresa Ação Preço-alvo
Americanas AMER3 R$ 21,00
Via VIIA3 R$ 3,00
Magalu MGLU3 R$ 4,50

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