- As ações da Magazine Luiza (MGLU3) cravaram o melhor resultado do pregão da última segunda-feira (20)
- Em meio a acomodação dos juros futuros e após fortes quedas das empresas do setor, investidores parecem aproveitar os descontos para montar posições nos papéis varejistas
- No entanto, especialistas avaliam que, diante do cenário desafiador para o setor do varejo, a recomendação atual não é de compra
As ações da Magazine Luiza (MGLU3) cravaram o melhor resultado do pregão da última segunda-feira (20). Diante da melhora das perspectivas sobre o consumo e o varejo, os papéis subiram 8,40% e fecharam o dia cotados a R$ 2,58.
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Em meio a acomodação dos juros futuros e após fortes quedas das empresas do setor, investidores parecem aproveitar os descontos para montar posições nos papéis varejistas.
De acordo com Victor Miziara, sócio da Criteria Investimentos e colunista do E-Investidor, a alta reflete um movimento natural. “Essa é uma recuperação técnica e que acontece porque pessoas que estavam operando em posição de venda, acreditando na queda da ação, agora estão zerando essas posições”, afirma Miziara.
Segundo ele, é muito cedo para falar que os papéis não cairão mais e que já “atingiram fundo”. “A ação continua bastante pressionada e em tendência de queda”, diz o colunista do E-Investidor.
Considerando o último fechamento, porém, as ações da empresa continuam em grande desvalorização. Apenas no mês de junho, as perdas acumuladas somam queda de 30,65%. No ano, a derrocada é de -64,27%. Nesta terça-feira (21), os papéis iniciaram o dia em queda de 2,33%, às 11h24.
“Não indicamos a compra de ações MGLU3. A média do mercado para os próximos 12 meses é em torno de R$ 7 e R$ 8 reais, mas acreditamos que é recomendável neutro. Quem tem, deve segurar um pouco, esperar os próximos resultados para ver como a empresa vai se comportar nesse cenário de juros e inflação”, avalia Miziara.
Victor Paganini, analista CNPI da Quantzed, também avalia que não é o momento de ir às compras. Segundo ele, o cenário segue desafiador para os papéis da varejista.
“Temos muitos problemas relacionados à macroeconomia para serem resolvidos, como a inflação pressionando juros”, diz Paganini. “É um setor que tende a ficar no olho do furacão ainda e liderar o fluxo vendedor. Então, não vejo como oportunidade de investimento.”
O setor de varejo, segundo os especialistas, ainda deve demorar mais de um ano para se recuperar. Isso porque a inflação deve permanecer alta pelo menos até o ano que vem, no Brasil e no mundo, o que torna os produtos mais caros e diminui o poder de compra das pessoas. Com isso, o consumidor vai focar em alinhar as contas e manter os bens não são supérfluos, fazendo com que o varejo perca atratividade.
Outro fator que pressiona o setor são os juros. De acordo com Miziara, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira (21) demonstra que, provavelmente, teremos mais uma alta nos juros este ano e a curva atual deverá arrefecer apenas no meio do ano que vem.
“Juros altos é inversamente proporcional à procura de ações por parte do investidor, então varejo, techs e de construção civil, que usam bastante custo de capital ou precisam fazer estoques, sofrem bastante. Isso tira a atratividade do setor quando falamos de ações”, aponta Miziara.
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