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Petróleo de volta a US$ 120. Como o investidor pode aproveitar a alta?

Sansões da Europa ao petróleo russo fizeram o brent bater o maior patamar de preço em meses

Petróleo de volta a US$ 120. Como o investidor pode aproveitar a alta?
Especialistas veem oportunidade de investimento no setor petrolífero, mas defendem perspectiva de longo prazo. (Foto: Envato)
  • De um lado, a valorização internacional da commodity é motivo de preocupação de muitos brasileiros, pois é sentida pelo consumidor diretamente nas bombas dos combustíveis
  • Mas a conjuntura favorece as empresas petrolíferas do Brasil, que conseguem aumentar suas receitas ao operar com valores mais elevados. Por isso, devem ficar no radar do investidor
  • Para além das movimentações do momento, analistas defendem que o investimento no setor deve visar o longo prazo

Os efeitos do conflito entre a Rússia e a Ucrânia seguem refletindo nos mercados globais, sem a perspectiva de uma bandeira branca por parte do país comandado por Vladimir Putin.

No início desta semana, a União Europeia assinou um novo pacote de sanções ao petróleo russo, uma tentativa do velho continente em impactar o financiamento da guerra. A suspensão pode chegar a até 90% das importações do petróleo da Rússia até o final do ano.

O movimento fez o preço do Brent de petróleo bater os US$ 123 na terça-feira (31), o maior patamar de preços em dois meses. Após uma pequena correção, nesta quinta-feira (2), o Brent era avaliado acima dos US$ 116, dia em que uma decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, a Opep+, animou os mercados.

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O grupo decidiu elevar a produção de petróleo, ponderando que isso diminuiria a chance de impactos econômicos mais fortes na Europa, mesmo que o acréscimo da oferta signifique uma redução nos preços.

De um lado, a valorização internacional da commodity é motivo de preocupação de muitos brasileiros, pois é sentida pelo consumidor diretamente nas bombas dos combustíveis. Mas a conjuntura favorece as empresas petrolíferas do Brasil, que conseguem aumentar suas receitas ao operar com valores mais elevados. Por isso, devem ficar no radar do investidor.

“Com esse movimento de restrição ao petróleo russo, além de as petrolíferas brasileiras aumentarem seu ticket médio devido a valorização de preço, é possível que encontrem mais compradores para seu produto”, explica Rafael Marques, especialista em finanças e CEO da Philos Invest.

E o cenário deve se manter dessa maneira no longo prazo. Com novos gatilhos para a intensificação do conflito no leste europeu – como a tentativa da Finlândia e da Suécia de entrada na Otan –, a perspectiva é que a guerra dure mais um tempo, o que pressionaria ainda mais a oferta de petróleo no mundo.

“Esse cenário da Rússia não dá sinais de que vai suavizar ou chegar a um acordo tão cedo. Isso gera uma escassez no mercado, uma vez que a oferta está sendo reduzida enquanto a demanda continua igual, por isso o preço avança. As petrolíferas pelo mundo que têm como principal fonte de receita o petróleo se valorizam”, ressalta Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

Como montar posições no setor

Para o investidor que estiver se questionando se ainda dá tempo de aproveitar a alta do petróleo para montar posições no setor, a resposta é positiva.

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Mas não apenas por causa do momento. O ideal é investir em ações visando o longo prazo, afirma Rafael Marques, da Philos Invest. “Não acredito que buscar esses movimentos de curto prazo para se beneficiar de uma alta pontual seja uma boa estratégia, já que é possível que a alta recente do petróleo sofra uma correção nas próximas semanas, o que impactaria negativamente no preço das ações de petrolíferas brasileiras”, explica.

Apesar disso, Marques acredita que ainda existem oportunidades para se beneficiar do setor no longo prazo. O especialista destaca três boas opções: a Petrobras (PETR4), com os melhores indicadores de valuation, e 3R Petroleum (RRRP3) e PetroRio (PRIO3), com boas promessas após a aquisição de bacias importantes.

Recentemente, a PetroRio adquiriu os campos de Albacora Leste, que pertencia à Petrobras, e Wahoo. As aquisições vão ajudar a companhia a aumentar a produtividade de tal forma que, mesmo que o petróleo alcance patamares de preço mais baixos, os ativos da companhia vão continuar atrativos para o investidor, afirma Vitorio Galindo, analista de investimentos CNPI e head de análise fundamentalista da Quantzed, empresa de tecnologia e educação financeira para investidores.

“Hoje, a PetroRio produz 35 mil barris de petróleo por dia. A expectativa para Wahoo é que, a partir de 2024, sejam produzidos 40 mil barris apenas ali. É mais do que dobrar a produção atual”, explica Galindo.

Na RB, Gustavo Cruz abre uma ressalva apenas para a Petrobras. A disparada no preço dos combustíveis e os reflexos inflacionários desse movimento são vistos com grande preocupação pelo governo federal, que já demitiu três presidentes do comando da estatal no período de um ano. O movimento mais recente, a queda de José Mauro Ferreira Coelho após cerca de 40 dias no cargo, acendeu mais um alerta quanto ao risco de intervenção na política de preços da companhia.

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A PETR4 encerrou a quinta-feira (2) com queda de 0,87%, a R$ 29,76; enquanto a RRRP3 caiu 0,43% a R$ 48,56. A PRIO3 conseguiu um desempenho positivo, com alta de 1,95% e cotada a R$ 28,70. Já as ações da Petrorecôncavo (RECV3) encerraram o dia estáveis.

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