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Alta do preço dos combustíveis: onde investir para lucrar?

A guerra entre Rússia e Ucrânia reduziu ainda mais a oferta de petróleo no mercado internacional

Alta do preço dos combustíveis: onde investir para lucrar?
Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil
  • Entrou em vigor na sexta-feira (10) um reajuste de quase 19% no preço do litro da gasolina e de 25% no preço do litro do diesel vendido para as refinarias pela Petrobras

A guerra entre Rússia e Ucrânia reduziu ainda mais a oferta de petróleo no mercado internacional, o que ocasionou a disparada no preço da commodity nas últimas semanas. Como consequência, entrou em vigor na sexta-feira (10) um reajuste de quase 19% no preço do litro da gasolina e de 25% no preço do litro do diesel vendido para as refinarias pela Petrobras (PETR4).

Para Ricardo França, analista de investimentos da Ágora, antes do reajuste, o preço do petróleo vendido pela Petrobras estava defasado em relação aos valores praticados no exterior. A diferença já sinalizava a necessidade de aumento dos preços em algum momento. “Na divulgação do balanço do 4T21, a Petrobras informou que não ia repassar a volatilidade dos preços do petróleo porque havia dias que o preço subia 10% e no outro caia 5%”, explica França.

De acordo com os dados da Stratton Capital, empresa de consultoria e gestão de investimentos nos Estados Unidos (EUA), o petróleo russo corresponde a cerca de 12% da oferta da commodity no mercado global. Devido à guerra e às sanções econômicas contra o gigante do leste europeu, a cadeia produtiva ficou prejudicada.

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Segundo analistas, o movimento de alta dos preços pode oferecer oportunidades de investimento aos investidores em empresas responsáveis pela exploração e distribuição do petróleo e até ligadas ao etanol.

Na avaliação de Ilan Arbetman, analista de research da Ativa, as empresas responsáveis pela exploração e produção de petróleo se beneficiam com esse movimento de alta porque conseguem repassar o aumento do preço da commodity. “Petrorio (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e até a Petrobras (PETR4) são os players principais de exploração e produção de petróleo no mercado brasileiro”, analisa Arbetman.

A mesma recomendação é feita para as companhias responsáveis pelas distribuição do petróleo. “Por conta da defasagem, é um movimento interessante para as distribuidoras. A gente vê que empresas como Vibra (BRDT3) podem se beneficiar com o alto preço do petróleo e a defasagem no valor presente nas refinarias”, acrescenta o analista da Ativa.

Já Victor Nehmi, gestor de fundos da Sparta Fundos de Investimento, acredita que o investidor deve olhar para as empresas produtoras de Etanol. Por causa do aumento da gasolina, pode haver um crescimento do consumo do produto pelos motoristas que estão em busca de menor preço. “As pessoas vão aos postos e conferir o que está mais barato. Se o preço do Etanol estiver até 70% do preço da gasolina, as pessoas vão escolher o etanol”, explica Nehmi.

Nesta perspectiva, Nehmi ressalta que as ações da São Martinho (SMTO3) e da Jalles Machado (JALL3), podem ser boas opções. “São empresas especializadas em açúcar e etanol e muito bem administradas. São alternativas que não estão caras”, acrescenta o gestor de fundos.

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Já Matheus Spiess, analista da Empiricus, aconselha ao investidor a olhar para empresas expostas a commodities como o petróleo. “As empresas mais descontadas, as que pagam mais dividendos e as ligadas às commodities são as mais atrativas, principalmente, as de óleo e gás”, afirma. Por esse motivo, ele avalia que Petrobras e 3R Petroleum são as que mais se destacam no mercado interno. Ao olhar para o cenário internacional, a companhia Shell (SHEL) é principal indicação do analista.

No pregão desta sexta-feira (11), Petrobras, Petrorio e 3R Petroleum encerraram o dia em baixa. A primeira teve uma desvalorização de 3,59%, sendo negociada a R$ 32,49.

Já os papéis da Petrorio e da 3R Petroleum fecharam com baixas de 3,52% (R$ 24,91) e de 3,14% (R$ 35,78), respectivamente.

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