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- A instabilidade começou no sábado (19), quando a Americanas suspendeu parte de seus servidores de e-commerce ao identificar o risco. As operações foram normalizadas por volta das 15h do mesmo dia. No domingo, porém, uma nova tentativa de acesso não autorizado foi registrada e, desde então, o sistema está fora do ar
As ações da Americanas (AMER3) passaram toda esta segunda-feira (21) entre as maiores baixas do Ibovespa, fechando o dia com queda de 6,61%. Os papéis despencaram no primeiro pregão da semana depois que a empresa suspendeu as operações on-line – do site e aplicativo do Submarino e das Americanas – após identificar um “acesso não autorizado”.
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A instabilidade começou no sábado (19), quando a Americanas suspendeu parte de seus servidores de e-commerce ao identificar o risco. As operações foram normalizadas por volta das 15h do mesmo dia. No domingo, porém, uma nova tentativa de acesso não autorizado foi registrada e, desde então, o sistema está fora do ar.
A Americanas publicou dois comunicados ao mercado informando que técnicos e especialistas foram acionados para normalizar a segurança do site, enquanto as lojas físicas não tiveram suas atividades interrompidas. A empresa ainda não informou uma previsão de retomada das operações digitais.
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Para Nicolas Merola, da Inversa, enquanto mercado não conseguir entender o que aconteceu e qual o nível de profundidade do problema, as ações tendem a continuar performando mal. “Os impactos são gigantescos. O principal canal de crescimento, principal forma de projeção do grupo como um todo é crescer digitalmente. É o principal vetor de geração de valor para o acionista inclusive”, afirma.
Na visão do analista, porém, o prejuízo financeiro não deve ser tão grande quanto o efeito que o acontecimento pode ter na confiança do investidor. “Até agora não houve nada, nenhum tipo de confirmação de vazamento de informações pessoais. Mas caso isso aconteça é uma quebra de confiança gigantesca. Se eles divulgarem que informações de clientes foram vazados e perdidas, a probabilidade dessas pessoas ou de outras pessoas comprarem novamente naquele grupo é baixíssima, na minha opinião”, diz Merola.
A Inversa não tem recomendações de investimento nos papéis AMER3.
Na XP, a recomendação segue neutra, com preço-alvo de R$ 40/ação. A corretora destaca, em relatório, que é “importante monitorar para ver quanto tempo levará para normalizar as operações e assim entender melhor o potencial impacto nos resultados da companhia”.
Risco para o setor de varejo
Essa não é a primeira vez que a área de comércio digital de uma empresa do varejo sai do ar após ataques hackers. Em agosto de 2021, por exemplo, os sistemas da Renner também sofreram instabilidades após um ataque cibernético.
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Iago Souza, da Genial, explica que o setor de varejo tem se tornado um dos principais alvos desse tipo de ataque, que tenta extorquir as empresas ao roubar parte dos dados dos softwares. “Existem dois tipos de ataques. Os ataques de bloqueio, onde o sistema é afetado e os hackers só devolvem o acesso quando a companhia paga. E os de criptografia, em que eles pegam, criptografam os dados e ameaçam soltá-los se não receberem um pagamento”, explica.
Na visão do analista, os invasores cibernéticos exploram o medo de uma possível violação de dados – informações dos clientes que as empresas do setor de serviços costumam ter registradas – para lucrar. No caso da Americanas, ainda não é possível saber se houve vazamento de dados, mas a possibilidade acende um alerta em todo o setor varejista.
Nicolas Merola, da Inversa, destaca que esse tipo de acontecimento aumenta a necessidade das empresas aprimorarem seus protocolos de segurança digital. E que serve como alerta também para os investidores do setor de varejo.