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Os efeitos da substituição de arroz por macarrão nas ações da M. Dias Branco (MDIA3)

Papéis da empresa líder no segmento de massas no Brasil podem se beneficiar no longo prazo

Os efeitos da substituição de arroz por macarrão nas ações da M. Dias Branco (MDIA3)
Foto: Dida Sampaio/Estadão
  • Arroz tem alta de 19,2% no ano e João Sanzovo Neto, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), recomendou substituição do cereal por macarrão para driblar o preço alto do produto
  • M. Dias Branco (MDIA3), empresa líder em massas no Brasil, apresenta resultados sólidos no ano e pode se beneficiar no longo prazo caso troca se confirme
  • Porém, o investidor deve estar ciente dos riscos antes de apostar no ativo

Será que chegou a hora de investir em ações relacionadas ao macarrão? Com a disparada do preço do arroz em 19,2% no ano – de acordo com dados do IBGE -, muitos investidores voltaram seus olhares para a M. Dias Branco (MDIA3), dona de marcas como Adria e Piraquê, líderes no segmento de massa no Brasil.

Na última quarta-feira (9), João Sanzovo Neto, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), afirmou que o brasileiro deve substituir o arroz por massa, ressaltando que não há prazo para que o preço do cereal volte a cair. Atualmente, há estabelecimentos que negociam 5kg de arroz acima de R$ 40.

“Vamos promover o consumo de massa, macarrão, que é o substituto do arroz. E vamos orientar o consumidor que não estoque (arroz)”, disse ele após reunião com o presidente Jair Bolsonaro, em Brasília.

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A M. Dias Branco (MDIA3) apresenta bons resultados no ano, apesar de suas ações ainda terem desempenho negativo no agregado de 2020. No 2T20, a empresa registrou lucro líquido de R$ 152,4 milhões, 51,5% maior em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Segundo especialistas consultados pelo E-Investidor, os resultados ocorrem justamente porque o consumo de macarrão já esta em alta. Eles explicam que, como as pessoas ficam mais em casa, é natural que o consumo de massa tenha crescido. “A migração já está acontecendo no ano por causa da pandemia da covid-19”, afirma Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos.

Até o fechamento do mercado desta terça-feira, dia 14 de setembro, a MDIA3 ainda tem queda de 2,02% em 2020. Porém, desde o seu pior momento da crise, em 18 de março, até o final desta sessão, o papel apresenta valorização de 39,58%, cotado a R$ 37,38.

Curto prazo

O papel da companhia não deve ter forte valorização no curto prazo, apesar da maior demanda pelo produto e do novo incentivo do presidente da Abras. Bruno Madruga, sócio da Monte Bravo Investimentos, explica que as ações já precificaram o aumento do consumo do macarrão e que a declaração de Neto não deve ter força significativa para impulsionar as vendas agora.

“Se a intensificação da substituição acontecer, não será de um dia para o outro, até porque a cultura de consumir arroz do brasileiro é muito forte”, diz Madruga.

Como prova disso, o sócio da Monte Bravo cita que a MDIA3 tem valorização de 1,58% desde a quarta -feira passada (9) e o papel da Camil (CAML3), que tem como seu principal produto o arroz, tem alta de 1,73% desde então.

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“Se a força da troca realmente fosse grande após a declaração, a ação da Camil estaria despencando e a da M. Dias Branco subindo de forma bem mais intensa”, comenta Madruga.

Longo prazo

Embora não haja impacto imediato, a MDIA3 pode ser beneficiada no longo prazo, na visão dos analistas. “A empresa está bem posicionada para crescer”, afirma Chinchila, da Terra. Ela acredita que a manutenção do menor valor agregado do macarrão por mais tempo pode impulsionar o papel.

“Conforme alguns dados forem surgindo e demonstrarem que a substituição realmente ocorreu, as ações devem subir”, concorda Madruga. Ele destaca, porém, que esta ainda é apenas uma possibilidade e que se o movimento não ocorrer, mesmo no longo prazo, não será nenhuma surpresa.

Portanto, o investidor que deseja comprar ações da M. Dias Branco deve estar ciente dos riscos e avaliar se a aposta está de acordo com suas estratégias e objetivos. “É preciso acreditar que a substituição vai se confirmar no longo prazo”, frisa o sócio da Monte Bravo.

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