XP eleva preço-alvo da B3 (B3SA3), mas não recomenda compra; saiba motivo
Segundo os analistas, a atividade do mercado de capitais continua pressionada pelas incertezas domésticas e internacionais, o que deve pesar na receita da B3
Veja o que os analistas da XP dizem para fazer com as ações da B3 (Foto: Adobe Stock)
A XP Investimentos elevou o preço-alvo da B3(B3SA3) de R$ 14,00 para R$ 16,00 para o fim de 2026, alta de 18,78% na comparação com o fechamento de segunda-feira (16), quando a ação encerrou o pregão a R$ 13,47. Mesmo com o acréscimo de valor no preço-alvo, a corretora não recomenda compra para o papel.
Segundo os analistas, a atividade do mercado de capitais continua pressionada pelas incertezas domésticas e internacionais, o que deve pesar na receita da B3. Eles lembram que a pandemia fez o Brasil ter a menor taxa de juros de sua história recente (2% ao ano). Esse nível de juros, agora considerado muito baixo, levou os volumes médios diários de negociação na B3 a níveis recordes de cerca de R$ 37 bilhões.
“Estimamos que a B3 só retornará ao mesmo nível de receita no segmento de negociação de ações em meados de 2030. No entanto, um portfólio de produtos aprimorado permitiu o crescimento da receita nos últimos anos, em que a Selic esteve elevada”, dizem Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães, que assinam o relatório da XP.
Diversificação de receitas é o destaque da B3
A dupla explica que ao longo dos anos, a B3 introduziu novas fontes de receita que proporcionam diversificação e resiliência ao negócio. Entre 2020 e 2024, enquanto o segmento de Renda Variável caiu de 34% para 21% como porcentagem da receita total, segmentos como Renda Fixa e Crédito, análise de Dados e Tecnologia cresceram para 11%, 10% e 16%, respectivamente.
Os analistas dizem que apesar dessas melhorias operacionais, que sustentam o lucro, eles mantêm uma perspectiva conservadora devido às potenciais ameaças competitivas que se aproximam. “Embora as ameaças competitivas permaneçam no radar, acreditamos que, na maioria dos casos, notícias esporádicas sobre potenciais concorrentes tendem a influenciar o preço das ações mais do que o impacto real esperado nos resultados da empresa, caso esses concorrentes acabem ganhando participação de mercado”, dizem Guttmann e Guimarães, que assinam o relatório.
Desse modo, a XP tem recomendação neutra para a B3 (B3SA3) com preço-alvo de R$ 16,00 para o fim de 2026, alta de 18,78% em relação ao último fechamento. “Prevemos um rendimento em dividendos da B3 (dividend yield) de um dígito alto para 2025, refletindo um payout de 100%. A sólida geração de caixa da empresa atenua alguns fatores cíclicos e limita o risco de queda”, concluem os analistas da XP.