

O Banco Brasil (BBAS3) reportou na noite de quarta-feira (7) um lucro líquido ajustado de R$ 9,5 bilhões no segundo trimestre de 2024, alta de 8,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Para agentes do mercado financeiro os números foram positivos. Segundo os analistas da Genial Investimentos, o Banco do Brasil apresentou “resultados sólidos” mantendo sua boa rentabilidade, medida pelo ROE, de 21%.
“Com um portfólio de produtos mais defensivo e balanceado, o banco soube atravessar de forma lucrativa esse ciclo de crédito, posicionando seu ROE bem acima de concorrentes privados como Bradesco e Santander”, apontam Eduardo Nishio, Wagner Biondo, Luis Degaspari e Felipe Oller, que assinam o relatório.
Os analistas comentam que, após o resultado desta quarta-feira, esperam uma dinâmica similar para o segundo semestre, mas com a melhor sazonalidade de final de ano impulsionando o lucro do banco em direção ao guidance. A Genial comenta que para o futuro a única que dúvida que fica para a empresa são as questões de inadimplência e provisões, que estão vindo maiores que o esperado, o que forçou o Banco do Brasil a revisar suas projeções.
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“Embora a inadimplência tenha aumentado, acreditamos que ela deve melhorar para os próximos trimestres com o lançamento do plano safra, fazendo com que os produtores em atrasos fiquem em dia para aproveitar o novo ciclo de crédito. Além disso, os fortes resultados de sua controlada na Argentina, o Banco Patagonia, ajudaram o BB a revisar para cima o guidance de Margem Financeira, neutralizando o efeito da piora no custo de crédito”, dizem os analistas.
A companhia revisou suas projeções de suas provisões da faixa do R$ 27 bilhões aos R$ 30 bilhões para o intervalo de R$ 31 bilhões a R$ 34 bilhões. A margem financeira bruta também foi revisada de um crescimento entre 7% e 11% para uma alta de 10% e 13%. No acumulado do primeiro semestre de 2024, a margem financeira bruta do Banco do Brasil acumula uma alta de 16,4%.
A equipe da Genial Investimentos comenta que as ações do Banco do Brasil são negociadas a um preço atraente, com o valor baixo de seu valor patrimonial e com um ROE superior ao seu custo de capital. As ações estão sendo cotadas a múltiplos descontados em relação aos seus pares, com um Preço sobre Lucro (P/L) de 4,0 vezes para 2024 e 3,7 vezes para 2025.
Com base nessas estimativas, a Genial Investimentos calcula que o Banco do Brasil deve pagar 10% do seu valor de mercado em dividendos em 2024. Por esses motivos, a corretora recomenda compra para as ações do banco estatal com preço-alvo de R$ 34, uma alta de 29,28% na comparação com o fechamento de quarta-feira (7), quando a ação encerrou o pregão a R$ 26,30.
Qual preço máximo para comprar as ações do Banco do Brasil?
Milton Rabelo, analista da VG Research, estima que a instituição financeira deve pagar cerca de 10,45% do seu valor de mercado em dividendos nos próximos 12 meses. O analista conta que tem essa estimativa para o Banco do Brasil devido aos números que a empresa vem entregando.
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Para o investidor conseguir abocanhar esses dividendos, ele diz o ideal é comprar a ação até a faixa dos R$ 30,60. “O Banco do Brasil oferece um investimento muito convidativo por aliar robustos pagamentos de proventos, forte geração de lucro e valuation convidativo. Para os próximos trimestres, o banco deve manter essa boa dinâmica de resultados”, afirma Rabelo.
A XP Investimentos também gostou do resultado. No entanto, os analistas apontam preocupação com a inadimplência e provisões apontadas nas novas projeções. O indicador de calotes acima de 90 dias cresceu 0,3 ponto porcentual, indo de 2,7% no segundo trimestre de 2023 para 3,0% no segundo trimestre de 2024.
“A inadimplência geral do BB ainda está abaixo do setor bancário no Brasil. No entanto, como o banco não divulga indicadores antecedentes de inadimplência, ainda não avaliamos se há alguma deterioração ocorrendo em toda a carteira de crédito que justifique o aumento do guidance no nível esperado de provisionamento para o ano”, afirmam Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, que assinam o relatório da XP
Vale lembrar que a companhia revisou suas projeções de suas provisões da faixa do R$ 27 bilhões aos R$ 30 bilhões para o intervalo de R$ 31 bilhões a R$ 34 bilhões, o que para a XP ainda não é palpável. Mesmo assim, os analistas recomendam compra para as ações do Banco Brasil (BBAS3) com preço-alvo de R$ 36,50, uma alta de 38,78% na comparação com o fechamento de quarta-feira (7), quando a ação encerrou o pregão a R$ 26,30.
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