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Banco do Brasil (BBAS3) supera pares em lucro: vale comprar ações?

Menor exposição ao rombo da Americanas e carteira de crédito voltada ao agro sustentaram o bom resultado no 4tri22

Banco do Brasil (BBAS3) supera pares em lucro: vale comprar ações?
Carteira ligada ao agro e pouca exposição a Americanas ajudaram a estatal no 4T22. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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  • O balanço do Banco do Brasil (BBAS3) confirmou que, em termos de resultado, o banco estatal não fica mais atrás dos pares privados
  • A companhia divulgou nesta segunda-feira (13) um lucro líquido de R$ 8,627 bilhões, o maior entre as quatro principais instituições financeiras do País no período
  • Menor exposição ao rombo da Americanas, além de carteira de crédito voltada ao agronegócio, ajudaram a sustentar o resultado no 4T22

O balanço do Banco do Brasil (BBAS3) referente ao quarto trimestre de 2022 confirmou um cenário que já vinha se consolidando nos primeiros trimestres do último ano: em termos de resultado, o banco estatal não fica mais atrás dos pares privados.

A companhia divulgou nesta segunda-feira (13) um lucro líquido de R$ 8,627 bilhões, o maior entre as quatro principais instituições financeiras do País no período.

O lucro líquido ajustado foi de R$ 9,039 bilhões, um aumento de 52,4% em relação ao mesmo período do ano anterior e o sétimo recorde trimestral seguido – mesmo em um trimestre influenciado por provisões extraordinárias para a Americanas (AMER3).

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Como mostramos nesta reportagem, os números relativos ao 4T22 dos ‘bancões’ foram muito afetados pelo rombo bilionário encontrado na Americanas em janeiro. A varejista deve cerca de R$ 26,4 bilhões a 12 instituições financeiras, o que fez Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), que divulgaram seus resultados na semana passada, provisionarem a exposição que tinham à companhia.

O movimento tirou R$ 719 milhões de lucro do Itaú no trimestre, por exemplo. Com exposição de cerca de R$ 1,4 bilhão a Americanas, o BB provisionou R$ 788 milhões desse total no quarto trimestre (o que corresponde a 50%), segundo o balanço que não menciona explicitamente o nome da varejista por questões de sigilo bancário.

Renato Chanes, analista da Ágora Investimentos, explica que o Banco do Brasil era quem tinha a menor exposição a Americanas entre as 4 instituições. “Todos os outros pares tiveram um impacto de provisionamento, o que não afeta tanto o BB, já que, até onde se sabe, o banco tem quase zero de exposição ao evento. Isso por si só deixa o balanço da estatal menos impactado por intempéries”, diz.

Mas não é só isso. Desde meados de 2022, os resultados trimestrais do Banco do Brasil vêm se mostrando mais resilientes do que os de parte dos pares privados, dada a forte presença do agronegócio na carteira de crédito da companhia. “O desenho da carteira deles é mais resiliente que o dos demais bancos, porque o agro é um setor que historicamente tem inadimplência baixa”, destaca Chanes.

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Apesar de a inadimplência dos clientes ter aumentado no 4T22 (na carteira de crédito destinada a pessoas físicas, por exemplo, a inadimplência era de 5,44% contra 3,31% em dezembro de 2021), ela ainda é menor do que a das outras instituições. “Houve um aumento marginal em sua taxa de inadimplência, mas ainda sendo a menor entre seus pares e refletindo o perfil defensivo de sua carteira”, dizem Renan Manda e Matheus Guimarães, analistas do setor financeiro na XP.

Outro fantasma que costuma assombrar a BBAS3, e que se fez presente especialmente após o resultado das eleições em outubro de 2022, é a possibilidade de interferência política. No novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quem está à frente da estatal é Tarciana Medeiros, servidora com 22 anos de carreira na instituição.

“A indicação mitiga em muito a interferência política, na nossa visão”, afirmam Eduardo Nishio, head de research e finanças, e Wagner Biondo, analista do setor financeiro na Genial Investimentos. “Acreditamos que o risco de ingerência política hoje é menor que em 2012, quando algumas iniciativas (exemplo: Bom Pra Todos) levaram o banco a sair de um ROE de 15-20% para menos de 10%. O melhor a fazer é monitorar as iniciativas de negócio do banco nos próximos trimestres.”

Longe dos impactos do caso Americanas, com a carteira de crédito mais resiliente do que a dos pares, e com o risco político amenizado até o momento, os analistas acreditam que 2023 tem tudo para ser um ano de continuidade nos bons resultados apresentados pelo Banco do Brasil.

Vale comprar?

As ações do Banco do Brasil são a ‘top pick’ da Ágora entre os grandes bancos, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 57. Renato Chanes explica que os papéis operam na bolsa a níveis de preço mais baixos do que o dos pares privados, um desconto que, na visão do analista, parece “injustificado” no momento. “Tudo mais constante, o BB deveria continuar entregando em 2023 o bom resultado que foi feito ao longo do ano passado como um todo”, diz.

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A visão para os papéis da estatal também é positiva na Genial, que também tem recomendação de compra para BBAS3, com preço-alvo de R$ 52,60. “Fora dos holofotes políticos, pelo menos por enquanto, acreditamos que os bons resultados possam animar os investidores a impulsionar as ações do banco”, destacam Eduardo Nishio e Wagner Biondo.

Na XP, a recomendação também é de compra para as ações do Banco do Brasil, com preço-alvo de R$ 61.

Com informações da Agência Estado

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