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Filme da Barbie: ações da Warner podem valorizar 60% em 12 meses

Mesmo com a greve de Hollywood, companhia vira top pick para bancos como Goldman Sachs

Filme da Barbie: ações da Warner podem valorizar 60% em 12 meses
Margot Robbie em cena de Barbie. Foto: Warner Bros
  • Filme da Barbie movimenta ações da Warner, que podem valorizar 60% em 12 meses
  • Papel está cotado em aproximadamente US$ 13 e pode chegar, em julho a 2024, em US$ 20, segundo Goldman Sachs
  • Contudo, a curto prazo, especialista não vê uma valorização tão atenuante

De pizza e acarajés com a cor rosa, a vagão no trem de São Paulo: as últimas semanas foram tomadas por ações de marketing envolvendo o filme da Barbie, que estreou nesta quinta-feira (20).

Quem é fã da boneca e gastou com o look pink para ir ao cinema pode recuperar o dinheiro investindo em ações da Warner. Segundo um relatório do banco Goldman Sachs, as ações da empresa de mídia, produtora do filme, podem valorizar 60% em 12 meses. Atualmente, o papel está cotado em torno de US$ 13, mas pode chegar ao patamar de US$ 20 em julho de 2024. Com a projeção otimista, o banco recomenda compra para os papéis.

“Warner Bros. Discovery (WBD) continua sendo nossa principal escolha no setor de mídia. Embora esperemos que os investidores continuem debatendo a perspectiva de longo prazo para empresas de mídia tradicional, vemos o perfil risco/recompensa para WBD como o mais atraente em comparação com seu grupo de pares, com importantes catalisadores de execução”, informa o relatório.

Mesmo com a greve de Hollywood, que não era vista nessa magnitude desde 1960, o banco diz que esses catalisadores da Warner ajudam a suportar a tese que a coloca como top pick (preferida) para o Goldman Sachs, apesar do protesto aumentar as incertezas nas perspectivas de 2023-2024 para a indústria de mídia caso se prolongue.

Bilheteria da Barbie

O Goldman Sachs cita como catalisador para Warner três principais fatores: bilheteria do filme, lançamento do novo streaming e pagamento da dívida. Contudo, analistas ouvidos pelo E-Investidor dizem que o lançamento da Barbie já está precificado no mercado.

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“Se a bilheteria de Barbie superar Avatar, pode atingir a cifra de US$ 3 bilhões. Como o orçamento é de aproximadamente US$ 100 milhões, a margem de lucro é muito alta. Contudo, esse valor de bilheteria representa menos de 10% da receita anual da empresa, que é de cerca de US$ 40 bilhões de dólares”, explica Marcos Piellusch, professor da FIA Business School.

Ainda segundo o especialista, o impacto poderá ser importante nos resultados, mas o efeito já está precificado pelos analistas, que apontam uma receita estimada de US$ 43 bilhões para 2023 e um lucro por ação de cerca de US$ 0,75, diante de um prejuízo por ação de US$ 3,82 obtido em 2022.

Tanto para o analista, como para o banco, o pagamento da dívida é o fator que mais chama atenção. De acordo com o relatório, a empresa pagou mais de US$ 1 bilhão de dívidas no segundo trimestre de 2023, o que pode mostrar um boa geração de fluxo de caixa livre, que superou a própria meta da empresa para o primeiro semestre de 2023.

“Portanto, mantemos nossa perspectiva de que a WBD alcançará significativa redução do endividamento em 2023 e proporcionará um aumento significativo do valor das ações, já que a WBD continua sendo negociada próximo ao limite inferior em comparação com outras empresas similares – cerca de 6,5x EV/Ebitda (valor da empresa sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, múltiplo usado para determinar o valor justo de uma empresa) – estimado para 2023 em comparação com aproximadamente 5-15x para os concorrentes”, destaca o relatório.

Por fim, o último catalisador citado pelo banco consiste no lançamento do streaming Max (com a união do HBO e Discovery), em que a Warner espera que os cerca de 4 milhões de assinantes de suas duas marcas migrem para a nova plataforma logo nos primeiros meses de lançamento, em maio de 2024.

Valorização da Warner no curto prazo

As ações da Warner apresentaram queda nos últimos dez anos. Em 2013, valiam cerca de US$ 40 e no momento valem pouco mais de US$ 13. Na variação de 20 de junho a 20 de julho, foi observada uma alta de cerca de 5,5%. Apesar do Goldman Sachs prever uma valorização a longo prazo de 60%, para o professor da FIA Business School a curto prazo pode não ser possível, se considerar outros fatores.

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“O desempenho financeiro da Warner, em termos de margem bruta e margem Ebitda, está em linha com as demais empresas do setor, com cerca de 38% de margem bruta e 13,6% de margem Ebitda, próximo de concorrentes como Walt Disney Company, Paramount e Netflix”, comenta.

Porém, a atuação da WBD fica aquém da NBC Universal, controladora da Universal Pictures e responsável por outro grande lançamento da temporada, o filme Oppenheimer, do diretor Christopher Nolan. Diante disso, o especialista explica que o desempenho da empresa não justifica um potencial elevado de alta no curto prazo, a não ser pelo possível desempenho do filme Barbie.

“Caso o filme atinja grande bilheteria as ações podem manter a trajetória de alta observada nos últimos dias. Cabe destacar que o sucesso de Barbie já é algo esperado. Portanto, não creio que haja uma grande valorização nos próximos dias, a não ser pelo efeito comportamental causado nos pequenos investidores por conta do sucesso da bilheteria”, finaliza.

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