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- O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (17) em baixa de 1,73%, aos 99.595,41 pontos, e teve giro financeiro de R$ 45,3 bilhões
- As três ações que mais ganharam preço no dia foram Marfrig (MFRG3), JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3)
Os rumores de que o ministro Paulo Guedes está de saída do governo ganharam corpo nesta primeira sessão da semana, derrubando o Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos, em dia marcado também por pressão no dólar e inclinação da curva de juros, especialmente a ponta longa.
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No meio da tarde, quando o Ibovespa acentuava mínimas, circulou a versão de que a demissão de Guedes estaria assinada, o que levou o índice da B3 aos 98.622,47 pontos, no piso da sessão. Ao final, em dia de vencimento de opções sobre ações, o Ibovespa marcava perda de 1,73%, aos 99.595,41 pontos, com giro financeiro a R$ 45,4 bilhões. No mês, cede 3,22% e, no ano, 13,88%.
“O mercado começa a refletir a possibilidade de o Guedes ter subido no telhado. Mas o que ocorreu hoje, em ajuste de preço tanto em ações como dólar e juros, está muito longe de ser uma consumação de sua saída. Com o Guedes fora do governo, o Ibovespa iria abaixo dos 80 mil pontos”, diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura. “O mercado está começando a trabalhar com uma possibilidade que inexistia até a semana passada. A composição de risco agora é totalmente diferente, e os preços dos ativos estão respondendo a isso”, acrescenta.
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De todas as ações do Ibovespa, somente 13 fecharam em alta, todas correlacionadas ao dólar e exportações. As três que mais ganharam preço no dia foram Marfrig (MFRG3), JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3). Confira o que influenciou o desempenho desses papéis.
Marfrig (MFRG3): +5,37%
JBS (JBSS3): +2,53%
Minerva (BEEF3): 2,22%
O destaque absoluto do dia ficou com o setor de proteínas animais, que ainda se beneficia dos ótimos resultados dos balanços corporativos vistos na última semana. “A perspectiva de exportações para a China ainda é muito positiva e as operações nos Estados Unidos das brasileiras que operam lá têm bastante potencial nos próximos trimestres”, diz um operador.
Os papéis ordinários de Marfrig tiveram alta de 5,37%, a maior do Ibovespa. Minerva Foods ON subiu 2,22%, JBS ON, 2,53%, e BRF ON, 1,35%, todas entre os destaques de alta.
Julia Monteiro, analista da MyCap, comenta que após os balanços de todas as quatro no segundo trimestre, continua a preferência do investidor pelos nomes ligados à carne bovina, que mostraram expansões fortes de lucro e receitas.
“Muitas delas têm plantas nos Estados Unidos [especialmente JBS e Marfrig], e foi lá que houve os maiores ganhos de margem e com o dólar. Esse foi o maior diferencial”, comenta.
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E, por falar em dólar, em uma segunda-feira de cautela generalizada no mercado, com investidores ponderando o risco de descalabro fiscal no Brasil e os rumores sobre uma possível saída do ministro da Economia, Paulo Guedes, de seu cargo, as únicas ações que subiram são de empresas ligadas à exportação e que se beneficiam da alta da moeda norte-americana.
“A taxa de juros em patamares baixos na parte curta e o risco fiscal fazem com que o investidor procure proteção no dólar, o que acaba favorecendo o desempenho das empresas exportadoras que têm receitas em moeda americana”, explica Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.
*Com Estadão Conteúdo