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- O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (21) em baixa de 0,11%, aos 104.309,74 pontos, e teve giro financeiro de R$ 33 bilhões
- As três ações que mais perderam preço no dia foram Qualicorp (QUAL3), IRB Brasil (IRBR3) e BTG Pactual (BPAC11)
Depois de vários pregões fechando no azul, o Ibovespa fez pausa na escalada que o trouxe do fundo do abismo de março para níveis mais próximos aos que prevaleciam antes da pandemia, sustentando os 104 mil pontos, sem reação significativa à proposta, amplamente antecipada pelo governo, para a reforma tributária.
Assim, alguns segmentos com ganhos acumulados, como o de varejo (Magazine Luiza | MGLU3 -3,10% na sessão), passaram por realização, enquanto o noticiário corporativo deu direção a papéis como os da Vale | VALE3 (-1,81%), em baixa após a divulgação, ontem à noite, de dados mistos sobre produção e vendas, que também colocaram em terreno negativo as ações de siderurgia (CSN | CSNA3 -1,77%).
Ao final de uma sessão em que oscilou entre mínima de 103.732,33 e máxima de 105.449,23 pontos, o índice de referência da B3 apontava leve baixa de 0,11%, aos 104.309,74 pontos, saindo de 104.426,49 na abertura. O giro financeiro foi moderadamente elevado, a R$ 33,0 bilhões.
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Nestas duas primeiras sessões da semana, o Ibovespa avança 1,38%, com perdas no ano a 9,80%. No mês, o Ibovespa sustenta até aqui ganho de 9,74%, acima dos acumulados em junho e maio (8,76% e 8,57%, respectivamente), e não muito distante da força observada em abril (10,25%), no que foi seu melhor resultado para o mês desde 2009 (15,55%).
“O Ibovespa conseguiu atingir alguns alvos importantes e que mostram sua força, considerando que hoje bateu nos 105 mil – agora, só faltam os 107 mil pontos, outro ponto de resistência importante neste momento. Acredito que teremos uma certa lateralização”, diz Fernando Góes, analista gráfico da Clear. “Vejo os papéis de consumo, que já estão subindo há algum tempo, um pouco esticados, e os bancos com performance boa”, acrescenta. “O mercado deve continuar subindo lentamente, e o que devemos ver são algumas altas se intercalando entre setores.”
As três ações que registraram as maiores quedas no dia foram Qualicorp (QUAL3), IRB Brasil (IRBR3) e BTG Pactual (BPAC11).
Confira o que afetou o desempenho desses três papéis.
Qualicorp (QUAL3): -6,41%
Os papéis ON da Qualicorp fecharam em queda de 6,41%, a maior do Ibovespa, após a prisão do empresário José Serapieri Júnior, ex-presidente e fundador da companhia. O executivo foi preso após a deflagração da operação Paralelo, sob suspeita de caixa 2 na campanha do senador José Serra (PSDB-SP) em 2014.
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Julia Monteiro, da Mycap, afirma que a prisão do ex-dirigente provoca receio no mercado, em meio às incertezas. “Há a possibilidade de ter ocorrido algum desvio de dinheiro por parte de uma pessoa do alto escalão, e essa dúvida já gera instabilidade”, afirma.
Após a notícia, o Citi rebaixou a recomendação das ações da Qualicorp de compra para neutra, com novo preço-alvo de R$ 30. O Citi ressalta que não há mais informações sobre a prisão até o momento e lembra que Serapieri está fora da presidência da companhia desde novembro, mas pontua o efeito sobre os papéis.
“A notícia é negativa, pelo menos no que diz respeito ao sentimento e/ou ao barulho na mídia”, afirmam os analistas. O banco observa ainda que os papéis devem enfrentar alta volatilidade, pelo menos no curto prazo.
IRB Brasil (IRBR3, -4,48%) e BTG Pactual (BPAC11, -3,46%)
As ações ON do IRB Brasil recuaram 4,48%, na segunda maior queda do Ibovespa. Segundo Jorge Junqueira, sócio da Gauss Capital, a queda do IRB é explicada por um “efeito contágio”, com o mercado deixando de lado ações de empresas sobre as quais pairam ou pairaram questões de governança em períodos recentes.
“Todas as empresas que já tiveram esse tipo de problema foram mal hoje. E aí vemos o IRB, e em menor parte o BTG, que já teve problemas do tipo, em queda”, diz ele. As Units do BTG Pactual recuaram 3,46%, terceira maior queda do Ibovespa.
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*Com Estadão Conteúdo
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