- A companhia é uma das principais petroquímicas brasileiras
- O governo federal conta com a Braskem no auxílio daquilo que chama de retomada dos investimentos no setor petroquímico
- No final de outubro a petroquímica divulgou dados operacionais que foram considerados ruins pelo mercado
A Braskem (BRKM5) é uma das principais petroquímicas brasileiras, além de ser uma companhia investida da Novonor (ex-Odebrecht) e Petrobras (PETR3; PETR4). A primeira quer se desfazer do ativo e procura comprador, e a segunda trabalha nos bastidores para que, em caso de venda, a adquirente seja uma empresa nacional.
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Isso porque o governo federal conta com a Braskem no auxílio daquilo que chama de retomada dos investimentos no setor petroquímico, considerado delicado porque envolve o refino de petróleo, bem como resulta na qualidade, e preço, dos combustíveis que a Petrobras coloca no mercado.
Vale lembrar que tanto a estatal quanto o governo federal sofrem pressões recorrentemente devido ao preço dos combustíveis. De um lado a população se impõe contra a alta nas bombas e do outro o mercado financeiro indica que a commodity deve seguir parâmetros internacionais, de maneira a preservar a companhia dos custos elevados.
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Neste quesito, a intenção é retomar as obras no Polo Gaslub – antigo Comperj, em Itaboraí (RJ), e aproveitar as poucas refinarias que o País tem para reforçar sua operação. A Braskem entra exatamente nesse vácuo, entretanto, a petroquímica está implicada com a Justiça brasileira.
Afundamento de solo em Maceió
Acontece que sua extração de sal-gema, em Maceió (AL), deixou um rastro de casas comprometidas e quase desabando devido ao afundamento de solo, e milhares de famílias deslocadas. Alguns agentes políticos alagoanos entraram com ação contra a empresa, requerendo indenização para a capital alagoana e para os atingidos.
O juiz José Cavalcanti Manso Neto, da 16ª Vara Cível da justiça alagoana, reconheceu o direito do Estado de ser indenizado pelos imóveis, equipamentos públicos, gastos com obras de melhoria urbana e o valor da desapropriação de imóveis. O valor da indenização será calculado ainda por uma perícia, a ser paga pela Braskem.
Dados operacionais
No final de outubro a petroquímica divulgou dados operacionais e o BTG Pactual (BPAC11) informou que os números indicam uma recuperação frágil na demanda global por produtos petroquímicos. “As vendas consolidadas caíram 3,8% a/a e ficaram 3,9% abaixo de nossa estimativa. O número abaixo do esperado foi impulsionado principalmente pelas operações do Brasil, que registraram uma queda de 8,9% a/a nas vendas devido ao fraco desempenho nos principais produtos químicos”, disse o banco.
A XP Investimentos explica que a Braskem é a única petroquímica integrada de primeira e segunda geração de resinas termoplásticas no Brasil, com cerca de 60% das resinas no mercado local, o que garante maior escala de produção e eficiência operacional. Com plantas no Brasil, Estados Unidos, México e Alemanha, está entre as seis maiores do mundo em seu segmento.
Já o BB Investimentos informou, em relatório, que os dados de produção e vendas demonstraram uma dinâmica desaquecida do mercado, com demanda fraca e problemas operacionais pontuais em algumas regiões impactando as taxas de utilização. “Com tais dados aquém do esperado, esperamos números fracos para o resultado do 3T23”, elencou, acrescentando que a expectativa é que o setor conte com uma melhoria nos spreads petroquímicos a partir do segundo semestre de 2024.
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O balanço da Braskem referente ao terceiro trimestre de 2023 está previsto para o dia 9 de novembro.
Avanço no México
Nesta sexta-feira (3) a companhia comunicou que a Braskem Idesa concluiu através de sua controlada Terminal Química Puerto México (TQPM), empresa formada em parceria com Advario B.V, o processo de obtenção do financiamento no montante de US$ 408 milhões para a construção do terminal de importação de etano no México. O financiamento, na modalidade Syndicated Project Finance Loan, foi emitido pela TQPM com o apoio de seus acionistas, com um prazo de vencimento de 5 anos e com garantias usuais para transações dessa natureza.
Às 16h20 desta sexta-feira a ação BRKM5 reportava forte alta, subindo 6,78% e cotada a R$ 17,64. Entretanto, o ativo reporta queda superior a 45% nos últimos doze meses, e queda superior a 65% nos últimos cinco anos.
Recomendações
O BTG Pactual tem recomendação neutra para a ação BRKM5, com preço-alvo em R$ 26, e o Santander cortou preço-alvo de R$ 35 para R$ 22,50, reiterando recomendação neutra.
De igual modo, o JPMorgan reforçou a recomendação neutra para Braskem, com preço-alvo em R$ 24,50, bem como a XP Investimentos, que manteve a recomendação neutra, com preço-alvo em R$ 27.
Na mesma linha, o Citi manteve recomendação neutra, com preço-alvo em R$ 26, assim como o BB Investimentos, que está neutro e com preço-alvo em R$ 36.
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