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- O Itaú está com a menor exposição à Bolsa brasileira em pelo menos oito anos. O UBS Wealth Management (UBS WM) também está com a menor alocação em ações domésticas desde meados de 2021, no pós-Covid
- Bruno Funchal, ex-secretário do Tesouro Nacional e atual CEO da Bradesco Asset, agrega ao movimento. O executivo detalhou ao E-Investidor as principais classes de ativos para investidores que querem se proteger da volatilidade projetada para o ano que vem
- Para 2025, a estratégia para conservadores e equilibrados não inclui exposição, em nenhum nível, à renda variável brasileira
O Itaú está com a menor exposição à Bolsa brasileira em pelo menos oito anos. O UBS Wealth Management (UBS WM) também está com a menor alocação em ações domésticas desde meados de 2021, no pós-covid. As duas instituições financeiras não estão isoladas: de fato, a percepção é de que a renda variável local perdeu espaço nos portfólios dos investidores.
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Bruno Funchal, ex-secretário do Tesouro Nacional e atual CEO da Bradesco Asset, agrega ao movimento. O executivo detalhou ao E-Investidor as principais classes de ativos para investidores que querem se proteger da volatilidade projetada.
Para 2025, a estratégia para conservadores e equilibrados não inclui exposição, em nenhum nível, à renda variável brasileira. Ele sugere que os três pilares dos portfólios sejam: renda fixa pós-fixada, ou seja, ativos conservadores como títulos atrelados à Selic ou ao CDI; títulos indexados à inflação, caso do Tesouro IPCA+; e diversificação global para capturar oportunidades de crescimento e se proteger contra “riscos locais”.
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“Com a manutenção de taxas de juros elevadas em 2025, a renda fixa pós-fixada segue como um dos pilares de qualquer portfólio conservador ou equilibrado”, diz Funchal. Na reunião do dia 12 de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic para 12,25% ao ano e sinalizou outras altas de 1 ponto para as duas reuniões seguintes. Até março, portanto, os ativos pós-fixados devem render mais de 1,11% ao mês na esteira dos juros a 14,25%, maior patamar desde setembro de 2016.
Esse nível de rentabilidade, com baixo risco e alta liquidez, torna difícil olhar para a Bolsa com empolgação. Desde o dia 27 de novembro, o Ibovespa cedeu mais de 5%, enquanto o dólar chegou a atingir a cotação de R$ 6,30, recorde nominal. As perspectivas para os juros futuros também encostaram em 16% ao ano, junto com as expectativas de inflação, que foram revisadas para cima.
Na data, o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) anunciou o aguardado pacote de corte de gastos do Governo. Contudo, junto às medidas, divulgou a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, proposta que eleva o dispêndio da União. Para o mercado, ficou o entendimento de que o Executivo não está comprometido com as contas públicas e de que a dívida do País deve crescer indefinidamente.
A falta de visibilidade tirou o brilho dos ativos de risco e jogou de vez os holofotes na renda fixa. Nesse cenário de volatilidade, ativos que pagam a variação da inflação ajudam a manter o poder de compra. “Esses ativos são ideais para investidores com horizonte de médio a longo prazo, especialmente aqueles interessados em preservar o poder de compra e capturar taxas reais elevadas enquanto estas ainda são oferecidas pelo mercado”, afirma o CEO da Bradesco Asset.
Já na diversificação internacional, Funchal sugere não só a renda variável, mas a renda fixa global, atrativa pelos juros mais altos no mundo. “Oferecendo um equilíbrio entre segurança e rentabilidade em moeda forte”, diz. Já quando o assunto são ativos de risco, ele recomenda exposição a setores disruptivos, mais raros na Bolsa brasileira, como aqueles ligados à inteligência artificial, energia renovável e “saúde digital”. Desta forma, os investidores conseguirão participar de tendências que ancoram o “futuro da economia global”.
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