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- Ações de empresas do setor de autopeças, locadoras e siderúrgicas podem valorizar com programa para baratear carros populares no Brasil
- Benefícios podem impactar mais diretamente Metal Leve (LEVE3), Localiza (RENT3), Movida (MOVI3) e Usiminas (USIM5)
- Combinação entre corte de impostos e redução da taxa Selic, segundo especialistas, teria maior impacto no setor automobilístico, pois ajudaria também no financiamento de carros
Empresas do setor de autopeças, locadoras de veículos e até siderúrgicas podem se beneficiar do programa para baratear o preço dos carros no Brasil, anunciado pelo vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), nesta quinta-feira (25).
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Segundo analistas ouvidos pelo E-Investidor, a lógica é simples. Com descontos para veículos abaixo de R$ 120 mil nos impostos federais PIS, Cofins e IPI, que podem ficar entre 1,5% e 10,79%, os carros ficarão mais baratos e a expectativa é que a demanda aumente. Como consequência, toda uma cadeia será impulsionada.
Os especialistas destacam que o reflexo no setor de autopeças pode refletir nas ações de empresas como Fras-Le (FRAS3), desenvolvedora de materiais de fricção para aplicação em sistemas de frenagem e a Romi (ROMI3), que produz e comercializa ferramentas e máquinas para processamento de plástico.
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Outras impactadas do setor de autopeças são a Metal Leve (LEVE3), que atua na fabricação e comercialização de componentes de motores à combustão interna e filtros automotivos, e a Randon (RAPT4), um conglomerado de dez empresas que atuam em três frentes: implementos e veículos para transporte de carga, produção de autopeças no geral, e serviços como consórcio de máquinas e imóveis.
Localiza (RENT3), Movida (MOVI3) e até mesmo Usiminas (USIM5) também podem entrar em rota de valorização. “A Usiminas é a líder nacional em aços planos, justamente o tipo utilizado na indústria automobilística e linha branca”, aponta Leonardo Bardese, head de renda variável da Lifetime Investimentos.
Werner Roger, sócio fundador e CIO da Trígono Capital, acredita que entre as empresas do setor de autopeças a Metal Leve seria, em sua visão, a mais beneficiada, porque atua mais fortemente no Brasil. Ele reforça que a concorrente Iochpe-Maxion (MYPK3) fabrica componentes para montadoras no exterior. “Metal Leve tem mais ou menos 30% do mercado interno”, diz.
Roger ainda aponta que as locadoras de veículos Localiza e Movida devem chamar a atenção dos investidores com a diminuição de impostos, já que poderão renovar a frota pagando menos.
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Yuri Landim, operador de renda variável da WIT Invest, destaca a Randon, que está com preço-alvo na casa de R$ 11. “Empresas que fornecem peças diretamente para veículos de passeio podem se beneficiar diretamente do aumento da demanda. Essas empresas podem experimentar um aumento nas vendas e nos resultados financeiros.”
Se a Selic caísse, benefício ao setor seria maior
Para o economista André Perfeito, o barateamento dos carros populares e, consequentemente, os benefícios para o setor automobilístico poderiam ter mais efeito se fossem consequência da queda da taxa Selic (taxa básica de juros), no lugar do corte nos impostos federais.
“A impressão que fico é que o governo resolveu fazer na ‘marra’ algo que poderia e deveria ser feito pela queda de juros. Hoje, as taxas estão altas em relação à renda disponível de tal sorte que não há demanda possível para o setor. É sabido que há grande ociosidade no setor automotivo e isso se deve à queda da renda interna e de crises em importadores da nossa produção, como a Argentina”, explicou.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), a indústria automobilística trabalha com 50% de sua capacidade e a faixa de carros populares parte de aproximadamente R$ 70 mil. Com as medidas anunciadas, o mercado pode receber carros abaixo dos R$ 60 mil.