O Grupo Casas Bahia (BHIA3) deve encerrar 2024 com um prejuízo de R$ 813 milhões, mostra relatório do Santander enviado à imprensa nesta quinta-feira (19). A previsão representa uma redução de 69% em relação a 2023, quando a empresa reportou um prejuízo de R$ 2,62 bilhões.
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Os analistas comentam que os números devem apresentar melhora anual, principalmente em relação ao quarto trimestre de 2024, devido às vendas da Black Friday e à espera de um bom desempenho em dezembro. “No trimestre até o momento, a BHIA3 ganhou dois pontos porcentuais de participação de mercado em seus principais segmentos (eletrodomésticos, eletrônicos e móveis)”, dizem Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, que assinam o relatório do Santander.
Eles comentam ainda que 2025 parece ser um ano promissor para a varejista, mas a situação macroeconômica do Brasil pode ser o lado negativo para a empresa. O trio de analistas afirma que o mercado de trabalho aquecido, juntamente com os programas sociais do governo, tende a levar o atual momento forte de vendas para 2025.
Selic elevada deve atrapalhar as Casas Bahia
No entanto, com a taxa básica de juros da economia, a Selic, prevista para atingir 14,25% ao ano até o fim do primeiro trimestre de 2025, a gerência observou alguns riscos de desaceleração nas vendas das Casas Bahia, potencialmente até o segundo semestre de 2025. “Com as expectativas de fortes vendas mantidas em 2025, a administração antecipa ganhos de alavancagem operacional. Isso deve gerar ganhos de 1,8 ponto porcentual de margem Ebitda (indicador que mede a rentabilidade operacional) em um ano, que estimamos em 8,9% em 2025”, salientam Couto, Huang e Fuziharo.
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Desse modo, os analistas destacam uma boa gestão da Casas Bahia, mas enxergam o cenário de alta de juros como desafiador devido ao endividamento da companhia, medido pela dívida líquida sobre Ebitda de 2,1 vezes. Sendo assim, eles calculam que a varejista deve reportar prejuízo de R$ 1 bilhão em 2025.
Devido aos fatos, o Santander tem recomendação neutra para o Grupo Casas Bahia (BHIA3) com preço-alvo de R$ 3,90 para o fim de 2025, uma possível alta de 28,7% na comparação com o fechamento de quinta-feira (19), quando a ação encerrou o pregão a R$ 3,03.