- A Cogna realizou na última quinta-feira (8) seu "Investor Day", em que apresentou aos investidores dados sobre duas organizações educacionais da empresa, Kroton e Vasta
- Porém, as informações positivas não foram suficientes para segurar o desempenho do papel da companhia. O papel COGN3 estava em queda de 6%, por volta das 16h50
- Régis Chinchila e Luis Novaes, analistas da Terra Investimentos, afirmaram que a empresa “não comentou sobre aspectos importantes do curto-prazo, como a alavancagem que vem pressionando os últimos resultados
A Cogna realizou na última quinta-feira (8) seu “Investor Day”, em que apresentou aos investidores dados sobre duas organizações educacionais da empresa, Kroton e Vasta. No evento, a companhia informou que o primeiro braço deve ter uma grande alavanca de crescimento, muito por conta da possibilidade de uma base de alunos maior a partir do próximo ano, enquanto o segundo pode apresentar um sólido crescimento orgânico.
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Acilio Marinello, coordenador do MBA da Trevisan Escola de Negócios, afirmou que as primeiras impressões do evento foram positivas e alguns resultados vieram alinhados com o que era esperado. Para ele, o destaque foi a Kroton, que teve um aumento significativo na oferta dos produtos para os meios digitais. “Os cursos em EAD tiveram um avanço de 165%, o que é uma alavanca muito importante no segmento da educação, para crescer de forma exponencial, reduzindo custos e aumentando suas margens”, afirma.
Dessa forma, a Kroton focará nos próximos meses em sua manutenção e expansão dos polos educacionais, maturação e expansão dos cursos, novos canais de venda, evolução de vagas no curso de medicina e aumento nas taxas de rematrícula.
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Já a Vasta teve um crescimento de 2021 para 2022 em torno de 30%. “Os números apresentados agora, principalmente a geração de caixa, vêm gerando uma expectativa de que a Cogna pode de fato alcançar os objetivos traçados em 2020”, ressalta Marinello.
A Cogna afirmou no evento que pode reduzir a alavancagem financeira sem novos aportes de capital. A alavancagem é um termo usado para designar qualquer técnica usada como operação de crédito para multiplicar a rentabilidade através do endividamento. “A administração da companhia está confiante de que o caixa é suficiente para reduzir a dívida”, diz Rafael Barros, analista de educação da XP.
Porém, as informações positivas não foram suficientes para segurar o desempenho do papel da companhia. O papel COGN3 estava em queda de 6%, por volta das 16h50. Desde o evento, a ação recuou 9,50%.
Por que a ação caiu
Régis Chinchila e Luis Novaes, analistas da Terra Investimentos, afirmaram que a empresa “não comentou sobre aspectos importantes do curto-prazo, como a alavancagem que vem pressionando os últimos resultados”. “Portanto, mesmo que a empresa continue crescendo e ganhando participação de mercado (aumento no número de alunos), não foram apresentados indicativos de que o negócio se tornará mais rentável”, disseram.
Heitor De Nicola, especialista de renda variável e sócio da Acqua Vero Investimentos, por sua vez, declarou que “apesar de a companhia esperar margens operacionais um pouco melhores à frente, maiores despesas financeiras devem continuar pesando o caixa da Cogna [o que impacta os dividendos dos acionistas e, consequentemente, o interesse do mercado pela ação].” No acumulado do mês, os papéis da companhia apresentam recuo de 11,61%, enquanto no ano caem de 19,51%.
Já Mauricio Cepeda e Pedro Caravina, analistas do Credit Suisse, disseram que a Cogna segue focada em ações pragmáticas que otimizem o fluxo de caixa. “A empresa abordou o tema da dívida e se mostrou confortável sobre o assunto, alegando que reduzirá os gastos [via renegociação]”. Porém, a dupla ressalta que dado o ambiente economicamente pressionado, com a instabilidade fiscal e o alto custo do crédito, a evolução dos resultados operacionais ainda é limitada.
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Os analistas da Terra Investimentos e Nicola mantém recomendação neutra para os papéis da Cogna. Chinchila e Novaes colocam como preço justo R$ 3,20.
