O mercado de ações pode ser um parceiro instável. Períodos de alta contínua podem dar a sensação de uma estrada segura e previsível, mas, ao atingir o pico, o investidor costuma ser lembrado, de forma brusca, de que está em uma montanha-russa, não em um teleférico.
A volatilidade não deve ser temida. Pelo contrário: ela pode ser uma aliada na busca por ganhos futuros e uma excelente professora para investidores de todos os níveis de experiência.
Aqui estão seis lições importantes que os investidores podem tirar da recente volatilidade do mercado de ações.
Diversificação importa ainda mais em tempos de incerteza
Este ano tem sido um exemplo claro de por que manter uma carteira diversificada é tão importante. “Desde o forte desempenho de ações internacionais até a mudança de liderança entre os setores nos EUA, investidores concentrados em um único tema ou região podem ter sido pegos de surpresa”, afirma Crit Thomas, estrategista de mercado global na Touchstone Investments.
Investidores com exposição ampla a diferentes tipos e classes de ativos viveram uma jornada mais suave — e, em alguns casos, até colheram ganhos inesperados. “Não se trata apenas de proteção, mas de se posicionar para uma gama mais ampla de cenários”, completa Thomas.
Não deixe a política guiar suas decisões de investimento
“Investir com base em convicções políticas pode levar a decisões custosas”, alerta Steve Kutz, presidente regional da BNY Wealth no Nordeste dos EUA. Ele lembra que os mercados demonstraram resiliência sob governos Republicanos e Democratas — e que, historicamente, períodos de governo dividido têm sido favoráveis às ações.
Se o seu objetivo principal é retorno, o ideal é deixar as visões políticas de lado ao tomar decisões financeiras.
Correções de mercado são normais
Essa é uma das lições mais recorrentes — e que os investidores precisam aprender repetidamente. O S&P 500 passou, em média, por três retrações de 5% a 10% ao ano desde 1928, além de uma correção de 10% anualmente. Desde 1871, houve 19 quedas de mercado (de 20% ou mais), incluindo perdas de até 79%. Ainda assim, o mercado se recuperou de todas elas.
“A volatilidade é uma característica, não um defeito, do mercado de ações”, afirma Kutz. “Correções costumam abrir oportunidades e, historicamente, alguns dos melhores retornos vieram após períodos de queda acentuada.”
A principal lição, segundo ele, é permanecer investido nos momentos difíceis — e, se possível, aportar mais. A recompensa tende a vir adiante.
Seja estratégico em mercados de baixa
A volatilidade não precisa ser vista como inimiga. Muitas vezes, há boas oportunidades escondidas sob a superfície instável.
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“Quando o mercado balança, é uma ótima chance para fazer um rebalanceamento fiscalmente eficiente”, explica Erin Wood, vice-presidente sênior de Planejamento Avançado da AssetMark. A chamada colheita de prejuízos permite usar perdas para compensar ganhos em outros ativos — o que ajuda a ajustar a carteira sem descuidar da eficiência tributária.
Além disso, as quedas podem ser um bom momento para comprar ativos de qualidade a preços mais baixos. Se houver receio de investir de uma só vez, uma alternativa é recorrer à estratégia de preço médio, aportando aos poucos para diluir riscos.
Foque no tempo de exposição ao mercado, não no timing
Tentar prever os movimentos do mercado costuma ser uma armadilha. “A volatilidade do mercado tende a se concentrar em certos períodos”, observa Kezia Samuel, estrategista-chefe de mercado na AssetMark. “Grandes oscilações, tanto para cima quanto para baixo, costumam ocorrer em sequência, dificultando evitar apenas os dias ruins.”
Mesmo investidores profissionais têm dificuldade em acertar o timing. Afinal, é preciso acertar duas vezes: saber quando sair antes da queda — e quando voltar antes da recuperação.
A melhor estratégia, segundo Samuel, é seguir firme durante os altos e baixos. “Pode exigir um pouco de estômago, mas tende a ser mais saudável para o portfólio”, resume.
Não subestime a resiliência da economia dos EUA
Uma das lições mais claras dos últimos meses, segundo Hicks, é a força de recuperação da economia norte-americana. “Apesar dos frequentes alertas de recessão e das taxas de juros elevadas, os EUA surpreenderam os céticos”, afirma Thomas. O consumo, o mercado de trabalho e os lucros corporativos continuam positivos.
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“A manchete assusta, mas muitas vezes subestima a capacidade de adaptação da economia”, diz ele. A recomendação é simples: manter o foco nos fundamentos e resistir à tentação de decisões impulsivas.
Em tempos de incerteza e volatilidade, Hicks lembra: o investidor também é resiliente — e o portfólio tende a se recuperar, desde que se dê a ele tempo suficiente.
Esta história foi originalmente apresentada em Fortune.com e foi traduzido com o auxílio de ferramentas de inteligência artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.