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Ações da Cosan despencam após entrada na Vale. É hora de comprar?

A Cosan anunciou na última sexta-feira a aquisição de 4,9% das ações da Vale (VALE3)

Ações da Cosan despencam após entrada na Vale. É hora de comprar?
Trem da Rumo no terminal intermodal na cidade de Itirapina. foto: Tiago Queiroz/Estadão
  • A notícia da aquisição na Vale repercutiu de forma negativa para a Cosan
  • O negócio busca diversificar o portfólio da Cosan e ampliar a participação em empresas competitivas
  • Para o investidor, a queda no preço do papel da Cosan pode significar uma oportunidade de investimento

A Cosan (CSAN3) surpreendeu o mercado ao anunciar na sexta-feira (7) a aquisição de 4,9% das ações da Vale (VALE3). A notícia, no entanto, não foi bem recebida pelos investidores. Na manhã desta segunda-feira (10), as ações da companhia despencaram mais de 6%. Apesar do pessimismo, o derretimento do papel pode representar uma oportunidade de compra em virtude da possibilidade de ganhos que a aquisição pode oferecer no longo prazo.

No dia da divulgação do negócio as ações da Cosan encerraram o pregão com uma queda de 8,7%, cotadas a R$ 16,65. A desvalorização continuou ao longo desta segunda-feira. Por volta das 15h15, os papéis recuavam 6,91%, sendo negociados a R$ 15,50.

Embora haja um pessimismo por parte do mercado, na avaliação do BTG Pactual, a decisão da Cosan (CSAN3) em ter participação na Vale (VALE3) reforça a postura da companhia em investir em empresas com vantagens competitivas. “Crescer em diferentes setores faz parte do DNA da CSAN e aceitar isso é fundamental para compreender a tese de investimento. O negócio é mais um passo da CSAN para setores de forte importância para a transição energética global”, afirmou o banco em relatório.

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Mas as recentes quedas no preço do papel da Cosan podem significar uma boa oportunidade de investimento. Mário Goulart, analista CNPI e criador do canal do YouTube ‘O Analisto’, enxerga que as duas companhias podem ter sinergias interessantes em termos de logística em um período de longo prazo. Como a Cosan é a maior produtora de açúcar e álcool do País, a empresa necessita de uma cadeia de logística eficiente.

“Eu vejo uma possibilidade de integração de todo um corredor ferroviária que liga o porto de Santos (SP) até o porto de Itaqui (MA). Não que a empresa vai conseguir uma integração direta porque a Cosan não vai assumir a estrada de Ferro Carajás (operada pela Vale) mas terá mais possibilidade de autorização para operar em todo esse corredor”, afirma Goulart. A estrada de ferro de Carajás liga o município de Carajás, no Pará, até o porto de Ponta da Madeira, no município de São Luís (MA).

Os analistas da Levante também enxergam a Cosan como uma oportunidade de investimento em virtude das suas boas alocações de capital em empresas com vantagens competitivas. “Devido ao seu ótimo histórico, continuamos enxergando a Cosan como uma holding vencedora e merecedora de um voto de confiança, sendo um bom investimento com visão de longo prazo”, informou a corretora.

Além da Vale (VALE3), a Cosan possui participação na Rumo Logística (RAIL3), na Compass Gás e Energia (PASS3), na Moove e na Raízen (RAIZ4).

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