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Quais são as empresas que vão pagar dividendos e JCP em setembro?

Remuneração ajuda investidores aumentar o patrimônio. Veja quem paga, quando, quanto e quem tem direito a receber

Alliança (AARL3) recebe adiantamento de R$200 mi para aumento de capital. (Foto: Envato Elements)
  • Os pagamentos estão programados para acontecer doa dia 1º a 29 de setembro
  • A remuneração pode ser uma oportunidade do investidor em aumentar o volume do capital aplicado

A chegada de setembro deve ser vista com ânimo para alguns investidores que devem ser “presenteados” com uma remuneração a mais na conta bancária. Isso deve acontecer porque sete companhias listadas na Bolsa anunciaram o pagamento de dividendos e de juros sobre capital próprio (JCP) para o próximo mês. A previsão é que os valores divulgados por cada empresa caiam na conta dos investidores entre os dias 1º a 29 de setembro.

A Vale (VALE3) será a primeira a distribuir proventos aos seus acionistas. Segundo a companhia, os investidores devem receber R$ 1,918471798 por ação nesta sexta-feira (1º), o maior valor que será pago em setembro. Por essa razão, oito corretoras e bancos recomendaram as ações da mineradora para os investidores focados em dividendos no início de agosto.

O BTG Pactual foi um dos que incluiu o papel na sua carteira de investimentos. Segundo a instituição financeira, a recomendação se baseia na melhora dos resultados no segundo trimestre de 2023 após números “decepcionantes” no primeiro trimestre do ano. A recuperação, para os analistas do BTG, deve ajudar a melhorar a percepção do mercado sobre a tese de investimento da empresa.

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“Agora estamos mais confiantes de que o momento operacional mais fraco da empresa passou e que a produção/vendas e o desempenho de custos devem continuar melhorando nos próximos trimestres”, informou o BTG. Veja os detalhes nesta reportagem.

A Grendene (GRND3) entrou na lista das companhias que vai agradar os seus investidores nos primeiros dias de setembro. No dia 10 de agosto, o Conselho de Administração da empresa aprovou a distribuição de dividendos no valor de R$ 0,018995091 por ação.

O pagamento está previsto para acontecer no próximo dia 6. A fabricante de calçados foi a quinta companhia da Bolsa que mais pagou dividendos aos seus acionistas nos últimos 12 meses. Como mostramos nesta reportagem, o valor pago no período correspondeu a R$ 1,27 por ação.

Confira as outras companhias que possuem previsão de pagamentos de proventos em setembro:

Vale (Vale3)

A Vale informou no dia 27 de julho a aprovação da distribuição de juros sobre capital próprio pelo Conselho de Administração. Os investidores vão receber por ação R$ 1,918471798 previsto para ser depositado no dia 1º de setembro por meio do Citibank. Segundo a companhia, as ações da mineradora serão negociadas ex-JCP na B3 e na NYSE a partir de 14 de agosto de 2023.

Grendene (GRND3)

O Conselho de Administração da Grendene aprovou no dia 10 de agosto a distribuição de dividendos no valor de R$ 0,018995091 por papel. O pagamento está previsto para acontecer no dia 6 de setembro e sem a remuneração ou atualização monetária. A boa notícia é que não haverá retenção do Imposto de Renda (IR). Segundo a Grendene, as ações ficaram  como “ex-dividendos” no dia 22 de agosto.

Banese (BGIP3)

O Banco do Estado de Sergipe (Banese) aprovou no dia 14 de agosto a distribuição de juros sobre capital próprio (JCP). Os valores previstos são de R$ 1,189349212 por ação para os papéis ordinárias (BGIP3) e R$ 1,308284133 por ação para as preferenciais (BGIP4). A remuneração prevista para ser paga no dia 6 de setembro deve sofrer uma retenção de 15% do Imposto de Renda (IR) direto da fonte. Vale lembrar que, desde 18 de agosto, os papéis da companhia seguem negociados na bolsa como “ex-JCP”.

Companhia Aliança da Bahia (CSAB3/CSAB4)

A Companhia de Participações Aliança da Bahia (CSAB) comunicou aos acionistas no dia 14 de agosto a aprovação do pagamento de divbidendos correspondente a R$ 0,2964545833 por ação ordinária (CSAB3) e a R$ 0,3261000416 por ação preferencial (CSAB4). A distribuição da remuneração aconteceu no dia 13 de setembro. Já as ações seguem sendo negociadas como “ex-dividendos” na B3 desde o dia 24 de agosto.

JHSF (JHSF3)

A companhia JHSF3 vai pagar R$ 0,0442529756 por ação aos seus acionistas. O pagamento será realizado no dia 20 de setembro de 2023. As ações ficarão como “ex-dividendos” a partir de 12 de setembro.

Engie Brasil (EGIE3)

A Engie Brasil vai pagar no dia 26 de setembro os dividendos complementares referentes ao exercício de 2022, aprovados na Assembleia Geral Ordinária em abril. O valor a ser distribuído aos acionistas será de R$ 1,78344073619 por ação.

Cambuci (CAMB3)

A Cambuci havia comunicado no dia 15 agosto a distribuição de juros sobre capital próprio (JCP) para setembro. Segundo a companhia, os investidores devem receber no dia 29 de setembro R$ 0,07858546 por ação. O pagamento não terá correção monetária e haverá dedução do Imposto de Renda retido na fonte. As ações serão negociadas “ex-JCP” após o dia 15 de setembro.

Como montar uma carteira focada em dividendos

Os dividendos correspondem a uma parcela do lucro de uma companhia de capital aberto distribuída aos seus acionistas. A remuneração ajuda os investidores aumentar o patrimônio nos investimentos.

No entanto, há empresas na Bolsa que não conseguem “agradar” os acionistas de forma regular por depender dos ciclos econômicos para entregar bons resultados. Por esse motivo, Felipe Ruiz, sócio do Ações Garantem Futuro (AGF+), sugere dar prioridade às ações de companhias com negócios menos suscetíveis às dinâmicas econômicas e que possuem um histórico de pagamento regular de proventos.

Na prática, isso significa que as ações de empresas de setores cíclicos, como as de varejo, devem estar fora do seu portfólio. “Essas empresas podem oferecer dividendos excelentes na fase positiva do ciclo, mas reduzir drasticamente as distribuições na fase de vacas magras”, explica Ruiz.

A outra alternativa consiste em atribuir esse papel a um gestor por meio de fundos de investimentos focados em ações pagadoras de dividendos. Esses instrumentos podem evitar que o investidor se posicione em negócios que possam divergir dos seus objetivos financeiros.

“Por acompanhar diariamente o mercado, a decisão é mais assertiva e a rentabilidade obtida tende a ficar bem acima. Além disso, o fundo consegue obter escala para reinvestir os proventos recebidos com mínimos custos de transação”, diz Fernando Camargo Luiz, gestor da Trópico Investimentos. No entanto, vale destacar que, para esses produtos, os investidores precisam ficar atentos ao histórico dos gestores responsáveis pelo fundo e aos custos com as taxas de administração.