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Comprar ou vender? A visão de 8 corretoras sobre as ações da Petrobras

O E-Investidor ouviu as recomendações de 8 bancos e corretoras, que variam entre venda, neutra e compra

Comprar ou vender? A visão de 8 corretoras sobre as ações da Petrobras
(Foto: Geraldo Falcão/Petrobras)
O que este conteúdo fez por você?
  • A Petrobras está passando por grandes mudanças em 2023, desde que a nova gestão assumiu o controle da estatal
  • Tudo isso enquanto o mercado tenta precificar e chegar a um consenso sobre o valor justo de PETR3 e PETR4
  • O E-Investidor ouviu as recomendações de 8 bancos e corretoras, que variam entre venda, neutra e compra

A Petrobras está passando por grandes mudanças em 2023, desde que a nova gestão assumiu o controle da estatal. Troca de CEO, fim da política de preços de paridade internacional (PPI), nova política de dividendos. Tudo isso enquanto o mercado tenta precificar e chegar a um consenso sobre o valor justo de PETR3 e PETR4.

Não é tarefa fácil, como destacaram analistas. Mas, à medida que novas informações sobre o futuro da estatal são divulgadas, é possível ver um ajuste nas recomendações. Nesta sexta-feira (25), às 13h55, as ações da companhia estão em baixa. PETR3 cai 0,99%, a R$ 34,97, e PETR4 tem baixa de 0,47%, a R$ 32,04.

Na semana passada, logo após o anúncio de um reajuste para cima nos preços da gasolina e do diesel, a Ágora Investimentos atualizou suas projeções para a PETR4. Esta semana foi a vez do BTG Pactual modificar a recomendação de neutra para compra das ADRs (American Depositary Receipts) da estatal.

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Para tentar entender como o mercado está analisando as ações da maior companhia da Bolsa de Valores brasileira, o E-Investidor ouviu as recomendações de 8 bancos e corretoras, que variam entre venda, neutra e compra. Confira:

Ágora Investimentos

  • Recomendação: compra

A Ágora atualizou sua recomendação para a PETR4, de neutra para compra, um dia após a estatal anunciar o reajuste no preço de combustíveis. José Cataldo, superintendente de research da corretora, destaca que a defasagem no preço dos combustíveis praticado no mercado nacional em relação ao exterior era um dos principais pontos no radar do mercado, porque poderia afetar as margens da companhia. Com a mudança anunciada, o risco diminuiu, ao menos por hora.

“A Petrobras é um investimento de grande retorno total, em nossa opinião, embora o nosso preço-alvo ofereça upside relativamente baixo”, diz o relatório da Ágora, divulgado na semana passada.

Apesar da elevação na recomendação, o preço-alvo da corretora para a PETR4 foi mantido em R$ 38 por papel.

Ativa Investimentos

  • Recomendação: neutra

A Ativa mantém a recomendação neutra para a Petrobras, mas, dado as mudanças na companhia, está revisando seu preço-alvo para os papéis, que até então estava em R$ 28.

Ilan Arbetman, analista da casa, explica que o mercado tinha principalmente três preocupações em relação à estatal: a política de dividendos, a política de preços que substituiria o PPI e a estratégia de alocação de capital da companhia, o capex. As alterações já anunciadas nos dois primeiros pontos, segundo ele, ajudaram a reduzir as dúvidas que pairavam sobre a companhia. Por isso, muitas revisões positivas vem acontecendo entre corretoras e bancos.

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Mas é o terceiro ponto que ainda preocupa a Ativa e faz com que a recomendação permaneça neutra.

“Houve um call do CFO da companhia com analistas em que ele disse quais seriam as bases de um novo capex para 2024. Somam-se os valores do plano estratégico para 2023-27 com a inflação e novos projetos. Se realmente for só isso, um aumento do capex na casa dos 10%, o mercado recebe bem”, explica o analista. “Só que há dúvidas se realmente será só isso.”

O mercado só conhecerá o novo capex da companhia com a divulgação do Plano Estratégico 2024-2028, que acontecerá em 01 de dezembro.

BTG Pactual

  • Recomendação: compra

O BTG Pactual elevou a recomendação para as ADRs da Petrobras de neutro para compra nesta semana. O entendimento do banco é que os riscos associados, hoje, estão mais baixos, especialmente depois da decisão da estatal de reajustar os preços dos combustíveis – “uma das últimas razões para a nossa posição cautelosa de longa data em relação às ações”, disseram em relatório os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte.

O time de research do banco disse ainda que havia subestimado os mecanismos de defesa oferecidos pelos estatutos melhorados da estatal, bem como a lei das estatais. Agora, predomina o sentimento de que a alocação de capital na companhia não pode ser tão facilmente interferida, o que protege resultados e preserva balanços futuros.

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O banco tem preço-alvo de US$ 16 para as ADRs da Petrobras.

Empiricus Research

  • Recomendação: neutra

Até o início deste mês de agosto, a Petrobras estava presente na carteira da Empiricus voltada ao ganho de dividendos, uma posição carregada desde abril de 2022. Mas o cenário mudou. “Depois de uma alta de quase 100% no período, do anúncio de redução na distribuição de dividendos (para 45% do Fluxo de Caixa Livre) e das intenções do governo de aumentar os investimentos em áreas menos rentáveis para a companhia, o risco vs. retorno ficou menos interessante em nossa visão, e decidimos vender os papéis da nossa carteira e assumir uma recomendação neutra”, explica Ruy Hungria, analista da Empiricus Research.

O entendimento da casa é que a PETR4 ainda está barata e pagando bons dividendos, mas não o suficiente para fazer frente a outros fatores, como possíveis interferências políticas e deterioração da alocação de capital.

Genial Investimentos

  • Recomendação: venda

A Genial Investimentos tem recomendação de venda para PETR4, com preço-alvo de R$ 25. Na visão da corretora, o principal risco é a reedição de políticas que não deram certo em outros governos do PT, como subsídios de combustíveis ou utilização da estatal como ferramenta de políticas de desenvolvimento.

Vitor Sousa, analista da casa, destaca que o valuation da Petrobras não parece caro, mas que, apenas considerando uma normalização do preço do petróleo e um aumento nos investimentos por parte da companhia, já é esperado uma compressão das margens. “Isso sem considerar nada de absurdo acontecendo”, ressalta. “A dúvida que fica é se essa geração de caixa, que é muito saudável, aguenta desaforo suficiente para justificar uma recomendação mais agressiva. E na minha opinião, não.”

Guide Investimentos

  • Recomendação: compra

A Guide mantém a recomendação de compra para a Petrobras, tendo em vista perspectivas ainda positivas para a companhia no curto prazo. “Quem investir hoje na Petro compra uma empresa que vai continuar gerando caixa, tendo disponibilidade para distribuir muitos dividendos, em um contexto do preço do barril de petróleo ainda elevado; então é válido”, diz o analista Mateus Haag.

O preço-alvo para PETR4 é de R$ 35.

Órama Investimentos

  • Recomendação: neutra

A Órama prefere ficar fora das ações da Petrobras em função das incertezas em relação à governança corporativa da estatal, ainda que reconheça que a ação esteja operando em múltiplos vantajosos. Phil Soares, chefe de análise de ações da casa, destaca que a PETR4 vem em uma alta nos últimos dias, impulsionada pelo reajuste nos combustíveis anunciado.

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“Apesar do reajuste feito estar aquém do que é necessário para deixar a paridade internacional, só o fato de ter tido um ajuste já sinaliza uma inclinação do governo de não repetir os mesmos erros que foram feitos com a Petrobras ao longo dos anos 2003, 2014”, explica. “Ainda assim, temos evitado nos posicionar no papel por conta da questão da incerteza associada ao controle estatal. Dentro desse setor de petróleo, a nossa preferida é a Prio (PRIO3)”.

Santander

  • Recomendação: compra

O Santander mantém a recomendação de compra para as ADRs da Petrobras, com preço-alvo de US$ 19 por papel. O call positivo para a estatal já vem de algum tempo, mesmo com todas as mudanças recentes anunciadas.

Na visão do banco, a nova política de dividendos na estatal deve distribuir menos proventos, mas ainda em um nível sólido, com potencial de recompras; o que é visto como positivo. “O novo pagamento implica em DYs para 2023 e 2024 de 13% e 9%, respectivamente e um atraente EV/EBITDA em 2024 de 2,5x (um desconto de aproximadamente 40% para grandes empresas globais e 15% para pares chineses), apoia a nossa classificação de compra”, diz um relatório dos analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, escrito no final de julho.

Em agosto, a mudança no preço dos combustíveis também foi considerada um sinal positivo, “retornando a rentabilidade do refino a níveis saudáveis”, destacaram os analistas.

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