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Eletrobras (ELET3): resultados fracos reduzem otimismo com a ação? Veja análises

No 1º trimestre deste ano, a companhia reportou um lucro líquido 19% menor em relação ao mesmo período de 2023

Eletrobras (ELET3): resultados fracos reduzem otimismo com a ação? Veja análises
A Eletrobras foi privatizada em junho de 2022. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
  • Os números operacionais reportados pela companhia inferiores ao primeiro tri 2023 não intimidaram os analistas que mantêm recomendação para a ação
  • Para eles, a companhia apresentou avanços significativos, como a redução de custos, que sinaliza ao mercado o compromisso da gestão em melhorar a sua operação

A Eletrobras (ELET3/ELET6) apresentou resultados menores no primeiro trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano passado, mas os números não foram o suficiente para mudarem as perspectivas positivas do mercado para a companhia.

De janeiro a março deste ano, a empresa reportou uma receita líquida de R$ 8,71 bilhões, volume 5% menor em comparação ao mesmo período do ano anterior. Já o lucro líquido reduziu  19% durante o mesmo período. Os resultados do balanço foram divulgados nesta quinta-feira (9). Veja os detalhes nesta reportagem.

Para EQI Research, mesmo com os números inferiores, a companhia mostrou avanços operacionais em áreas importantes, como os custos PMSO (pessoal, material, serviços e outros) que caíram 10% em 12 meses. “Os custos com pessoal também tiveram uma redução de 7% na comparação anual, indicando um esforço contínuo para reduzir os custos operacionais”, destaca a corretora em relatório divulgado nesta quinta-feira (9).

O crescimento em transmissão com a implementação de 240 projetos de grande porte também foi visto como bons olhos pelo mercado. Segundo a EQI Research, os projetos serão responsáveis por gerar uma Receita Anual Permitida (RAP) adicional de R$ 1,1 bilhão entre 2024 e 2028.

A Ativa Investimentos segue a mesma linha em relação aos números do 1T24 da Eleteobras. Além das reduções dos custos, a visão otimista para a Eletrobras se pauta na evolução do volume de energia vendida de 12,4% e de 3,5% nos segmentos de mercado cativo (definição para a oferta de energia destinada à residência, indústrias e comércios com baixa tensão) e mercado livre (quando as empresas têm o poder de escolha de definir o seu fornecedor de energia), respectivamente.

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“Com uma visibilidade ainda baixa dos preços (de energia) de longo prazo, a companhia executou com êxito sua estratégia de costurar acordos com uma duração mais curta”, escreveu Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, em relatório. A corretora destacou ainda que a Eletrobras encerrou o primeiro trimestre de 2024 com um caixa de R$ 17,3 bilhões e uma dívida R$ 43,0 bilhões. Na prática, esses números viabilizam uma alavancagem próxima a 2x, considerado um patamar saudável para a empresa.

Esse desempenho sustenta a recomendação de compra para as ações ordinárias da companhia com um preço-alvo de R$ 54, o que representa um potencial de valorização de 36,4% em comparação à cotação do papel no pregão de quarta-feira (8).

Ainda com preço de estatal

Os avanços operacionais da Eletrobras reforçaram também a recomendação de compra da Genial Investimentos para os papéis ordinários com um preço-alvo de R$ 52. No entanto, a orientação não se deve apenas aos ganhos operacionais vistos no último balanço.

Vitor Sousa, analista do setor elétrico e saneamento da corretora, explica que a companhia continua com múltiplos em patamares semelhantes ao de uma empresa estatal. Isso porque, na visão dele, a taxa interna implícita de retorno em termos reais permanece na faixa de 13,3%  e a empresa ainda possui um preço sobre valor patrimonial (P/VP) de 0,7x  – quando o resultado da relação P/VP for menor do que 1 significa que o papel é negociado na bolsa abaixo do valor considerado ideal pelo mercado.

A título de comparação, as outras empresas privadas de geração e transmissão de energia costumam ser negociadas a um P/VP em torno de 3x. “Esse desconto não acontece sem nenhum motivo tendo em vista todo o risco político ao redor do case da empresa e ausência de novidades claras quanto a evolução do aumento de eficiência da empresa (PDIs, venda de ativos, incorporação de subsidiárias, etc)”, escreveu Sousa em relatório.

Apesar da avaliação positiva, as ações da Eletrobras operam no vermelho no pregão desta quinta-feira (9). Às 12h, os papéis ordinários caíram 5,41%, cotados a R$ 37,45. Já as ações preferenciais classe B operam uma desvalorização de 3,92%, negociadas a R$ 42,17. Já as 12h30, a desvalorização chegou a 4,19% e 3% para as ações ELET3 e ELET6, respectivamente.

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