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- A Eletrobras reconheceu o risco de reversão de sua privatização em documento arquivado na SEC e na CVM
- Analistas afirmam que o documento não deve impactar o preço das ações no curto prazo
- Até aqui, o risco de reestatização é visto como baixo
Em um documento arquivado na quinta-feira (20) junto à Securities and Exchange Commission (SEC) e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), relativo ao exercício de 2022, a Eletrobras (ELET6) relacionou, entre os riscos a que está sujeita, o questionamento do processo de privatização da companhia pelo atual governo.
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“Nossa privatização está sendo questionada na Justiça. Além disso, certos políticos, incluindo o recém-eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu partido, podem propor formalmente a reversão da privatização”, menciona o relatório.
No entanto, especialistas afirmam que as ações da Eletrobras não devem sofrer quedas de curto prazo decorrentes do texto. A avaliação de analistas é de que a questão já estava no radar do mercado desde o final do ano passado e não deve influenciar novas baixas.
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Na contramão do ruído, a performance do papel foi altamente positiva nesta segunda-feira (24). Ao final do pregão, a valorização diária foi de 2,45%. A alta se dá em movimento descrito como não muito claro. Entre as explicações para o dia de ganho está a possível expectativa de lucros em curto prazo diante da volatilidade do papel.
Fato novo?
Para o analista da Empiricus Research, Ruy Hungria, apesar de a admissão em si ser um fato novo, os riscos associados à questão não aumentam por causa dela. “O risco de uma possível reversão da privatização já era bem conhecido, estava no radar da grande maioria dos investidores e não agrega nada de novo à tese”, diz.
A avaliação das casas consultadas é de que a ação já tem esse risco embutido no preço. Nos últimos seis meses a queda acumulada é de 23,44%. Por trás da baixa está não só o receio dos investidores com a possibilidade de intervenção estatal, mas também o período negativo para as empresas do setor em razão das baixas do valor da energia, conforme mostramos nesta matéria.
“Não vemos o reconhecimento do risco de questionamento da privatização como algo material e novo que possa impactar as ações da companhia”, afirma Luís Moran, head da EQI Research. Para o gestor, a questão foi incluída no documento para que todos os investidores estejam cientes.
Como o risco é encarado?
Até aqui, o risco de reestatização é visto como baixo. A avaliação é de que o processo finalizado no ano passado passou por todo o rito legal e revertê-lo dependeria não só de amplo apoio no Congresso Nacional, como também do pagamento de um montante bilionário pelo governo em troca das ações.
Danielle Lopes, sócia e analista da Nord Research, destaca que a reestatização mudaria por completo as perspectivas para o futuro da companhia. “A estimativa é investir mais que o dobro nos próximos 15 anos. O mercado ficou entusiasmado com o plano de negócios”, diz sobre uma das características que ficaria sob risco.
Alta diária
Já a alta desta segunda-feira estaria relacionada principalmente à expectativa de lucros no curto prazo. “Parece trade oportunístico”, considera Lopes, da Nord. Para a analista, como parte do mercado não vê riscos novos, o momento de burburinho causado pelo relatório da Eletrobras pode influenciar investidores a se exporem ao papel para aproveitar da volatilidade.
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