- As ações da Embraer (EMBR3) disparam 121,6% no acumulado de 2024
- Analistas estimam em qual patamar a ação da companhia deve encerrar ao fim de 2025
- Veja as perspectivas para os lucros da empresa para o acumulado de 2024
As ações da Embraer (EMBR3) disparam 121,6% no acumulado de 2024. O papel foi de R$ 22,39 no último pregão de 2023 para R$ 49,63 no fechamento desta terça-feira (22). O tom positivo do ano acontece em meio aos bons resultados financeiros em 2024. No segundo trimestre de 2024, a empresa reportou um lucro líquido de R$ 415,7 milhões, alta de 33,6% na comparação com o mesmo período em 2023. Para o ano cheio de 2024, as estimativas também são otimistas para os especialistas.
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Na visão do Goldman Sachs, por exemplo, a empresa reportou um bom número de entregas de aeronaves no terceiro trimestre de 2024, com 57 aviões, ante 43 no terceiro trimestre de 2023, uma alta de 32,5%. Os analistas também lembram que a carteira de pedidos da Embraer no final do terceiro trimestre de 2024 foi de US$ 22,7 bilhões, um aumento de 28% na comparação com o mesmo intervalo em 2023.
Desse modo, os analistas elevarem suas estimativas de Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 2024 de US$ 704 milhões para US$ 719 milhões. Em 2025, a estimativa foi de US$ 813 milhões para 819 milhões. No caso de 2026, a expectativa para o Ebitda passou de US$ 920 milhões para US$ 928 milhões.
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Para a equipe do Itaú BBA, os números da Embraer foram acima do esperado. Os especialistas lembram que, na prévia do 3º tri, as vendas executivas chegaram a 41 aeronaves, superando as expectativas do BBA de 37 aeronaves. Os especialistas também relatam que o aumento da carteira de pedidos da Embraer foi impulsionado principalmente pelos negócios de defesa e pela divisão de serviços.
Já para a equipe da Ágora Investimentos e Bradesco BBI, as entregas de aeronaves comerciais ficaram abaixo do esperado, visto que os estrategistas esperavam 19 unidades, enquanto companhia brasileira registrou 16 unidades. “Em nossa opinião, isso pode estar relacionado à maior participação de E2s, nos quais a eficiência de produção continua em fase de aceleração se comparado aos E175s e à interrupção global da cadeia de suprimentos”, explicam Victor Mizusaki do Bradesco BBI e Wellington Lourenço, da Ágora Investimentos.
Os analistas comentam ainda que as entregas de aeronaves comerciais da Embraer no terceiro trimestre de 2024 representaram 21% da orientação para 2024 no ponto médio, alta de 2 pontos porcentuais, com o indicador ficando acima da média histórica. Isso representa 45% das entregas ainda a serem feitas no quarto trimestre de 2024, próximo à média histórica de 44%.
Na visão dos especialistas, esse cenário indica que os números da Embraer continuam apresentando a sazonalidade usual, mas esperam que isso melhore gradualmente nos próximos anos com as iniciativas da empresa para reduzir a volatilidade. A equipe da Ágora Investimentos e do Bradesco BBI projeta ainda que a Embraer cumpra a orientação financeira para 2024.
Os analistas mantiveram as perspectivas de receitas da Embraer entre US$ 6 bilhões a US$ 6,5 bilhões e um fluxo de caixa livre acima de US$ 220 milhões para 2024. “Reduzimos nossa estimativa de lucro de 2024 de US$ 498 milhões para US$ 388 milhões, recuo de 22%. A baixa decorre da liquidação da indenização da Boeing em US$ 150 milhões, abaixo da nossa estimativa de US$ 300 milhões” salientam os especialistas.
Quando comprar a ação da Embraer?
Mesmo com a redução de lucro da empresa, Victor Mizusaki do Bradesco BBI e Wellington Lourenço, da Ágora Investimentos, mantiveram sua recomendação de compra da Embraer com preço-alvo de R$ 58 para o fim de 2025, uma alta de 16,8% em relação ao fechamento de terça-feira (22), quando a ação encerrou o pregão a R$ 49,63. Os analistas concluíram que o papel está atraente e lucrativo para os investidores.
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O Itaú BBA concorda que a ação da Embraer é interessante para investidor: a empresa está em um ambiente competitivo e favorável, enquanto os concorrentes enfrentam greve ou restrições na cadeia de suprimentos. Outro pronto favorável é a demanda, com a aviação ainda em fase de ciclo ascendente, beneficiando aeronaves de fuselagem estreita.
Os analistas também comentam que a empresa está sendo negociada a múltiplos atrativos, mesmo após a Embraer ter disparado ao longo do ano. Eles afirmam que o papel é negociado a 7,5 vezes a métrica EV/Ebitda e que possui uma Taxa Interna de Retorno (TIR) de 15%. O Itaú BBA classifica os American Depositary Receipts (ADRs) da Embraer listadas em Nova York como outperfom.
Ou seja, segundo o banco, o investidor deve comprar a ação da Embraer agora, com a classificação equivalente à compra. O preço-alvo é de US$ 43 para o fim de 2025, uma possível alta de 22,7% em relação ao fechamento de terça-feira (22), quando a ação encerrou o pregão a US$ 35,03. O Goldman Sachs tem um otimismo simular e diz enxergar uma melhora do lucro da fabricante de aviões.
“Estimamos uma melhora na lucratividade da empresa, o que mostra que a companhia está atrativa nos múltiplos. Vemos a empresa negociada a 9 vezes a métrica EV/Ebitda, acima dos 8,8 vezes estimados antes. Além disso, entendemos que a participação acionária da empresa na EVE como muito positiva devido aos eVTOLs (os carros voadores)”, apontam Noah Poponak e sua equipe, que assina o relatório.
O Goldman Sachs tem recomendação de compra para os ADRs, equivalentes às ações da Embraer (EMBR3) no Brasil. O preço-alvo é de US$ 42 para o fim de 2024, uma possível alta de 19,9% na comparação com o fechamento de terça-feira (22), quando a ação encerrou o pregão a US$ 35,03.
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