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Como estão as empresas que fizeram IPO em 2020?

No primeiro ano de pandemia, os IPOs na B3 bateram recorde, mas o cenário não foi positivo para todas

Como estão as empresas que fizeram IPO em 2020?
Foto: Daniel Teixeira/Estadão
  • Assim como 2020 bateu recorde com 28 IPOs calculados em R$ 43 bilhões, os analistas acreditam que este ano o número e o valor devem ultrapassar o ano anterior. Até esta quarta-feira (23), já foram 26 calculados em R$ 36 bilhões.
  • Em um ano de capitalização, o investidor deve pesquisar se a empresa está colocando em prática o que foi prometido. Empresas que estão concretizando aquisições podem sair na frente
  • Para algumas empresas, a capitalização surgiu como grande oportunidade, enquanto outras enfrentam a dificuldade de recuperação pós crise

Não é surpresa que a pandemia do coronavírus afetou bruscamente diferentes setores do mercado. As empresas que fizeram IPO em 2020 na B3 também foram impactadas. Para algumas, a capitalização surgiu como grande oportunidade, enquanto outras enfrentam a dificuldade de recuperação pós crise.

Entretanto, com o início da vacinação contra a doença, a expectativa para um ciclo econômico positivo voltou a surgir entre os analistas do mercado. De lá para cá, o Ibovespa atingiu marca histórica em seis pregões consecutivos e opera em relativa alta.

Apesar disso, há discrepância entre os retornos das empresas que abriram capital em 2020. O destaque positivo vai para setores de tecnologia e logística, que aumentaram a demanda durante a crise do coronavírus, enquanto construtoras e representantes do varejo tiveram dificuldade em crescer.

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Os dois maiores destaques são as empresas de tecnologia Locaweb (LWSA3), que estreou na Bolsa em fevereiro, e Meliuz (CASH3), cuja negociação de papéis começou em novembro. Ambas tiveram, respectivamente, crescimento de 548,71% e 352,72% desde o início das movimentações até o fechamento da segunda-feira (21), segundo dados disponibilizados pela Economatica. Em seguida, aparece a 3R Petroleum (RRRP3), que teve crescimento de 132,67% desde novembro, quando estreou na Bolsa.

Do outro lado do ranking, Moura Dubeux (MDNE3) e D1000 Farma (DMVF3) tiveram as maiores quedas. A construtora, que iniciou a capitalização em fevereiro, caiu 44,89%. Já a varejista de farmácias entrou em queda de 42,53% de agosto até o fechamento de segunda-feira (21).

Segundo o assessor de investimentos da Valor Investimentos Romero Oliveira, já é possível analisar os caminhos que as empresas estão tomando depois de um ano de experiência na Bolsa. Ele diz que o investidor deve pesquisar se essas empresas colocaram em prática o que prometeram durante a capitalização.

Em relação aos IPOs para 2021, o assessor alerta que podem surgir grandes oportunidades. Mas aponta que o investidor precisa ter ciência de que o risco da empresa não cumprir as promessas durante a capitalização também existe e pode prejudicar o desempenho.

O especialista afirma que o que tem gerado crescimento é a concretização do que foi prometido durante a capitalização, especialmente as aquisições. Como é o caso da 3Petroleum, que divulgou aquisição da Duna Energia nesta terça-feira (22), e da Locaweb (LWSA3).

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“Devido à alta sinergia das novas operações adquiridas, ao nosso modelo de aquisição e, também, ao nosso intensivo processo de integração, já é possível ver expressivos resultados em muitas dessas operações”, afirma a Locaweb em relatório trimestral. Com a divulgação dos resultados do 1T2021, a empresa atribui os resultados aos processos de aquisição e de integração. Segundo o relatório, o faturamento recorrente anual advindo das aquisições foi de R$ 172 milhões.

Para Dany Chvaicer, co-fundador e head de renda variável da Ébano Investimentos, é comum que empresas sigam o mesmo caminho que as outras do mesmo segmento. Entretanto, podem haver “distorções no fluxo comprador/vendedor”.

No segmento de medicamentos e outros produtos, a rede D1000 (DMVF3) teve desvalorização de 42,53% desde o IPO em agosto, enquanto a rede Pague Menos (PGMN3) cresceu 41,06% desde seu IPO em setembro. “Enquanto o EV/Ebitda (medida do valor econômico da empresa) da D1000 é de 6,1, a Pague Menos alcança 8,5”, destaca.

Confira as maiores altas e baixas:

 

Empresas que fizeram IPO em 2020 que mais valorizaram
Código Nome Segmento Data do
Início da Série
Retorno
desde início até 21 de junho de 2021
LWSA3 Locaweb Programas e serviços 05/02/2020 548,71%
CASH3 Meliuz Programas e serviços 04/11/2020 352,71%
RRRP3 3r Petroleum Exploração refino e distribuição 11/11/2020 132,67%
SEQL3 Sequoia Log Serviços diversos 06/10/2020 116,13%
LJQQ3 Quero-Quero Produtos diversos 07/08/2020 97,55%
Fonte: Economatica. Os dados obtidos pela Economatica vão até 21 de junho de 2021

 

Empresas que fizeram IPO em 2020 que mais desvalorizaram
Código Nome Segmento Data do
Início da Série
Retorno
desde início até 21 de junho de 2021
MELK3 Melnick Incorporações 25/09/2020 -22,39%
PLPL3 Planoeplano Incorporações 16/09/2020 -26,68%
MTRE3 Mitre Realty Incorporações 04/02/2020 -35,44%
DMVF3 D1000vfarma Medicamentos e outros produtos 07/08/2020 -42,53%
MDNE3 Moura Dubeux Incorporações 12/02/2020 -44,89%
Fonte: Economatica. Os dados obtidos pela Economatica vão até 21 de junho de 2021

 

Cenário em 2021

Assim como 2020 bateu recorde com 28 IPOs calculados em R$ 43 bilhões, os analistas acreditam que este ano o número e os valores devem ser maiores. Até esta quarta-feira (23), já foram 26 calculados em R$ 36 bilhões. Para Chvaicer, a oportunidade de entrar com as mesmas condições que os “tubarões” é o grande atrativo, pois como a negociação movimenta grandes volumes.

O especialista da Ébano explica que, mesmo com a retoma da economia e aumento da Selic, uma vez que o investidor inicia a alocar recursos em ativos de renda variável, “é uma caminho sem volta”, devido ao retorno superior à renda fixa.

“O aumento da Selic pode afetar o mercado de ações, mas ainda estamos em patamares historicamente baixos e temos muito fluxo de dinheiro e investidores. A inflação, um dos principais pontos para aumento da Selic, é defendida em ativos reais negociados, pois as empresas não perdem valor com a inflação”, explica.

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