Mercado

Fechamento de mercado: Expectativa por redução das restrições na quarentena contribui para alta do Ibovespa

Fechamento de mercado: Expectativa por redução das restrições na quarentena contribui para alta do Ibovespa
Painel da B3. (Amanda Perobelli/ Reuters)
  • O pregão voltou a ser de maior otimismo e busca por ativos de risco. As principais bolsas da Europa e norte americanas e no Brasil encerraram em alta, com os investidores animados com o processo de reabertura das economias
  • Os investidores também reagiram ao anúncio da Comissão Europeia, de um novo plano de estímulo à economia, com 750 bilhões de euros destinados ao mercado e aos estados do bloco
  • O movimento de alta só não foi mais forte porque os investidores seguem acompanhando a escalada das tensões entre EUA e China e pelo movimento de realização nos preços do petróleo
  • No Brasil, o dia foi positivo para os ativos financeiros, com queda do CDS, que mede o risco país, e avanço firme da bolsa. Mais uma vez, os ativos ligados ao e-commerce foram destaques de alta, acompanhados pelas ações de siderurgia

O pregão voltou a ser de maior otimismo e busca por ativos de risco. As principais bolsas da Europa e norte americanas encerraram em alta, com os investidores animados com o processo de reabertura das economias e reagindo ao anúncio da Comissão Europeia, de um novo plano de estímulo à economia, com 750 bilhões de euros destinados ao mercado e aos estados do bloco. O movimento de alta só não foi mais forte porque os investidores seguem acompanhando a escalada das tensões entre EUA e China e pelo movimento de realização nos preços do petróleo.

No Brasil, o dia foi positivo para os ativos financeiros, com queda do CDS, que mede o risco país, e avanço firme da bolsa. Mais uma vez, os ativos ligados ao e-commerce foram destaques de alta, acompanhados pelas ações de siderurgia. No fim do pregão, o Ibovespa tinha ganhos de 2,9%, aos 87.946 pontos e giro financeiro de R$ 26 bilhões. A sinalização de um processo gradual de reabertura em diversas cidades no Brasil também ajudou na melhora do humor dos investidores. No câmbio, o dólar encerrou aos R$ 5,28, em queda de 1,47%.

Setores em Foco

Bancos:

Depois de o presidente Jair Bolsonaro recusar duas vezes a possibilidade de privatizar o Banco do Brasil, durante sua reunião com a equipe, o diretor-presidente Rubem Novaes parece ter chegado a um acordo. “Acredito que o presidente entende as razões da equipe econômica, mas também identifica como baixas as chances políticas de levar adiante o projeto”. Segundo o executivo, o veto não se aplica às subsidiárias, que a privatização também precisa de aprovação do Congresso.

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Nossa visão: Alguns investidores ficaram excessivamente otimistas, na nossa opinião, com a possibilidade de ter o Banco do Brasil (BB) privatizado pelo governo. Durante a reunião de pauta em 22 de abril, essa possibilidade foi levantada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, mas o presidente Bolsonaro disse para deixar isso para 2023 – um ano após as próximas eleições presidenciais, sugerindo que antes de ser reeleito, isso não seria uma prioridade. Em nossa opinião, privatizar o Banco do Brasil é um movimento político dispendioso e só seria possível em circunstâncias únicas. A situação fiscal provavelmente teria que estar em uma situação extrema (dívida muito maior) e o governo teria que mostrar que tem alternativas (uma Caixa Econômica Federal muito mais forte seria necessária), antes que a opção de privatizar o BB se torne viável. Do nosso lado, não estaríamos negociando essa possibilidade dada a enorme quantidade de incertezas que o cercam. O desinvestimento em certas subsidiárias, como feito no passado (por exemplo, BB Seguridade, Cateno) também não parece ser uma boa alternativa, pois não desbloqueia valor significativo para os acionistas, em nossa opinião.

Papel e Celulose:

As vendas globais cresceram 3,6% na comparação anual em março; estoques de celulose de madeira caem ainda mais. O PPPC (Conselho de Produtos de Celulose e Papel) publicou estatísticas para março de 2020. As vendas dos produtores globais de celulose aumentaram 13% em relação a fevereiro e + 3,6% na comparação com março/19 (+ 11% no acumulado do ano). As vendas de celulose de fibra longa aumentaram 17% ante fevereiro, + 10% na comparação anual em março (+23% no acumulado do ano), enquanto as vendas de celulose de fibra curta foram + 10% em relação a fevereiro, mas caíram 3% na comparação com março de 2019 (estável no acumulado do ano).

Principais destaques:

(i) os dias de estoque dos produtores diminuíram para 39 dias de fornecimento, em comparação aos 41 dias de fevereiro. Os estoques de celulose de fibra longa caíram 2 dias para 43 dias, enquanto os de fibra curta permaneceram estáveis;

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(ii) Os estoques totais (fibra longa + fibra curta) totalizaram cerca de 5,7 milhões de toneladas em março (queda de aproximadamente 285 mil toneladas ante fevereiro), em comparação com 7,1 milhões de toneladas em março de 2019 e níveis médios históricos de aproximadamente 4,6 milhões de toneladas no mês. Observamos que os estoques de celulose de fibra longa totalizaram 3,3 milhões de toneladas, contra os 4,7 milhões de toneladas do ano passado e os níveis médios históricos de cerca de 2,6 milhões de toneladas no mês.

(iii) O total de vendas para a China aumentou 8% na comparação com março de 2019 e foi + 21% no acumulado do ano. Os volumes de celulose de fibra longa aumentaram 27% na comparação anual em março/20 (+ 47% no acumulado do ano), enquanto os volumes de celulose de fibra curta diminuíram 13,5% na comparação anual em março/20 (-4% no acumulado do ano);

(iv) As vendas para a Europa Ocidental diminuíram 1,2% na comparação com março de 2019 (ainda + 5% no acumulado do ano), com vendas de celulose de fibra longa (+ 12% no acumulado do ano), enquanto as vendas de celulose de fibra curta caíram 2,7% na comparação anual em março (-3% no acumulado do ano);

(v) as vendas para a América do Norte diminuíram 17,5% em relação a março/19 (-10% no acumulado do ano). Os volumes de celulose de fibra longa despencaram, -37% na comparação anual em março/20 (-22% no acumulado do ano), enquanto as vendas de celulose de fibra curta chegaram em + 1,6% na comparação com março/19 (-1% no acumulado do ano).

Nossa visão: Leituras sólidas gerais para março e primeiro trimestre, com a continuação da redução de estoques, como era esperado depois que os principais produtores de celulose relataram os resultados do primeiro trimestre. A demanda de celulose de fibra longa da China foi especialmente forte em março, uma vez que as medidas de contenção COVID-19 mais agressivas do país foram atenuadas e a demanda de papel tissue, que permaneceu saudável, parcialmente compensando a fraqueza geral nos EUA e na Europa Ocidental. Outro destaque positivo foi a queda nos estoques de celulose de fibra longa (calculamos -420 mil toneladas no primeiro trimestre). Olhando para o futuro, esperamos que a demanda global de celulose sofra, principalmente devido ao colapso da demanda
de P&W, parcialmente compensado pelo ainda forte consumo de papel tissue. Em nosso modelo global de oferta vs. demanda, prevemos uma queda na demanda de celulose de 1,2 milhão de toneladas em 2020, que deve ser parcialmente compensada pelo fechamento de capacidade em regiões de alto custo. Em 2021 (potencialmente a partir do 4T20), esperamos que uma demanda mais forte forneça a base para uma recuperação mais sustentada do preço da celulose. Por enquanto, projetamos preços médio de celulose de fibra longa em US$ 470 / tonelada em 2020 e US$ 530/t em 2021. Mantemos nossa recomendação de Compra para Klabin (R$ 27 de preço-alvo) e Suzano (R$ 58 de preço-alvo).

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