Mercado

Situação fiscal e recessão global pautam Selic e dólar para 2023

Agentes do mercado esperam mais visibilidade do impacto dos juros sobre a atividade econômica brasileira

Situação fiscal e recessão global pautam Selic e dólar para 2023
  • Incertezas sobre como o governo Lula lidará com a gestão fiscal do Brasil e sobre a força da recessão econômica nos países desenvolvidos se tornaram determinantes para a definição dos juros e da cotação do dólar para 2023
  • Essa reportagem faz parte do especial “Como investir em 2023”, um guia gratuito com a indicação dos principais especialistas do mercado para os melhores investimentos do próximo ano
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Incertezas sobre como o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidará com a gestão fiscal do Brasil e sobre a força da recessão econômica nos países desenvolvidos se tornaram determinantes para a definição da taxa de juros e da cotação do dólar para 2023.

No momento, o mercado enxerga um arrefecimento gradual da inflação que permitirá o início do ciclo de baixa dos juros no País, com uma Selic estimada de 11,5% ao final do ano que vem, e uma manutenção na competitividade da economia brasileira que posicionará o dólar a R$ 5,25 daqui um ano, segundo a última pesquisa Focus de novembro. Há, no entanto, outros riscos no radar que podem mudar as projeções.

A principal discussão para o mercado externo gira em torno do impacto dos juros na atividade econômica global. A maior preocupação, claro, está voltada para a economia dos Estados Unidos, motor do mundo e que neste momento em que a China patina.

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Para conter a inflação, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) promoveu cinco aumentos de juros em 2022 num ritmo muito forte, com altas de 0,75 ponto porcentual, e ninguém sabe ao certo o quanto a medida vai frear a economia do país. O grande temor é de que a autoridade monetária erre a mão e provoque um impacto no Produto Interno Bruto (PIB) além do esperado.

No mercado doméstico, as atenções se voltam para as contas públicas. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição assustou quando propôs excluir do teto de gastos R$ 175 bilhões para bancar o benefício mínimo de R$ 600 do Auxílio Brasil (que voltará a se chamar Bolsa Família). O mercado agora aguarda pela tramitação da proposta no Congresso e pela definição de uma âncora fiscal que vai balizar os gastos do governo pelos próximos quatro anos – além da definição da equipe econômica de Lula.

As expectativas quanto à taxa de juros para 2023 bem como para a cotação do dólar no ano que vem estão fundamentadas nesse quadro. E na perspectiva de crescimento da economia brasileira. Agentes do mercado esperam mais visibilidade do impacto dos juros sobre a atividade econômica brasileira, tanto que a Focus prevê um PIB de 0,70% em 2023, em contraste com a previsão de avanço de 2,81% em 2022.

“No segundo semestre de 2023 acreditamos que a economia terá uma desaceleração mais notável, a atual política monetária fará efeito e abrirá espaço para a redução dos juros”, diz o estrategista de renda fixa do Itaú BBA, Lucas Queiroz, cuja expectativa é de Selic a 11% e dólar a R$ 5,50 no fechamento de 2023.

Essa reportagem faz parte do especial “Como investir em 2023”, um guia gratuito com a indicação dos principais especialistas do mercado para os melhores investimentos do próximo ano. Baixe o material exclusivo para continuar a leitura e ver as melhores oportunidades em renda fixa!

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