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![Empresas listadas no Novo Mercado oferecem maior transparência e padrões rigorosos de governança. Foto: AdobeStock](https://einvestidor.estadao.com.br/wp-content/uploads/2025/02/adobestock-9444438962_130220250753.jpg-710x473.webp)
A Caixa Seguridade (CXSE3) deve anunciar um follow-on após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024, no fechamento do mercado desta quinta (13). Essa oferta subsequente tem o objetivo de aumentar as ações em circulação no mercado (free float) de 17,25% para 20%, para atender às regras de governança do Novo Mercado da B3.
O movimento não altera o controle da companhia, mas pode trazer impactos relevantes para os investidores. O principal deles é relativo à liquidez dos papeis da companhia, que já é bastante alta. Vale lembrar que, quanto maior a liquidez de uma ação, menor é o impacto das negociações no seu preço, reduzindo a volatilidade, mesmo em períodos de maior movimento no mercado.
“Estamos falando de um um volume de negociação de mais de R$ 40 milhões por dia, atualmente. Os fundos gringos sempre vão focar nas empresas de maior liquidez e o follow-on da Caixa Seguridade aumenta ainda mais essa atratividade”, comenta Victor Bueno, analista da Nord Investimentos.
Detalhes sobre o follow-on
Na teleconferência de resultados, marcada para as 11h desta sexta (14), analistas buscarão mais detalhes sobre a oferta, que pode movimentar até R$ 1,2 bilhão, numa operação que deve envolver cerca de 2,75% do capital da seguradora. Atualmente, seu acionista controlador, a Caixa Econômica Federal (CEF), detém 82,75% das ações da CXSE3.
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A companhia não mencionou se fará uma oferta primária – em que a empresa emite ações e usa os recursos levantados para reforçar o caixa e fazer investimentos -, ou secundária – quando se vendem as ações já existentes. Mas o mercado já tem a sua aposta. “Suspeito que a segunda hipótese seja mais provável, dado que a empresa tem se provado uma forte geradora de caixa“, diz Evandro Medeiro, analista da Suno Research.
Essa característica pode ser verificada na atual política de dividendos da Caixa Seguridade. Ricardo Trevisan Gallo, CEO da Gravus Capital, trabalha com uma projeção de retorno em dividendos (dividend yield) de 9% para 2025. “Isso reforça o apelo do papel para investidores que buscam um retorno consistente através da distribuição de dividendos“, opina.
Após um 2024 marcado por baixa atividade no mercado de ofertas de ações, reflexo da volatilidade externa e das incertezas fiscais no Brasil, a movimentação da CXSE3 surge como um primeiro teste para o apetite dos investidores por novas emissões. “Vale comentar que o follow-on representa uma tentativa de romper um período prolongado sem novas ofertas no mercado, sendo a primeira operação desse tipo em 2025”, diz Matheus Nascimento analista da Levante Inside Corp.
Outras vantagens para os minoritários
Além da liquidez, um free float baixo dá ao controlador maior influência sobre o preço da ação da Caixa Seguridade e sobre as decisões da empresa. Com poucos acionistas minoritários, há menos pressão externa para mudanças estratégicas ou distribuição de dividendos. Além disso, se houver intenção de fechamento de capital, o custo da recompra de ações torna-se mais acessível, facilitando o processo de deslistagem da Bolsa.
Investir em empresas listadas no Novo Mercado também oferece vantagens como maior transparência e padrões rigorosos de governança, garantindo direitos como o tag along, que protege acionistas minoritários em eventuais mudanças de controle.
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A Caixa Seguridade estreou no Novo Mercado em 2021, com uma oferta inicial de 17,25% do capital, arrecadando R$ 5 bilhões. Desde então, a participação da Caixa Econômica Federal vem sendo ajustada para atender às exigências do segmento. A operação, aprovada pela controladora em outubro do ano passado, conta com a participação de grandes bancos de investimento, o Itaú BBA, o BTG Pactual, o UBS BB e o Bank of America.