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Frigoríficos se destacam em ranking global, mas ações caem na B3

O recuo dos papéis acontece a despeito da notícia positiva

Frigoríficos se destacam em ranking global, mas ações caem na B3
Ações da Marfrig (MRFG3) disparam após nova aquisição. (Foto: Jefferson Almeida/Estadão)
  • Nesta quarta-feira, a Fairr Initiative divulgou o seu ranking internacional de sustentabilidade, no qual Marfrig, JBS, BRF e Minerva melhoraram suas pontuações no índice que avalia a exposição a riscos ambientais, sociais ou de governança (ESG, na sigla em inglês), no comparativo de 2021 e 2020
  • Às 15h, Marfrig (MRFG3) recuava 4,75% (R$ 22,45), JBS (JBSS3) caía 3,96% (R$ 34,24) e BRF (BRFS3) desvalorizava 3,49% (R$ 19,06). Apenas a Minerva (BEEF3), que chegou a oscilar entre o campo positivo e negativo, tinha alta de 0,12%, com cotação de R$ 8,59

As ações do setor de produção de proteína animal operaram no campo negativo do Ibovespa, durante o pregão desta quarta-feira, 1º, na Bolsa de Valores brasileira, a B3. O recuo dos papéis acontece a despeito de notícia positiva para esses papéis, que se destacaram em um ranking global que avalia 60 empresas do setor.

Às 15h, Marfrig (MRFG3) recuava 4,75% (R$ 22,45), JBS (JBSS3) caía 3,96% (R$ 34,24) e BRF (BRFS3) desvalorizava 3,49% (R$ 19,06). Apenas a Minerva (BEEF3), que chegou a oscilar entre o campo positivo e negativo, tinha alta de 0,12%, com cotação de R$ 8,59, no mesmo horário.

Nesta quarta-feira (1), a Fairr Initiative divulgou o seu ranking internacional de sustentabilidade, no qual as quatro empresas melhoraram suas pontuações no índice que avalia a exposição a riscos ambientais, sociais ou de governança (ESG, na sigla em inglês), no comparativo de 2021 e 2020.

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Apesar da melhora, a associação de origem britânica ressaltou que as empresas ainda não conseguem rastrear a origem de todos os seus produtos. Isso afeta, por exemplo, a tentativa de reduzir problemas como a emissão de gás metano.

A Marfrig recuou uma posição na lista, saindo do quarto para o quinto lugar, mas aumentou sua pontuação, de 57% para 65%, tornando-se a única companhia brasileira no ranking, com classificação de baixo risco nos aspectos ESG.

A BRF se manteve como uma empresa de médio risco, mas subiu sua pontuação de 45% para 59%, o que a fez saltar da 11ª para a 9ª colocação. Por conta de um ponto percentual, a empresa não foi listada como baixo risco.

A JBS saltou dez pontos percentuais, de 47% para 57% na pontuação do ranking, mas caiu da 9ª posição, em 2020, para a 11ª, em 2021, devido à melhora de outras empresas na lista.

Por fim, a Minerva passou de alto para médio, com escalada de cinco posições, da 30ª para a 25ª colocação, e melhora do índice de 23% para 37%.

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A Fairr Initiative utiliza quatro classificações para mensurar, em percentual, a exposição das empresas a riscos ambientais, sociais ou de governança. Desse modo, a pontuação que define a classificação obedece os seguintes intervalos:

Alto risco: abaixo de 31%;
Médio risco: entre 31% e 60%;
Baixo risco: entre 61% e 91%;
Risco mínimo: acima de 91%.

O ranking é feito a partir de informações públicas das companhias, além das respostas fornecidas em questionários que a Fairr envia para as empresas.

Veja como as companhias brasileiras ficaram no ranking de 2021 e 2020:

Marfrig (MRFG3)

Ano Posição Pontuação Classificação
2021 65% Baixo risco
2020 57% Médio risco

BRF (BRFS3)

Ano Posição Pontuação Classificação
2021 59%% Médio risco
2020 11ª 45% Médio risco

JBS (JBSS3)

Ano Posição Pontuação Classificação
2021 11ª 57% Médio risco
2020 47% Médio risco

Minerva (BEEF3)

Ano Posição Pontuação Classificação
2021 25ª 37% Médio risco
2020 30ª 23% Alto risco

Por que as ações caem na sessão?

Bruno Madruga, chefe da área de renda variável da Monte Bravo Investimentos, vê a baixa performance desses papéis nesta quarta-feira, devido a um movimento de ajuste de carteiras pelos investidores.

“Como é o primeiro dia útil de dezembro, pode ser algum ajuste de posição para os portfólios, referente às recomendações para o mês de dezembro de alocação”, diz Madruga.

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Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, também entende que a queda pode se referir a uma mudança nas carteiras, sobretudo por um movimento de rotação de setores, que acontece quando investidores realizam os lucros vendendo papéis que subiram recentemente para comprar papéis descontados, ou seja, que acumulam perdas e podem se valorizar.

“Apesar do cenário de médio e longo prazo ser muito positivo para essas companhias, o investidor local prefere, muitas vezes, diminuir a posição nesses ativos e trocar para outros ativos que caíram bem”, afirma Costa.

Existe também uma possibilidade de influência externa. Como grande parte das operações dessas companhias é dolarizada, as ações podem estar caindo devido à perspectiva de retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos – o que poderia afetar o poder de compra da população, levando à redução no consumo de carne bovina, disse o head de pecuária Brasil da Stonex, Caio Toledo, ao Broadcast.

Com Estadão Conteúdo

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