Os fundos imobiliários e as ações ajudam os investidor a ter uma renda passiva no futuro (Foto: Envato Elements)
O ambiente econômico para os fundos imobiliários ficou desfavorável com a retomada do ciclo de alta de juros no Brasil, com a decisão do Banco Central (BC) de elevar a taxa Selic para 10,75% em 18 de setembro. A chegada do novo ciclo econômico repercutiu na performance do IFIX que encerrou o mês com uma queda de 2,58%, a maior depreciação desde novembro de 2022, segundo dados Elos Ayta Consultoria. Já no acumulado do ano, o desempenho do índice permanece no campo negativo com uma depreciação de 1,29%.
A boa notícia para os investidores é que o momento desafiador não parece ser uma realidade para todos os fundos imobiliários listados no IFIX. Um levantamento da Economatica, a pedido do E-Investidor, mostra que, dos 115 FIIs que compõem a carteira teórica do índice, 50 operam no campo positivo no acumulado de 2024. Desse total, 15 distribuíram um dividendo mínimo mensal de R$ 1 por cota aos seus acionistas ao longo do ano.
Veja as maiores quedas mensais do IFIX desde 2020
Mês
Desempenho
Outubro de 2023
-1,97%
Junho de 2021
-2,19%
Setembro de 2024
-2,58%
Julho de 2020
-2,61%
Agosto de 2021
-2,63%
Novembro de 2021
-3,64%
Fevereiro de 2020
-3,69%
Janeiro de 2020
-3,76%
Novembro de 2022
-4,15%
Março de 2020
-15,85%
Fonte: Elos Ayta Consultoria
O Hotel Maxinvest FII (HTMX11) foi o que mais se destacou entre os fundos imobiliários analisados tanto em rentabilidade das cotas quanto em distbruição de proventos. Segundo dados da Economatica, os investidores do HTMX11 receberam R$ 20,5 por cota em dividendos de janeiro até o dia 7 de outubro. Já os papéis do fundo entregam uma valorização de 11,86% no acumulado durante o mesmo período.
O alto rendimento do fundo, que investe em 21 hoteis distribuídos nas principais regiões de São Paulo, se deve ao ciclo de desinvestimento de parte do seu portfólio. Em setembro, o HTMX11 informou ao mercado a venda de quatro unidades hoteleiras por meio do seu relatório gerencial. Além disso, anunciou o pagamento de um dividendo mensal de R$ 2,13 por cota.
O Patria Prime Oficces (HGPO11) também se destacou na indústria de fundos imobiliários nos últimos meses. As cotas do fundo avançaram 11,84% em 2024, enquanto os investidores receberam R$ 16,05 em dividendos ao longo do ano. O último provento foi pago no mês passado quando os investidores receberam uma remuneração de R$ 1,70 por cota após o fundo apresentar um resultado de R$ 3,4 milhões.
Veja os FIIs com os maiores retornos e dividendos em 2024
FII
Retorno em 2024*
Dividendo por cota*
HTMX11
11,86%
R$ 20,5
HGPO11
11,84%
R$ 16,05
CACR11
16,77%
R$ 13,74
MFII11
18,94%
R$ 11,86
KNHY11
12,97%
R$ 11,05
HGLG11
4,33%
R$ 11
KNUQ11
12,97%
R$ 10,65
HABT11
2,19%
R$ 10,26
TRXF11
2,55%
R$ 10,04
RZAT11
17,85%
R$ 9,85
KNCR11
10,91%
R$ 9,83
JSAF11
5,65%
R$ 9,82
TVRI11
8,61%
R$ 9,67
HGCR11
5,51%
R$ 9,55
VCJR11
3,81%
R$ 9,4
Fonte: Economatica/*Dados do acumulado de 2024 até o pregão do dia 7 de outubro
Rentabilidade não é garantia de rentabilidade futura
A rentabilidade das cotas e o pagamento de proventos dos fundos imobiliários ao longo de 2024 chamam a atenção dos investidores que buscam bons rendimentos no mercado de renda variável em tempos de alta da Selic. Mas, antes de realizar qualquer modificação na carteira, é preciso avaliar a previsibilidade dos rendimentos dos fundos para os próximos meses com base no novo ciclo econômico.
André Oliveira, analista do BB Investimentos, explica que a dinâmica de uma política de aperto monetário costuma favorecer os fundos imobiliários voltados para o crédito privado. Ou seja, aqueles fundos que investem nos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Já os fundos de tijolo que investem em imóveis físicos para a geração de renda tendem a ter dificuldades para entregar bons resultados ou não conseguem um desempenho similar aos FIIs de CRIs.
Por essa razão, o investidor precisa ser cauteloso ao incluir novos fundos no portfólio. “Nossa preferência segue nos FIIs com diversificação de ativos (CRIs ou Imóveis) em regiões consolidadas, boas garantias, pouco alavancados e com contratos que protegem o cotista de um cenário inflacionário”, diz Oliveira em relatório. Veja os fundos imobiliários mais recomendados nesta reportagem.