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- Ao longo de 2024, o índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados da bolsa apresenta uma desvalorização de 1,27%
- A depreciação aconteceu em decorrência da retomada do ciclo de alta de juros que tornou o ambiente desfavorável para o mercado de fundos imobiliários
O ambiente econômico para os fundos imobiliários ficou desfavorável com a retomada do ciclo de alta de juros no Brasil, com a decisão do Banco Central (BC) de elevar a taxa Selic para 10,75% em 18 de setembro. A chegada do novo ciclo econômico repercutiu na performance do IFIX que encerrou o mês com uma queda de 2,58%, a maior depreciação desde novembro de 2022, segundo dados Elos Ayta Consultoria. Já no acumulado do ano, o desempenho do índice permanece no campo negativo com uma depreciação de 1,29%.
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A boa notícia para os investidores é que o momento desafiador não parece ser uma realidade para todos os fundos imobiliários listados no IFIX. Um levantamento da Economatica, a pedido do E-Investidor, mostra que, dos 115 FIIs que compõem a carteira teórica do índice, 50 operam no campo positivo no acumulado de 2024. Desse total, 15 distribuíram um dividendo mínimo mensal de R$ 1 por cota aos seus acionistas ao longo do ano.
Veja as maiores quedas mensais do IFIX desde 2020
Mês | Desempenho |
Outubro de 2023 | -1,97% |
Junho de 2021 | -2,19% |
Setembro de 2024 | -2,58% |
Julho de 2020 | -2,61% |
Agosto de 2021 | -2,63% |
Novembro de 2021 | -3,64% |
Fevereiro de 2020 | -3,69% |
Janeiro de 2020 | -3,76% |
Novembro de 2022 | -4,15% |
Março de 2020 | -15,85% |
Fonte: Elos Ayta Consultoria |
O Hotel Maxinvest FII (HTMX11) foi o que mais se destacou entre os fundos imobiliários analisados tanto em rentabilidade das cotas quanto em distbruição de proventos. Segundo dados da Economatica, os investidores do HTMX11 receberam R$ 20,5 por cota em dividendos de janeiro até o dia 7 de outubro. Já os papéis do fundo entregam uma valorização de 11,86% no acumulado durante o mesmo período.
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O alto rendimento do fundo, que investe em 21 hoteis distribuídos nas principais regiões de São Paulo, se deve ao ciclo de desinvestimento de parte do seu portfólio. Em setembro, o HTMX11 informou ao mercado a venda de quatro unidades hoteleiras por meio do seu relatório gerencial. Além disso, anunciou o pagamento de um dividendo mensal de R$ 2,13 por cota.
O Patria Prime Oficces (HGPO11) também se destacou na indústria de fundos imobiliários nos últimos meses. As cotas do fundo avançaram 11,84% em 2024, enquanto os investidores receberam R$ 16,05 em dividendos ao longo do ano. O último provento foi pago no mês passado quando os investidores receberam uma remuneração de R$ 1,70 por cota após o fundo apresentar um resultado de R$ 3,4 milhões.
Veja os FIIs com os maiores retornos e dividendos em 2024
FII | Retorno em 2024* | Dividendo por cota* |
HTMX11 | 11,86% | R$ 20,5 |
HGPO11 | 11,84% | R$ 16,05 |
CACR11 | 16,77% | R$ 13,74 |
MFII11 | 18,94% | R$ 11,86 |
KNHY11 | 12,97% | R$ 11,05 |
HGLG11 | 4,33% | R$ 11 |
KNUQ11 | 12,97% | R$ 10,65 |
HABT11 | 2,19% | R$ 10,26 |
TRXF11 | 2,55% | R$ 10,04 |
RZAT11 | 17,85% | R$ 9,85 |
KNCR11 | 10,91% | R$ 9,83 |
JSAF11 | 5,65% | R$ 9,82 |
TVRI11 | 8,61% | R$ 9,67 |
HGCR11 | 5,51% | R$ 9,55 |
VCJR11 | 3,81% | R$ 9,4 |
Fonte: Economatica/*Dados do acumulado de 2024 até o pregão do dia 7 de outubro |
Rentabilidade não é garantia de rentabilidade futura
A rentabilidade das cotas e o pagamento de proventos dos fundos imobiliários ao longo de 2024 chamam a atenção dos investidores que buscam bons rendimentos no mercado de renda variável em tempos de alta da Selic. Mas, antes de realizar qualquer modificação na carteira, é preciso avaliar a previsibilidade dos rendimentos dos fundos para os próximos meses com base no novo ciclo econômico.
André Oliveira, analista do BB Investimentos, explica que a dinâmica de uma política de aperto monetário costuma favorecer os fundos imobiliários voltados para o crédito privado. Ou seja, aqueles fundos que investem nos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Já os fundos de tijolo que investem em imóveis físicos para a geração de renda tendem a ter dificuldades para entregar bons resultados ou não conseguem um desempenho similar aos FIIs de CRIs.
Por essa razão, o investidor precisa ser cauteloso ao incluir novos fundos no portfólio. “Nossa preferência segue nos FIIs com diversificação de ativos (CRIs ou Imóveis) em regiões consolidadas, boas garantias, pouco alavancados e com contratos que protegem o cotista de um cenário inflacionário”, diz Oliveira em relatório. Veja os fundos imobiliários mais recomendados nesta reportagem.
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