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Gol (GOLL4): como ficam os papéis e os acionistas com possível recuperação judicial nos EUA?

Analistas ressaltam que investidores devem ficar longe dos ativos da companhia aérea

Gol (GOLL4): como ficam os papéis e os acionistas com possível recuperação judicial nos EUA?
Avião da Gol. (Foto: Fabio Motta/Estadão)

A notícia de que a Gol (GOLL4) cogita pedir recuperação judicial (RJ) nos Estados Unidos em até um mês deve diluir brutalmente o investidor, disseram os analistas do Itaú BBA em relatório enviado ao mercado nesta segunda-feira (15).

“Isso deve levantar preocupações sobre uma potencial diluição para os acionistas. A Gol já havia divulgado no início de dezembro que havia contratado um consultor financeiro, Seabury Capital, para auxiliar em uma ampla revisão da estrutura de seu capital”, disse o analista Gabriel Rezende e sua equipe.

Outro ponto levantado pelos analistas do BBA é que durante o Investor Day a Gol compartilhou evidências dos desafios que enfrentava, considerando que a sua atual liquidez não lhe permitiria colocar novamente no ar as suas 20 aeronaves ociosas, já que isso custaria US$ 200-250 milhões, enquanto sua posição de caixa era de R$ 994 milhões no 3T23.

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“É por isso que a empresa mencionou que está tentando adotar uma abordagem holística com diversas partes interessadas. Nós acreditamos que vários fatores têm contribuído para o desempenho relativamente menor da GOL desde que esses fatos surgiram no ano passado”, explicaa Rezende. O Itaú BBA possui recomendação de Market Perform para a companhia, que é equivalente a neutra.

Gabriel Meira, especialista da Valor Investimentos, diz que essa provável recuperação judicial é uma boa saída para a situação da empresa. “As empresas do setor aéreo possuem uma estrutura de capital muito pesada. Sendo assim, a companhia precisa fazer essa reformulação para evitar o pior, visto que ela está extremamente endividada e com dificuldades operacionais que, em sua maioria, ela não consegue controlar, como o preço do querosene de aviação”, ressalta Meira, apontando que o investidor deve evitar comprar o ativo. “Se essa recuperação judicial não for aprovada, a empresa pode até ir a falência, o que deve seria pior ainda para o investidor. O melhor é ficar de fora do ativo”, explica.

Por fim, o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, tem também uma visão negativa para a companhia e para todo o setor aéreo. Ele acredita que o investidor não deve se aventurar no papel.

“Estamos com recomendação neutra para a empresa. Fatores como câmbio e querosene de aviação são grandes pontos de estresse para o preço da ação”, diz Galdi.

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A informação de que a Gol cogita pedir recuperação judicial foi divulgada neste domingo (14) pelo jornal Folha de S. Paulo. Segundo o texto, a companhia tenta viabilizar um plano de reestruturação de dívidas fora da Justiça, mas a possibilidade vem se mostrando inviável.

Em nota, a empresa informa que continua seus esforços anunciados anteriormente para melhorar a lucratividade e fortalecer seu balanço. “A Gol está em discussões com seus stakeholders financeiros sobre diversas opções que tragam maior flexibilidade financeira, incluindo capital adicional para financiar as operações. Todas as ações visam posicionar a Gol para o sucesso de longo prazo, à medida que a companhia continua a cumprir sua missão de democratizar o transporte aéreo no Brasil”, diz o texto.

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