Mercado

Ibovespa retrocede 10 meses com temor sobre gigante chinesa Evergrande

O mercado busca entender quais serão os impactos para a poderosa indústria da construção civil da China

Mulher com máscara para se proteger de coronavírus observa gráfico com seta vermelha caindo (Foto: Pixabay)

O Ibovespa voltou ao patamar de 10 meses atrás e o dólar encerrou o dia a R$ 5,33. O estrago foi pior mas não exclusivo do Brasil. O Ibovespa encerrou o dia com baixa de 2,33%, aos 108.843,74 pontos

O temor do colapso da incorporadora Evergrande derrubou os mercados internacionais nesta segunda-feira, da Ásia a Nova York, passando pela Europa. O investidor ainda tateia para descobrir o quão profunda será a crise em caso de um já quase inevitável calote da companhia chinesa.

Ainda que um risco sistêmico global como a quebra do Lehman Brothers seja colocado de lado, o mercado busca entender quais serão os impactos do default para a poderosa indústria da construção civil da China e como Pequim reagirá ao provável risco sistêmico. Nos preços, estão sendo colocados os riscos de uma acentuação da desaceleração econômica chinesa, o que tem impacto direto nas commodities.

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O Brasil, quer seja pela liquidez ampla, quer pelo perfil exportador, acabou sendo um dos principais alvos da debandada de hoje. Muito ligada à China, a Vale seguiu o mergulho do minério de ferro e cedeu 3,30%, enquanto Petrobras ON e PN caíram respectivamente 1,06% e 1,12%, acompanhando o petróleo. O dólar foi o refúgio da tensão e subiu a R$ 5,37 na máxima, em meio a um movimento técnico de zeragens de posições.

Nos juros futuros, o ‘risco Evergrande’ foi notado como desinflacionário, pelo efeito nos materiais básicos, ajudando a reduzir as apostas de uma inflação alta por mais tempo. É importante frisar que a onda de cautela externa pegou um mercado já com mau humor com a cena doméstica, dado os riscos fiscais e de populismo econômico – já bastante precificados nos juros futuros.

A semana ainda promete mais emoções com as decisões de política monetária no Brasil, nos Estados Unidos e no Japão..

BOLSAS DE NY TÊM PIOR PREGÃO DESDE MAIO

As bolsas de Nova York fecharam em forte queda nesta segunda-feira, no pior desempenho diário desde meados de maio. Analistas buscam entender os potenciais impactos da crise envolvendo a chinesa Evergrande, enquanto riscos como o teto da dívida nos Estados Unidos e a disparada dos custos de energia na Europa seguem no radar. No câmbio, moedas seguras foram especialmente buscadas, o que levou a uma valorização do dólar e do iene ante a maioria dos ativos. O quadro impulsionou a busca pelo ouro e a renda fixa, o que fez com que os rendimentos dos Treasuries operassem em queda.

Com a migração de investidores das ações para ativos mais seguros como os Treasuries, o índice acionário Dow Jones caiu 1,78%, a 33.970,47 pontos, o S&P 500 recuou 1,70%, a 4.357,73 pontos, e o Nasdaq cedeu 2,19%, a 14.713,90 pontos. No pior momento da sessão, os índices chegaram a registrar baixas superiores a 3%.

“Por mais surpreendente que possa parecer, Evergrande por si só não tem passivos suficientes para representar um risco para o sistema financeiro da China. Mesmo que as autoridades não tomem nenhuma ação para mitigar os efeitos de um default “grave”, o que permanece muito improvável, em nossa opinião”, escreveram os analistas do Barclays em relatório a clientes.