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- Ibovespa estagnou no patamar dos 100 mil pontos desde o dia 10 de julho
- Índice deve subir e encerrar o ano na casa dos 110 mil pontos, afirmam especialistas
- Melhores oportunidades ainda estão na Bolsa, mas investidor deve se planejar pensando no longo prazo
Depois que o Ibovespa voltou ao patamar dos 100 mil pontos, no dia 10 de julho, o principal índice da B3 não conseguiu manter o ritmo de alta e oscila entre os 105 mil e 98 mil pontos. No fechamento do pregão desta terça-feira (1), o índice fechou o dia em alta de 2,82%, aos 102.167,65 pontos.
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Em um período totalmente afetado pela pandemia de coronavírus, especialistas afirmam que o pior já ficou para trás e que a economia do País deve voltar a crescer até o final deste ano. “Vamos ver uma recuperação do PIB no 3T30 e 4T20”, diz José Francisco Cataldo, head de research da Ágora Investimentos. O resultado do segundo trimestre, porém, não é nada animador: o PIB brasileiro reportou tombo recorde de 9,7%.
Segundo profissionais do mercado financeiro, a freada na sequência de ganhos acontece porque o mercado acionário não reflete apenas o desempenho da economia real, mas também uma série de outros direcionadores que geram ruídos no índice, como o fator político. “O cenário político conturbado aumenta a preocupação com a questão fiscal do País e isso traz volatilidade, que impede a bolsa de sair deste patamar”, afirma Cataldo, head da Ágora.
Ibovespa deve voltar a subir
Apesar de estagnado, os especialistas afirmam que a Bolsa deve recuperar o ritmo de alta e encerrar o ano entre 110 mil e 115 mil pontos. “Ainda há volatilidade no curto prazo, mas a tendência é uma contínua valorização do Ibovespa em 2020”, afirma Eduardo Levy, diretor de investimentos da Kilima Gestão de Recursos.
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“A volatilidade vai continuar, mas a Bolsa deve encerrar o ano em um patamar mais alto do que o atual”, reforça Cataldo, salientando que além dos problemas internos no Brasil, as eleições nos EUA também devem aumentar a instabilidade do mercado.
Vale ressaltar que ambos não estão sozinhos na previsão para o índice. Segundo dados da XP, 89% dos assessores de investimentos acreditam que a Bolsa deve superar 110 mil pontos em 2020. Ainda assim, para que a Bolsa volte a crescer e alcance o patamar esperado pelo mercado, há uma série de fatores que precisam acontecer, como a diminuição da tensão política e as aprovações dos marco regulatórios e privatizações previstas. “Sem isso, o Ibovespa não vai ter um desempenho melhor”, diz Cataldo.
Levy esclarece que essas condições são cruciais para movimentar o índice, pois são elas que afastam o investidor institucional e estrangeiro do Brasil. “O racional da alta até aqui é sustentado pelos pequenos investidores, mas quem vai determinar se ele vai chegar a patamares mais altos é a volta dos grandes”, afirma o diretor da Kilima.
Segundo dados da B3, até o dia 28 de agosto o saldo de investimento estrangeiro na Bolsa é negativo em mais R$ 71 bilhões. Analisando os números, a valorização do Ibovespa até os 100 mil pontos foi sustentada pelos investidores locais que entraram em peso na Bolsa em busca de melhores oportunidades no cenário de juros baixo no País. Porém, para que o índice rompa este patamar, é necessário que os os investidores estrangeiros e institucionais também voltem a apostar no mercado brasileiro.
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Para que isso ocorra, o consenso entre os especialistas é de que o País precisa manter um ambiente mais calmo e atrativo aos grandes investidores, dando sequência às reformas e a menor tensão política.
Como se planejar neste cenário
Segundo os analistas, mesmo que a grande alta da Ibovespa tenha ficado para trás e as incertezas no mercado continuem, as melhores oportunidades ainda estão na Bolsa. “Ainda existe um espaço para crescer e não é uma valorização nada desprezível”, diz Levy.
Cataldo destaca, ainda, que é importante os investidores realizarem um stock picking bem cuidadoso para encontrarem as melhores oportunidades disponíveis no mercado. “Ainda há ações que não subiram tanto e com boa perspectiva de valorização”, afirma. O head da Ágora também ressalta que o momento exige visão de um cenário mais longo do que antes. “Como a grande valorização já aconteceu, os investidores precisam traçar uma estratégia com um horizonte mais distante”, afirma Cataldo.