A segunda-feira (8) começa com Boletim Focus, dados de produção e vendas de veículos e indicadores de atividade nos EUA, que devem influenciar a abertura do Ibovespa e o apetite por risco. (Imagem: Adobe Stock)
No último pregão (5), o mercado brasileiro acordou otimista, flertou com novos recordes, mas terminou o dia bem diferente. Depois de bater máxima histórica acima dos 165 mil pontos, o Ibovespa reverteu completamente o humor e desabou 4,31%, fechando aos 157.369 pontos. A virada ocorreu após a notícia de que o ex-presidente Jair Bolsonaro indicou seu filho, Flávio Bolsonaro, como o nome para disputar a Presidência da República em 2026. Analistas e gestores avaliaram que o senador teria menor competitividade eleitoral, o que embaralhou previsões sobre qual agenda econômica pode prevalecer no próximo governo. Foi a maior queda percentual desde fevereiro de 2021, com apenas quatro ações escapando do tombo: Suzano (SUZB3), WEG (WEGE3), Braskem (BRKM5) e Klabin (KLBN11).
No exterior, investidores monitoravam o índice de preços de gastos com consumo dos Estados Unidos, o PCE (medida de inflação preferida do Federal Reserve, o banco central americano) que subiu 0,3% em setembro, ligeiramente acima do previsto. Mesmo assim, o dado não alterou apostas de corte de juros na próxima semana. No Brasil, o Índice Geral de Preços 10 (IGP-10), calculado pela Fundação Getulio Vargas, veio praticamente estável e reforçou a leitura de que a inflação segue estável, embora o temor eleitoral tenha pesado mais que qualquer alívio macroeconômico. O petróleo Brent ainda subiu perto de 0,8%, mas o minério de ferro recuou na China. No câmbio, o dólar disparou 2,29% e encerrou a R$ 5,43, no maior patamar desde outubro.
Nesta segunda-feira (8), a previsão é de atenção aos indicadores domésticos, em uma agenda que reúne dados importantes para medir a atividade brasileira. Às 8h25, sai o Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central que compila as expectativas do mercado para inflação, juros e crescimento. Às 10h, a atenção se volta para a produção e as vendas de veículos referentes a novembro, uma leitura relevante para avaliar a força da demanda interna e a dinâmica da indústria automobilística, um dos setores que mais rapidamente espelham oscilações de consumo. Os números devem confirmar avanço de 1,8% na produção e de 7,2% nas vendas.
Além disso, os Estados Unidos voltam ao radar com um conjunto de indicadores capazes de influenciar a abertura do Ibovespa. Ao meio-dia, o Departamento do Comércio divulga as encomendas à indústria, além de dados de produtividade do setor não agrícola e do custo da mão de obra, termômetros diretos do ritmo de atividade e da pressão salarial na maior economia do mundo. Também está no calendário o leilão de títulos de três anos do Tesouro americano, sempre acompanhado de perto porque ajuda a calibrar expectativas sobre juros. A seguir, confira os principais acontecimentos do dia.