- O Ibovespa hoje finalizou o dia em queda de 0,02%, aos 127.768,19 pontos, variando entre máxima a 128.277,27 pontos e mínima a 127.226,37 pontos
- As três ações que mais valorizaram no dia foram CSN (CSNA3), Brava Energia (BRAV3) e Raízen (RAIZ4)
- As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), Hapvida (HAPV3) e BRF (BRFS3)
O Ibovespa hoje terminou o pregão próximo à estabilidade, após ter oscilado entre leves altas e baixas desde cedo. A principal referência da B3 abriu esta segunda-feira (18) aos 127.791,09 pontos e finalizou o dia em queda de 0,02%, aos 127.768,19 pontos, variando entre máxima a 128.277,27 pontos e mínima a 127.226,37 pontos. O volume negociado foi de R$ 22,7 bilhões.
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Pela manhã, investidores acompanharam uma nova piora nas estimativas para a inflação no Boletim Focus. A mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 subiu pela sétima semana seguida, de 4,62% para 4,64%. Ela está acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, a projeção era de 4,50%.
Já a estimativa para a taxa Selic no fim de 2025 avançou de 11,50% para 12%. Agora, está acima da projeção intermediária para o fim de 2024, que se manteve em 11,75% pela sétima semana seguida. Os números sugerem que o Banco Central continuará aumentando os juros ao longo do ano que vem e terá pouco espaço para cortá-los.
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No cenário corporativo, o destaque foi o Plano de Negócios 2025-29 da Petrobras (PETR3;PETR4). Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa destacou que a proposta do plano foi deliberada pela diretoria executiva no dia 14 de novembro, mas ainda será apreciada pelo conselho de administração em reunião agendada para o dia 21.
A previsão é de investimentos totais de US$ 111 bilhões entre 2025 e 2029, além do pagamento de US$ 45 bilhões em dividendos ordinários. Dentre os pontos do plano, a companhia cita investimentos de cerca de US$ 77 bilhões no segmento de Exploração & Produção, sendo US$ 7,9 bilhões em Exploração. Outros US$ 20 bilhões serão investidos no segmento de Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC).
A petroleira também projeta uma produção total de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed) no período. Menciona ainda uma “flexibilidade” para pagamentos extraordinários de até US$ 10 bilhões no intervalo.
Na visão do mercado, o plano não traz grandes mudanças e dá sinais de continuidade da gestão, inclusive nas questões relacionadas à distribuição de proventos. Com o anúncio, as ações ordinárias da petroleira (PETR3) terminaram o dia em alta de 2,57%, enquanto as preferenciais (PETR4) avançaram 2,50%. Os papéis também foram impulsionados pela valorização dos contratos futuros de petróleo, que fecharam em alta acima de 3%, em uma sessão marcada pela intensificação de riscos geopolíticos.
O dia foi positivo ainda para outra ação de peso para o Ibovespa: a Vale (VALE3). Os papéis da mineradora subiram 1,25%, acompanhando a valorização do minério de ferro no exterior. O contrato mais negociado da commodity no mercado futuro da Bolsa chinesa de Dalian, para janeiro de 2025, fechou em alta de 0,2%, cotado a 761 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 105,23. Já em Cingapura, avançou 2,52%.
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Se por um lado, a alta das commodities ajudou a aliviar as perdas do Ibovespa hoje, por outro, as preocupações fiscais seguiram limitado o apetite ao risco no ambiente doméstico. Com a ocorrência do G20 no Brasil e o feriado do Dia da Consciência Negra na quarta-feira (20), as apostas do mercado são de que o anúncio do pacote de corte de gastos do governo federal ficará para quinta-feira (21) ou sexta-feira (22).
Mencionando temores fiscais, o Morgan Stanley rebaixou a recomendação do Brasil para underweight (exposição abaixo da média do mercado, equivalente à venda) na região da América Latina. O preço-alvo do Ibovespa, no cenário base do banco, é de 146 mil pontos ao fim de 2025. “O Brasil permanece em um impasse fiscal que provavelmente necessitará de um ponto de virada”, afirma a casa, que considera a capacidade de o governo brasileiro convencer os mercados sobre as metas fiscais um fator-chave para manter a confiança de investidores domésticos e internacionais no País.
Em Nova York, S&P 500 e Nasdaq subiram 0,39%, e 0,60%, respectivamente, enquanto Dow Jones caiu 0,13%. No radar de Wall Street, está o resultado trimestral da gigante de semicondutores Nvidia (NVDA), que deve guiar o rumo dos mercados nos próximos dias, após o alívio no rali que se iniciou com a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Nesta segunda-feira, as ações da empresa fecharam em queda de 1,29% cotadas a US$ 140,15, após reportagem do site The Information relatar problemas nos chips Blackwell da companhia.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em baixa de 0,70% a R$ 5,7474, depois de variar entre máxima a R$ 5,7997 e mínima a R$ 5,7365. O movimento acompanhou a onda de enfraquecimento global da moeda americana, em um movimento de ajustes e realização dos lucros recentes, advindos da vitória de Trump.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram CSN (CSNA3), Brava Energia (BRAV3) e Raízen (RAIZ4).
CSN (CSNA3): 9,21%, R$ 11,62
As ações da CSN (CSNA3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, finalizando a sessão em valorização de 9,21% a R$ 11,62, após o conselho de administração da empresa aprovar a distribuição de dividendos intermediários no valor de R$ 730 milhões, que corresponde à quantia de cerca de R$ 0,55 por ação.
A CSNA3 está em baixa de 1,27% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 37,69%.
Brava Energia (BRAV3): 7,93%, R$ 17,97
Outro destaque positivo foi a Brava Energia (BRAV3), que avançou 7,93%, terminando o dia cotada a R$ 17,97. Os papéis da empresa estenderam os ganhos da última sessão, quando encerraram em alta de 6,59%, após o balanço da petroleira no terceiro trimestre agradar o mercado. A valorização do petróleo nesta segunda-feira também favoreceu os papéis da companhia.
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A BRAV3 está em alta de 5,83% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 30,8%.
Raízen (RAIZ4): 3,31%, R$ 2,5
Quem também se saiu bem no pregão foi a Raízen (RAIZ4), que subiu 3,31% a R$ 2,5. A empresa informou ao mercado na última sexta-feira (15) uma transação entre partes relacionadas no valor aproximado de R$ 151,3 milhões. A operação, celebrada em 8 de novembro, envolve a venda de derivados de petróleo pela Raízen Trading S.A. à Shell Trading US Company.
A RAIZ4 está em baixa de 10,71% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 37,5%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), Hapvida (HAPV3) e BRF (BRFS3).
Azul (AZUL4): -7,5%, R$ 4,93
As ações da Azul (AZUL4) registraram a maior queda do Ibovespa hoje e terminaram o pregão cotadas a R$ 4,93, em baixa de 7,5%. Os papéis da companhia aérea foram pressionados pela alta dos juros futuros, após a piora das estimativas de inflação na última edição do Boletim Focus.
A AZUL4 está em baixa de 13,2% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 69,21%.
Hapvida (HAPV3): -6,94%, R$ 2,95
Na lista de principais baixas do dia, figuraram também as ações da Hapvida (HAPV3), que cederam 6,94% a R$ 2,95, penalizadas pelo avanço dos juros futuros.
A HAPV3 está em baixa de 16,19% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 33,71%.
BRF (BRFS3): -5,69%, R$ 23,53
Outro destaque negativo do Ibovespa hoje foi a BRF (BRFS3), que recuou 5,69% a R$ 23,53. Os papéis da empresa foram pressionados pela alta constante do preço do milho no mercado interno, conforme explicou o sócio da AAX Investimentos, Rodrigo Brolo, ao Broadcast. “O milho já subiu mais de 50% nos últimos meses”, disse.
A BRFS3 está em baixa de 10,29% no mês. No ano, acumula uma valorização de 70,38%.
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*Com Estadão Conteúdo