O Ibovespa hoje fechou o dia em forte queda, pressionado por ações ligadas ao setor de mineração e siderurgia. Nesta sexta-feira (3), o principal índice da B3 finalizou a sessão em baixa de 1,33%, aos 118.532,68 pontos, oscilando entre máxima, aos 120.355,51 pontos, e mínima, aos 118.403,56 pontos, com volume negociado de R$ 20,5 bilhões. Esse foi o menor nível de encerramento desde 6 de novembro de 2023, então aos 118.431,25 pontos.
O mercado acompanhou a notícia de que o HSBC rebaixou a recomendação das ações brasileiras de neutra para underweight (desempenho abaixo da média, equivalente à venda), mencionando que considera o Brasil uma “armadilha clássica de valor”. Segundo o banco, o valuation da Bolsa brasileira parece barato, com Preço por Lucro (P/E, na sigla em inglês) projetado para 12 meses em 6,6 vezes, mas ainda assim “há poucas razões para isso mudar”.
Outro fator externo que pressionou o Ibovespa no dia foi a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia chinesa. O Banco do Povo da China (PBoC) repetiu a promessa de implementar cortes de compulsórios bancários (RRR, na sigla em inglês) e de juros em algum momento ainda não definido neste ano, mas as medidas seguiram despertando dúvidas nos investidores.
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A Vale (VALE3), principal ação do Ibovespa, cedeu 1,86%, em meio à baixa do minério de ferro no exterior. O contrato mais negociado da commodity no mercado futuro da Bolsa chinesa de Dalian, para maio de 2025, fechou em queda de 2,18%, cotado a 764 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 104,66.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em alta de 0,32%, cotado a R$ 6,1821. “O mercado agora volta suas atenções para o cenário internacional. Nos Estados Unidos, a posse de Donald Trump e suas promessas de políticas inflacionárias seguem no radar”, afirma Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas. “No Brasil, o patamar acima de R$ 6,00 parece se consolidar como o ‘novo normal’, refletindo o impacto das incertezas fiscais e externas”, complementa.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 1,26%, 0,8%, 1,77%, respectivamente, nesta sexta-feira. Depois de tombarem 6,08% na quinta-feira (2), as ações da Tesla (TSLA) saltaram mais de 8% e foram o principal destaque positivo do pregão.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Eneva (ENEV3), São Martinho (SMTO3) e Azul (AZUL4).
Eneva (ENEV3): 5,45%, R$ 10,07
As ações da Eneva (ENEV3) encerraram o pregão em alta de 5,45% a R$ 10,07, liderando os ganhos do Ibovespa hoje. Os papéis da empresa se recuperaram de parte das perdas sofridas na véspera, quando tombaram 9,31%, após o Ministério de Minas e Energia (MME) divulgar as diretrizes para a realização de um leilão de capacidade para térmicas e hidrelétricas. O texto deu a entender que a empresa ficará de fora do leilão.
“A reação do mercado, que já avaliava a ação como barata, foi desproporcional, criando uma oportunidade de negociação altamente assimétrica”, destacou o BTG Pactual em relatório.
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A ENEV3 está em baixa de 4,37% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 4,37%.
São Martinho (SMTO3): 5,17%, R$ 24,2
Entre os principais destaques positivos da sessão, também estiveram as ações da São Martinho (SMTO3), que avançaram 5,17% a R$ 24,2. Ao Broadcast, o analista da Levante Corp, João Abdouni, explicou que o mercado nutre expectativas por uma alta nos preços do etanol, enquanto a demanda do açúcar se mantém forte.
A SMTO3 está em alta de 4,04% no mês. No ano, acumula uma valorização de 4,04%.
Azul (AZUL4): 3,02%, R$ 3,75
Quem também se saiu bem foi a Azul (AZUL4), que subiu 3,02% a R$ 3,75. A Advocacia-Geral da União (AGU) firmou acordos com a companhia aérea e com a Gol (GOLL4) para regularizar dívidas previdenciárias e fiscais de R$ 7,5 bilhões junto à União. Desse montante, R$ 2,5 bilhões são dívidas da Azul e R$ 5 bilhões são relativos à Gol.
A AZUL4 está em alta de 5,93% no mês. No ano, acumula uma valorização de 5,93%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Usiminas (USIM5), IRB (IRBR3) e Yduqs (YDUQ3).
Usiminas (USIM5): -6,01%, R$ 4,85
As ações da Usiminas (USIM5) caíram 6,01% a R$ 4,85, registrando a maior perda do Ibovespa hoje. Os papéis da empresa foram contaminados pelo desempenho negativo do minério de ferro no exterior.
A USIM5 está em baixa de 8,83% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 8,83%.
IRB (IRBR3): -5,55%, R$ 42,05
Quem também se saiu mal foi o IRB (IRBR3), que cedeu 5,55% a R$ 42,05. As ações corrigiram os ganhos da véspera, quando saltaram 4,88% na B3.
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A IRBR3 está em baixa de 0,94% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 0,94%.
Yduqs (YDUQ3): -5,08%, R$ 8,04
Entre os principais destaques negativos do Ibovespa hoje, também estiveram as ações da Yduqs (YDUQ3), que recuaram 5,08% a R$ 8,04. Nenhuma notícia corporativa específica sobre a companhia foi monitorada pelos investidores no dia.
A YDUQ3 está em baixa de 5,96% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 5,96%.
*Com Estadão Conteúdo
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