A Bolsa brasileira se apoiou na recuperação das commodities, que puxou ações de grande peso, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3;PETR4), além de contar com a alta de bancos e varejistas, mesmo diante da fraqueza das Bolsas de Nova York, onde os investidores aguardam pela divulgação do payroll (relatório oficial de empregos dos Estados Unidos) na sexta-feira (7).
A valorização dos papéis de maior peso acompanhou o bom desempenho das commodities no exterior. Na China, o minério de ferro encerrou em alta de 0,96%, no primeiro avanço da commodity após dez dias seguidos em queda. Os contratos futuros de petróleo, por sua vez, fecharam em valorização perto de 2%, recuperando parte das perdas vistas no início da semana.
Já os juros futuros recuaram ao longo da curva na sessão, acompanhando o alívio do dólar. Após encerrar no maior patamar desde janeiro de 2023 na véspera, a moeda americana terminou a sessão desta quinta-feira em queda de 0,89% cotada a R$ 5,2508. O euro, por sua vez, caiu 0,75%, sendo negociado a R$ 5,718 ao final do pregão.
Investidores também monitoraram a decisão do Banco Central Europeu (BCE), que cortou suas principais taxas de juros em 25 pontos-base, conforme esperado pelo mercado. “A decisão pode trazer um certo alento ao mercado brasileiro, à medida que a condução da política monetária na Europa pode influenciar o ciclo de queda de juros dos Estados Unidos e também dos países emergentes”, destaca Leandro Ormond, analista da Aware Investments. Com a medida, as principais Bolsas europeias fecharam no campo positivo nesta quinta-feira.
Em Nova York, os índices acionários terminaram o dia mistos, com Dow Jones em valorização de 0,2%, enquanto Nasdaq e S&P 500 recuaram 0,09% e 0,02%, respectivamente. Pela manhã, foi divulgado que o número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiu para 229 mil na semana passada, superando as expectativas de analistas ouvidos pela FactSet, que previam avanço a 220 mil.
O desempenho mais contido das Bolsas americana ocorre um dia após os mercados acionários de Nova York registrarem ganhos generalizados, com novas máximas históricas de S&P 500 e Nasdaq, à medida que a ação da Nvidia (NVDA) saltou mais de 5%, levando o valor de mercado da empresa a ultrapassar a marca de US$ 3 trilhões pela primeira vez.
Maiores Altas
As três ações que mais valorizaram no dia foram LWSA (LWSA3), MRV (MRVE3) e Cogna (COGN3).
LWSA (LWSA3): +6,22%, R$ 4,61
As ações da LWSA (LWSA3), ex-Locaweb, lideraram os ganhos do Ibovespa no pregão e terminaram o dia em alta de 6,22%, a R$ 4,61. “Os papéis subiram após a notícia de que a companhia avança em conta digital e de crédito após integrar várias empresas e consolidar seus ativos”, explica Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
A LWSA3 está em alta de 6,47% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 23,29%.
MRV (MRVE3): +5,94%, R$ 7,31
Quem também se saiu bem foram as ações da MRV (MRVE3), que encerraram o dia em valorização de 5,94%, cotadas a R$ 7,31. Os papéis se beneficiaram da descompressão dos juros futuros. “Obviamente um respiro, que não significa mudança nas tendências”, ponderou Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, ao Broadcast.
A MRVE3 está em alta de 5,64% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 34,91%.
Cogna (COGN3): +4,97%, R$ 1,9
Entre as maiores altas do dia, estiveram ainda as ações da Cogna (COGN3), que subiram 4,97% sendo negociadas a R$ 1,9 ao final do pregão. Por serem papéis mais sensíveis aos juros altos, os ativos também se beneficiaram do alívio dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs).
A COGN3 está em alta de 2,15% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 45,56%.
Maiores Quedas
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Braskem (BRKM5), Sabesp (SBSP3) e Alpargatas (ALPA4).
Braskem (BRKM5): -4,12%, R$ 17,9
Entre os poucos destaques negativos da sessão, estiveram os papéis da Braskem (BRKM5), que lideraram as perdas do Ibovespa e encerraram em baixa de 4,12%, a R$ 17,9. As ações da empresa foram afetadas pelas expectativas da Fitch de que os spreads petroquímicos continuem em baixa — esses indicadores representam o diferencial de preço entre o custo de matérias-primas e o preço de seus produtos.
“Além disso, ainda pesam os recentes rumores de que o ex-ministro da Economia Guido Mantega pode ser nomeado como conselheiro da companhia”, ressalta Nishimura, da Nomos. Em entrevista à Bloomberg, divulgada nesta semana, Mantega afirmou que teria sido sondado pelo governo Lula para integrar o conselho da petroquímica.
A BRKM5 está em baixa de 5,29% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 18,12%.
Sabesp (SBSP3): -0,88%, R$ 77,32
Na lista de maiores baixas do dia, também figuraram as ações da Sabesp (SBSP3), que encerraram em queda de 0,88%, a R$ 77,32. O movimento foi de realização de lucros, após os papéis terem subido mais de 4% na véspera, entre as principais altas do Ibovespa, em meio aos avanços do plano de privatização da companhia.
A SBSP3 está em alta de 4,68% no mês. No ano, acumula uma valorização de 4,13%.
Alpargatas (ALPA4): -0,52%, R$ 9,6
Os papéis da Alpargatas (ALPA4) também sofreram na sessão e encerraram o dia em queda de 0,52% sendo negociados a R$ 9,6. A empresa contrariou outros pares do setor, que se destacaram positivamente no dia. No entanto, nenhuma notícia específica sobre a companhia foi monitorada pelos investidores no pregão.
A ALPA4 está em baixa de 0,72% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 5,14%.
*Com Estadão Conteúdo