- Em sessão morna, a principal referência da B3 encerrou o dia em valorização de 0,53%, aos 120.261,34 pontos
- As três ações que mais valorizaram no dia foram BRF (BRFS3), Yduqs (YDUQ3) e Marfrig (MRFG3)
- As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), CSN (CSNA3) e Assaí (ASAI3)
O Ibovespa hoje fechou em alta em dia de liquidez reduzida pelo feriado de Juneteenth nos Estados Unidos. Nesta quarta-feira (19), a principal referência da B3 encerrou a sessão em valorização de 0,53%, aos 120.261,34 pontos, após seguir em posição acomodada até o meio da tarde e ganhar força ao final do dia com as ações da Vale (VALE3).
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O volume negociado no pregão foi de R$ 14,2 bilhões, abaixo da média diária de R$ 20 bilhões que costuma ser observada. Sem a referência de Nova York, predominou o clima de cautela à espera da decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom). O mercado acreditava, majoritariamente, na manutenção da Selic em 10,5% ao ano, cenário projetado por 43 das 50 casas consultadas na pesquisa Projeções Broadcast. E foi essa a decisão do comitê de política econômica do Banco Central.
A sessão que antecedeu o Copom foi marcada por um novo avanço no dólar, que encerrou em leve alta de 0,14% a R$ R$ 5,44. A cotação chegou a bater máxima de R$ 5,48 – o maior patamar desde o início do governo Lula, em janeiro de 2023 –, mas foi perdendo força a longo do dia. Já o euro fechou em valorização 0,22% frente ao real no pregão, sendo negociado a R$ 5,847.
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Do meio para o fim da tarde, o Ibovespa ganhou força com a valorização dos papéis da Vale (VALE3), de maior peso para a composição do índice. As ações da mineradora encerraram em alta de 0,56% a R$ 61, acompanhando o desempenho do minério de ferro em Cingapura, que terminou o dia em valorização de 0,97%, cotado a US$ 107,30 por tonelada, na contramão do cenário visto em Dalian, na China, onde a commodity encerrou em baixa de 0,36%, cotada a US$ 113,58 por tonelada.
As ações da Petrobras (PETR3;PETR4), depois de oscilarem durante toda a sessão, fecharam mistas. Enquanto os papéis ordinários (PETR3) caíram 0,63% a R$ 37,64, os preferenciais (PETR4) subiram 0,08% a R$ 35,93. A volatilidade ocorreu em um dia levemente negativo para o petróleo, marcado ainda pela posse de Magda Chambriard no comando da estatal, em cerimônia com a presença do presidente Lula – a primeira vez em 12 anos que um líder da República foi à posse de dirigente da empresa.
Maiores altas
As três ações que mais valorizaram no dia foram BRF (BRFS3), Yduqs (YDUQ3) e Marfrig (MRFG3).
BRF (BRFS3): 4,33%, R$ 20,02
As ações da BRF (BRFS3) lideraram os ganhos do Ibovespa nesta quarta-feira, encerrando pregão em alta de 4,33% a R$ 20,02. Os papéis avançaram ainda repercutindo a decisão da China de abrir uma investigação antidumping sobre importações de carne suína da União Europeia. “Ainda têm relação com a decisão da China, mas além disso o dólar mais forte hoje favoreceu esses players exportadores”, apontou o analista Rafael Passos, sócio da Ajax Asset, ao Broadcast.
A BRFS3 está em alta de 7,75% no mês. No ano, acumula uma valorização de 44,97%.
Yduqs (YDUQ3): 4,33%, R$ 11,09
Entre os destaques positivos do pregão, também estiveram os papéis da Yduqs (YDUQ3), que encerraram em alta de 4,33% cotados a R$ 11,09. “A empresa viu suas ações se valorizarem mesmo sem novidades relevantes para a companhia, possivelmente, na minha visão, em função de fluxo institucional que faz preço no papel em um dia de baixo volume de negociações”, destaca Felipe de Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital.
A YDUQ3 está em baixa de 8,42% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 49,64%.
Marfrig (MRFG3): 3,03%, R$ 10,88
Quem também se saiu bem foi a Marfrig (MRFG3), cujas ações fecharam o pregão em valorização de 3,03% a R$ 10,88, ainda embaladas pelo bom momento do setor de frigoríficos e pela alta do dólar, que tende a beneficiar empresas exportadoras.
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A MRFG3 está em baixa de 3,55% no mês. No ano, acumula uma valorização de 12,16%.
Maiores quedas
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Azul (AZUL4), CSN (CSNA3) e Assaí (ASAI3).
Azul (AZUL4): -4,62%, R$ 8,06
Liderando a ponta negativa do Ibovespa, os papéis da Azul (AZUL4) fecharam em baixa de 4,62% a R$ 8,06. Além da preocupação com os juros mais altos à espera da decisão do Copom, a companhia aérea foi penalizada pela alta do dólar no pregão e pelo avanço dos contratos futuros do petróleo, que tendem a servir como um parâmetro para os preços do querosene de aviação.
A AZUL4 está em baixa de 14,89% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 49,66%.
CSN (CSNA3): -1,85%, R$ 12,75
Entre as principais baixas da sessão, figuraram ainda as ações da CSN (CSNA3), que encerraram em desvalorização de 1,85% a R$ 12,75. Os papéis realizaram lucros, após dispararem 9,07% na véspera, depois que a maioria dos ministros da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu acatar o recurso que reconhece direito da companhia siderúrgica a uma indenização a ser paga pelo grupo ítalo-argentino Ternium.
A CSNA3 está em baixa de 2,52% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 31,64%.
Assaí (ASAI3): -1,07%, R$ 11,05
Quem também sofreu foram os papéis do Assaí (ASAI3), que terminaram o dia em desvalorização de 1,07% a R$ 11,05. “O mercado está desconfiado com o varejo em geral diante do cenário econômico doméstico de juros persistentemente altos e de um governo pouco preocupado em criar condições para sua redução”, ressalta Castro, da Matriz Capital.
A ASAI3 está em baixa de 9,28% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 18,33%.
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*Com Estadão Conteúdo