Desde o início da segunda quinzena de maio, a principal referência da B3 registrou apenas dois ganhos discretos, de 0,20% no último dia 16 e de 0,15%, no dia 27. Nas últimas sessões, o índice tem operado nos menores níveis desde novembro de 2023, renovando em seis pregões seguidos a sua cotação mínima de fechamento em 2024.
Nesta quarta-feira, o Ibovespa não conseguiu acompanhar o sinal positivo dos índices acionários americanos. O Nasdaq fechou em alta de 1,96%, enquanto o S&P 500 registrou ganhos de 1,18%. O Dow Jones, por sua vez, teve um avanço mais contido, mas ainda assim encerrou em valorização de 0,25%. Indicadores econômicos divulgados no dia ofereceram mais perspectivas para um eventual corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) ainda neste ano.
O setor privado dos Estados Unidos criou 152 mil empregos em maio, segundo pesquisa com ajustes sazonais divulgada pela ADP. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, de geração de 175 mil postos de trabalho no mês passado. A publicação vem antes do payroll (relatório oficial de empregos do país) de maio, que será divulgado na sexta-feira (7) e deve ser um importante indicativo para os próximos passos do Fed.
Já na B3, as perdas de Vale (VALE3), ação de maior peso individual para o Ibovespa, pesaram sobre o índice. As ações da empresa encerraram o dia em queda de 1,42%, a R$ 60,37, refletindo a desvalorização do minério de ferro, que fechou em baixa de 1,84% na Bolsa de Dalian, na China.
Os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4), por sua vez, conseguiram se manter no campo positivo por boa parte do pregão, mas reduziram os ganhos ao final da tarde, prejudicando o desempenho do Ibovespa. As ações da estatal terminaram mistas: enquanto as preferenciais (PETR4) avançaram 0,13%, a R$ 38,20, as ordinárias (PETR3) registraram queda de 0,17%, a R$ 39,95.
Após cinco sessões negativas para a commodity, o petróleo fechou em alta, impulsionado por dados da China. Na noite de terça-feira (4), o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços do país asiático em maio ficou acima do esperado e indicou expansão da atividade, no maior nível desde julho de 2023.
O dia também foi marcado pela valorização do dólar. A moeda americana avançou 0,23% frente ao real na sessão, atingindo R$ 5,2977 – o maior valor de fechamento desde 5 de janeiro de 2023, então a R$ 5,3523. O euro, por sua vez, subiu 0,17%, sendo negociado a R$ 5,761 ao final do pregão.
Maiores Altas
As três ações que mais valorizaram no dia foram Magazine Luiza (MGLU3), Sabesp (SBSP3) e Azul (AZUL4).
Magazine Luiza (MGLU3): +4,64%, R$ 12,19
As ações do Magazine Luiza (MGLU3) lideraram os ganhos do Ibovespa no pregão e terminaram a sessão em valorização de 4,64% a R$ 12,19. O movimento foi de recuperação após os papéis da varejista terem caído mais de 8% na terça-feira (4), registrando a principal queda do índice no dia.
A MGLU3 está em baixa de 1,61% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 43,22%.
Sabesp (SBSP3): +4,47%, R$ 78,01
Quem também se saiu bem no pregão foram as ações da Sabesp (SBSP3), que subiram 4,47% a R$ 78,01, após novas notícias sobre a privatização da empresa. O Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização (CDPED) autorizou na terça-feira (4) a alienação de ações ordinárias da companhia, de forma que o Estado de São Paulo mantenha no mínimo 18% do capital social da empresa, podendo ser superior a depender das condições do mercado.
A SBSP3 está em alta de 5,62% no mês. No ano, acumula uma valorização de 5,06%.
Azul (AZUL4): +2,18%, R$ 9,37
Outro destaque positivo foi a ação da Azul (AZUL4), que encerrou em alta de 2,18%, sendo negociada a R$ 9,37. Os papéis da companhia aérea foram beneficiados pelos sinais de enfraquecimento da economia americana, depois da publicação dos dados do PMI de serviços, que realimentaram o otimismo para o início do ciclo de corte de juros nos Estados Unidos.
A AZUL4 está em alta de 1,06% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 41,47%.
Maiores Quedas
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Petz (PETZ3), Cogna (COGN3) e Petrorecôncavo (RECV3).
Petz (PETZ3): -4,32%, R$ 3,54
As ações da Petz (PETZ3) lideraram a ponta negativa do Ibovespa e encerraram a sessão em baixa de 4,32% cotadas a R$ 3,54. Pesam sobre os papéis as dúvidas quanto ao processo de fusão com a Cobasi. “Boa parte das casas de análises tem recomendação neutra para o papel, mostrando que a incerteza quanto à fusão se sobrepõe, mesmo em um dia como o de hoje, em que a curva de juros vai perdendo força”, explicou Gustavo Bertotti, economista-chefe da Fami Capital, ao Broadcast.
A PETZ3 está em baixa de 5,6% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 10,38%.
Cogna (COGN3): -3,72%, R$ 1,81
Os papéis da Cogna (COGN3) também ficaram entre os principais destaques negativos do dia, fechando a sessão em queda de 3,72% a R$ 1,81. No entanto, nenhuma notícia específica sobre a empresa foi monitorada pelos investidores nesta quarta-feira.
A COGN3 está em baixa de 2,69% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 48,14%.
Petrorecôncavo (RECV3): -3,37%, R$ 20,36
Na lista de maiores baixas do dia, estiveram ainda as ações da Petrorecôncavo (RECV3), que terminaram o dia em queda de 3,37% cotadas a R$ 20,36. Os papéis ignoraram o movimento de alta do petróleo, que subiu na sessão impulsionado por dados da China.
A RECV3 está em baixa de 1,83% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 6%.
*Com Estadão Conteúdo