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Ibovespa hoje interrompe sequência de recordes em movimento de correção; Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3) caem

Depois de renovar máximas por três sessões seguidas, índice perdeu o patamar de 136 mil pontos

Ibovespa hoje interrompe sequência de recordes em movimento de correção; Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3) caem
Fachada da B3, a Bolsa de Valores brasileira. Foto: Werther Santana/Estadão
  • O Ibovespa hoje fechou em queda de 0,95%, aos 135.173,39 pontos, com um volume negociado de R$ 22,2 bilhões
  • As três ações que mais valorizaram no dia foram Embraer (EMBR3), Weg (WEGE3) e Ambev (ABEV3)
  • As três ações que mais desvalorizaram no dia foram CVC (CVCB3), MRV (MRVE3) e Magazine Luiza (MGLU3)

O Ibovespa hoje interrompeu a sua sequência de recordes e fechou em queda de 0,95%, aos 135.173,39 pontos. Nesta quinta-feira (22), o giro financeiro ficou em R$ 22,2 bilhões na sessão, sendo que o principal índice da B3 flutuou entre mínima a 134.835,74 pontos e máxima a 136.462,18 pontos, correspondente ao nível de abertura.

No começo da semana, a Bolsa brasileira renovou o seu nível histórico de fechamento por três pregões seguidos.  O movimento reflete um cenário externo mais favorável, com a perspectiva de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), além de resultados corporativos sólidos no Brasil, observados na última temporada de balanços.

Jennie Li, estrategista de ações no Research da XP, acredita que o movimento positivo deve prosseguir, com a casa mantendo uma expectativa de 147 mil pontos para o índice até o final do ano. “O posicionamento, porém, ainda é cauteloso, com foco em setores defensivos, diante da volatilidade e dos riscos fiscais e políticos domésticos”, afirma. “Mesmo assim, investidores estão aproveitando para se posicionar em papéis de qualidade, sem a necessidade de tomar grandes riscos, dado o valuation atrativo.”

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Diante do otimismo para o mercado acionário local, a queda do Ibovespa nesta quinta-feira representa um movimento de realização de lucros, sendo uma correção técnica “esperada” por analistas. Isso porque, desde o dia 5 de agosto, quando as Bolsas globais foram tomadas pelo temor de uma recessão nos Estados Unidos, o índice engatou uma recuperação muito forte. “Foi uma sequência de altas importante, com apenas um dia de queda desde então, que foi em 16 de agosto, justamente quando o Ibovespa tocou o topo histórico mais recente e teve alguma realização, mas voltou nos últimos três dias para novas máximas”, diz Bruna Sene, analista de renda variável da Rico.

O setor metálico, que na véspera tinha contribuído para a renovação de recorde do índice, sucumbiu ao desempenho negativo do minério de ferro e caiu em bloco. CSN (CSNA3) recuou 1,62%, atingindo a cotação mínima de R$ 12,13 no encerramento, enquanto Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) registraram perdas de 0,81% e 3,46%, respectivamente. O contrato mais negociado do minério no mercado futuro na Bolsa de Cingapura, para entrega em setembro de 2024, registrou recuo de 1,14%, ainda abaixo do patamar de US$ 100, fechando em US$ 97,35.

Em Nova York, as Bolsas de Valores também encerraram no campo negativo, com Nasdaq em baixa de 1,67%, enquanto Dow Jones e S&P 500 recuaram 0,43% e 0,89%, respectivamente. Investidores aguardam o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole na sexta-feira (23). O evento reúne banqueiros centrais de todo o mundo.

“Este dia de realização de lucros vem junto com a cautela do mercado pelas próximas pistas de como o Fed vai conduzir a política monetária nos Estados Unidos. O mercado já está convicto de que haverá um corte de juros em setembro. A dúvida agora é se será um corte de 0,25 ou 0,50 ponto percentual”, pontua Sene, da Rico.

Entre os setores dos índices americanos, o de tecnologia foi um dos mais pressionados. As ações da Tesla (TSLA) recuaram 5,65% após a chefe de operações financeiras da montadora, Sreela Venkataratnam, deixar a empresa depois de 11 anos de atuação na companhia. Venkataratnam era uma das duas executivas mais seniores e sua saída deixa Laurie Shelby, vice-presidente de meio ambiente, saúde, segurança e proteção, como a única mulher na equipe executiva do CEO da empresa, Elon Musk.

As maiores altas do Ibovespa hoje

As três ações que mais valorizaram no dia foram Embraer (EMBR3), Weg (WEGE3) e Ambev (ABEV3).

Embraer (EMBR3): 2,15%, R$ 46

As ações da Embraer (EMBR3) lideraram os ganhos do Ibovespa nesta quinta-feira, finalizando a sessão em alta de 2,15% a R$ 46. Os papéis foram beneficiados pela valorização do dólar, que subiu 1,98% a R$ 5,5904, em meio ao avanço dos rendimentos dos Treasuries (títulos públicos americanos).

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A EMBR3 está em alta de 5% no mês. No ano, acumula uma valorização de 105,45%.

Weg (WEGE3): 1,44%, R$ 54,2

Outro destaque positivo da sessão foi a Weg (WEGE3), que avançou 1,44% a R$ 54,2. As ações da empresa também foram impulsionadas pela valorização do dólar, que beneficia companhias exportadoras.

A WEGE3 está em alta de 7,25% no mês. No ano, acumula uma valorização de 48,79%.

Ambev (ABEV3): 0,46%, R$ 13

Entre as maiores altas do pregão, estiveram ainda as ações da Ambev (ABEV3), que encerraram em valorização de 0,46% a R$ 13. Nenhuma notícia sobre a empresa, no entanto, foi monitorada pelos investidores.

A ABEV3 está em alta de 12,52% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 5,1%.

As maiores quedas do Ibovespa hoje

As três ações que mais desvalorizaram no dia foram CVC (CVCB3), MRV (MRVE3) e Magazine Luiza (MGLU3).

CVC (CVCB3): -6,52%, R$ 2,15

As ações da CVC (CVCB3) registraram a principal queda do Ibovespa hoje, terminando o pregão em baixa de 6,52% a R$ 2,15. Os papéis sofreram um movimento de correção após dispararem 12,75% na véspera, com o anúncio de que fundos de investimento sob a gestão da WNT passaram a deter 26.333.100 ações ordinárias da empresa, o equivalente a 5,01% do capital social.

A CVCB3 está em alta de 18,68% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 38,29%.

MRV (MRVE3): -5,28%, R$ 7,17

Quem também sofreu no pregão foi a MRV (MRVE3), que recuou 5,28% a R$ 7,17. As ações da companhia foram penalizadas pelo avanço dos juros futuros – movimento que afeta empresas do setor de construção.

A MRVE3 está em alta de 7,43% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 35,62%.

Magazine Luiza (MGLU3): -4,84%, R$ 13,18

Entre as maiores baixas do Ibovespa hoje, estiveram ainda as ações do Magazine Luiza (MGLU3), que caíram 4,84% a R$ 13,18, penalizadas pelo alta dos juros futuros, à medida que o mercado digere tom considerado mais hawkish (agressivo) do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen.

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A MGLU3 está em alta de 19,06% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 38,61%.

*Com Estadão Conteúdo

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