O Ibovespa hoje fechou em queda, pressionado pela queda dos seus papéis de maior peso e liquidez. A principal referência da B3 finalizou a sessão desta terça-feira (28) em baixa de 0,65% aos 124.055,50 pontos, depois de oscilar entre máxima a 124.880,76 pontos e mínima a 123.972,72 pontos, com volume negociado de R$ 16,4 bilhões.
Investidores operaram com cautela antes da Super-Quarta, que será marcada por decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. A expectativa é de que, por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano, como já havia sinalizado no encontro anterior. Já nos EUA, o mercado espera que o Federal Reserve (Fed), o BC americano, mantenha a taxa de juros inalterada.
Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, explica que o foco estará nos comunicados das autoridades monetárias. “Para os EUA será relevante verificar em que medida serão sinalizados novos pontos de atenção sobre a resistência da inflação em convergir para a meta e, particularmente, se serão feitas menções a potenciais medidas do novo governo”, diz. “No Brasil, os esforços também estarão em tentar antecipar o ritmo de aumento e nível terminal da Selic neste ciclo de aperto monetário.”
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Nesta terça-feira, o pregão foi negativo para as ações da Vale (VALE3), de maior peso para a carteira do Ibovespa. Os papéis da mineradora encerraram em baixa de 2,43%, em dia sem negociações do minério de ferro por conta do feriado do ano novo chinês. Após o fechamento do mercado, a mineradora divulgou seu relatório de produção e vendas relativo ao quarto trimestre de 2024, em uma prévia do balanço financeiro, que será conhecido em 19 de fevereiro.
Quem também sofreu na sessão foram as ações da Petrobras (PETR3;PETR4): enquanto as ordinárias (PETR3) recuaram 0,24%, as preferenciais (PETR4) registraram baixa de 0,14%. Os contratos futuros de petróleo seguiram um caminho contrário e encerraram em alta, depois de terem registrado oito quedas seguidas nas últimas sessões.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hoje fechou em baixa de 0,74% a R$ 5,8696, depois de chegar a atingir mínima a R$ 5,8573. O real se beneficiou das expectativas pelo aumento da Selic – que pode aumentar o diferencial de juros entre Brasil e EUA – e de dados mais positivos da economia brasileira. A arrecadação de impostos e contribuições federais encerrou 2024 em R$ 2,653 trilhões, informou a Receita Federal. O volume representa uma alta real (descontada a inflação) de 9,62% na comparação com o resultado de 2023,
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 0,92%, 0,31% e 2,03%, respectivamente. Os índices se recuperaram após as perdas de segunda-feira (27), quando sofreram com o lançamento do novo modelo de inteligência artificial (IA) da startup chinesa DeepSeek. Entre os destaques positivos, a Nvidia subiu 8,82%, após a queda superior a 17% na véspera, e a Apple avançou 3,65%, com perspectivas de que a empresa poderá ser menos afetada pelos desenvolvimentos chineses de IA do que outras gigantes americanas.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram IRB (IRBR3), Azzas 2154 (AZZA3) e Engie (EGIE3).
IRB (IRBR3): 3,77%, R$ 52,51
As ações do IRB (IRBR3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, terminando a sessão com ganhos de 3,77% a R$ 52,51. “A empresa teve melhoras operacionais e o mercado acredita em melhoras também na margem financeira, visto que o cenário de juros altos por mais tempo favorece a companhia”, destacou Fabio Lemos, analista da Fatorial Invest, ao Broadcast.
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A IRBR3 está em alta de 23,7% no mês. No ano, acumula uma valorização de 23,7%.
Azzas 2154 (AZZA3): 1,81%, R$ 33,75
Outro destaque positivo foi a Azzas 2154 (AZZA3), que subiu 1,81% a R$ 33,75. “Azzas se beneficia também da queda do dólar, já que boa parte dos seus produtos são importados”, disse o analista Felipe von Eye Corleta, sócio da GTF Capital, ao Broadcast.
A AZZA3 está em alta de 14,1% no mês. No ano, acumula uma valorização de 14,1%.
Engie (EGIE3): 1,72%, R$ 36,76
Na lista de principais altas do dia, figuraram também as ações da Engie (EGIE3), que avançaram 1,72% a R$ 36,76. O presidente da empresa, Eduardo Sattamini, afirmou que a companhia ainda não decidiu se participará do leilão de baterias, previsto para este ano.
“Pode ser que sim. O meu pessoal está analisando, estruturando, conversando com os fornecedores e a gente vai verificar se tem condições econômicas para entrar. Ainda não tem uma definição. Mas a gente está olhando com a intenção de participar, se houver”, disse a jornalistas depois de participar de painel no Latin America Investment Conference (LAIC), promovido pelo UBS BB, em São Paulo.
A EGIE3 está em alta de 3,55% no mês. No ano, acumula uma valorização de 3,55%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Cogna (COGN3), CVC (CVCB3) e Vibra (VBBR3).
Cogna (COGN3): -5%, R$ 1,33
As ações da Cogna (COGN3) sofreram a maior queda do Ibovespa hoje, encerrando o pregão em baixa de 5% a R$ 1,33, sem notícias específicas sobre a empresa no radar dos investidores.
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A COGN3 está em alta de 22,02% no mês. No ano, acumula uma valorização de 22,02%.
CVC (CVCB3): -4,84%, R$ 1,77
Quem também se saiu mal foi a CVC (CVCB3), que cedeu 4,84% a R$ 1,77. Ativos cíclicos, mais sensíveis aos ciclos econômicos, devolveram os ganhos hoje, após subirem na segunda-feira (27) influenciados pelos juros futuros e pelo dólar, que recuaram.
A CVCB3 está em alta de 28,26% no mês. No ano, acumula uma valorização de 28,26%.
Vibra (VBBR3): -4,08%, R$ 17,64
Completando a lista de principais baixas do Ibovespa hoje, também figuraram as ações da Vibra (VBBR3), que fecharam em queda de 4,08% a R$ 17,64, sem gatilhos específicos.
A VBBR3 está em baixa de 1,12% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 1,12%.
*Com Estadão Conteúdo
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