O Ibovespa hoje caiu -0,69%, aos 133.071,05 pontos, e com volume negociado de R$ 21,2 bilhões. O dia foi de grande volatilidade com os investidores ainda digerindo a oficialização das tarifas impostas pelos EUA ao Brasil. Apesar de mais de 700 produtos brasileiros terem escapado ao avanço tarifário, como aeronaves, minério de ferro e combustíveis, a manutenção da taxação sobre a carne bovina fez os frigoríficos desabarem no pregão.
Josias Bento, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, aponta que os investidores temem a escalada das tensões entre Brasil e EUA, não só nas relações comerciais, mas principalmente na esfera política. Além das tarifas, Trump aplicou a lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em uma sinalização clara de que o desgaste entre os países pode se estender.
“Essas taxações e a tensão diplomática entre EUA e Brasil após a aplicação da lei Magnitsky contra Moraes trazem um cenário de insegurança jurídica para o Brasil, fazendo preço no índice hoje”, pontua Bento. “”A tensão diplomática crescente com os EUA também não ajuda. Muito menos um aumento da popularidade do presidente. Com isso, o mercado adota um tom mais cauteloso à espera de alguma notícia mais positiva para inverter o ânimo.”
O avanço tarifário de Trump ofuscou as notícias sobre a decisão de juros do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que manteve a taxa básica de juros Selic em 15% ao ano – mas com espaços para ajustes para cima, se necessário.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 0,37%, 0,74% e 0,03%, respectivamente. O dólar e o euro subiram 0,21% e 0,06% frente ao real na sessão, atingindo os R$ 5,60 e R$ 6,39, respectivamente.
Maiores altas do dia
As três ações que mais valorizaram no dia foram Usiminas (USIM5), Embraer (EMBR3) e Tim (TIMS3).
Usiminas (USIM5): 5,8%, R$ 4,38
As ações da Usiminas fecharam em alta de 5,8%, aos R$ 4,38, após a CSN reduzir participação na empresa por ordem do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A USIM5 está em alta de 6,31% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -17,67%.
Embraer (EMBR3): 5,78%, R$ 80,66
Os papéis da Embraer saltaram 5,78%, aos R$ 80,66, refletindo a notícia de que aeronaves escaparam à taxação imposta pelo presidente americano Donald Trump.
A EMBR3 está em alta de 4,74% no mês. No ano, acumula uma valorização de 43,7%.
Tim (TIMS3): 3,5%, R$ 20,71
As ações da Tim subiram 3,5% no pregão, para R$ 20,71, na esteira da boa recepção do mercado em relação aos resultados do 2º trimestre.
Publicidade
A TIMS3 está em baixa de -5,56% no mês. No ano, acumula uma valorização de 53,18%.
Maiores baixas do dia
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Ambev (ABEV3), BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3).
Ambev (ABEV3): -5,25%, R$ 12,46
A ABEV3 está em baixa de -6,46% no mês. No ano, acumula uma valorização de 8,07%.
BRF (BRFS3): -5,65%, R$ 20,05
Os papéis do frigorífico BRF cederam 5,65% no pregão, aos R$ 20,05, refletindo a manutenção das tarifas americanas sobre a carne bovina brasileira.
A BRFS3 está em baixa de -0,45% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -20,94%.
Marfrig (MRFG3): -10,2%, R$ 21,30
Assim como a BRF, os papéis da Marfrig sofreram com a imposição de tarifas sobre a carne bovina. A queda dos papéis foi de 10,2% no dia, para R$ 21,30.
A MRFG3 está em baixa de -6,99% no mês. No ano, acumula uma valorização de 25,07%.