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Bolsa em baixa, dólar em alta: por que o payroll acende alerta para os investidores

Dados mais fortes do que o esperado levam mercado a esperar por cortes de menor magnitude nos juros americanos

Bolsa em baixa, dólar em alta: por que o payroll acende alerta para os investidores
Veja o que esperar da decisão do Fed após dados do Payroll (Foto: Envato Elements)
  • O mercado de trabalho dos Estados Unidos segue bastante aquecido, apesar do ciclo de aperto monetário iniciado em 2022 que levou a taxa de juros americana ao maior patamar em décadas
  • O Payroll divulgado nesta sexta-feira (04) comprova isso: foram criados 254 mil empregos no país em setembro, bem acima das expectativas do mercado
  • Os dados não devem agradar ao mercado, pois indicam maior cautela no ciclo de corte de juros iniciado pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, no mês passado

O mercado de trabalho dos Estados Unidos segue bastante aquecido, apesar do ciclo de aperto monetário iniciado em 2022 que levou a taxa de juros americana ao maior patamar em décadas. O Payroll divulgado nesta sexta-feira (04) comprova isso: foram criados 254 mil empregos no país em setembro, bem acima das expectativas do mercado, que esperava por uma adição de 150 mil vagas.

A taxa de desemprego nos EUA caiu a 4,1%, abaixo da estimativa de 4,2%, enquanto o salário médio avançou 0,4%, também acima dos 0,3% previstos.

Os dados não devem agradar ao mercado, pois indicam maior cautela no ciclo de corte de juros iniciado pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, no mês passado.

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“Os números divulgados hoje mostram um quadro bem diferente do registrado nos três meses imediatamente anteriores, que apontavam uma perda de fôlego do mercado de trabalho. A rigor, mostram um cenário de aquecimento, com forte criação de emprego, redução da taxa de desemprego e crescimento mais forte dos salários”, avalia Gino Olivares, economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management.

O cenário dos últimos meses foi a base da decisão para o corte de 50 pontos-base que a instituição monetária sacramentou em setembro, reduzindo os juros americanos para o intervalo entre 4,75% e 5,0% ao ano. Agora, a dúvida é se esse ritmo de ajuste mais agressivo vai continuar.

“Até a próxima reunião do FOMC teremos a divulgação do payroll referente a outubro, que, dado o resultado de hoje, será fundamental para definir o próximo passo da política monetária. No momento, o corte de 25 bps passa a ganhar força”, diz André Valério, economista sênior do Inter.

A surpresa com os números está pressionando a Bolsa e o câmbio, enquanto investidores precificam a possibilidade de cortes de menor magnitude nos juros americanos. Às 10h, logo após a divulgação do payroll, o dólar renovou as máximas na sessão, com alta de 0,69% a R$ 5,5202. O Ibovespa, por sua vez, tinha queda de 0,20% às 10h23, aos 131.404,40 pontos.

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