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Investimentos em logística impulsionam ações de varejistas na Bolsa

Investidor também precisa analisar outros aspectos antes de apostar nas empresas do segmento

Investimentos em logística impulsionam ações de varejistas na Bolsa
Caminhão de entrega da Amazon chega para ser reabastecido no centro de logística da empresa nos Estados Unidos (Foto: Pascal Rossignol/Reuters)
  • O e-commerce aumenta durante o período da pandemia e empresas de varejo investem cada vez mais em logística para garantir a entrega dos produtos.
  • Os investimentos permitem que as empresas entreguem os produtos no mesmo dia da compra ao consumidor.
  • Ao investir nessas empresas, o investidor precisa analisar outras variáveis que interferem no retorno final dessas ações.

(Daniel Rocha/especial para o E-Investidor) – Para atender o aumento da demanda no e-commerce durante o período de pandemia, o setor de varejo investe em logística para garantir uma entrega mais rápida ao cliente.

Na avaliação de especialistas, essas mudanças podem aumentar o valor de mercado dessas empresas na bolsa, o que sinaliza ao investidor uma ótima oportunidade de investimento. Mas antes de apostar nessas empresas, é preciso analisar outros aspectos fundamentais que influenciam no retorno dessas ações.

No mês de junho, o Mercado Livre iniciou o serviço de entrega de encomendas no mesmo dia para a região da Grande São Paulo e para as regiões metropolitanas de Florianópolis (SC) e Salvador (BA). Americanas e a Amazon também fizeram investimentos na logística para reduzir o tempo de entrega dos produtos nos últimos meses. De acordo com Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, essas mudanças são positivas para melhorar a qualidade do serviço dessas empresas, pois o comércio on-line ganhou um “boom” com a pandemia.

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“Com as vendas físicas voltando, pode ser que o ritmo das vendas on-line possa diminuir, mas isso não significa que não vá continuar em plena expansão, porque vai”, afirma. No entanto, Henrique acrescenta que o investimento em logística não pode ser o único motivo para a decisão de investir nas empresas de varejo. É preciso analisar outras variáveis essenciais que contribuem para um bom resultado. “É preciso olhar os últimos resultados, quanto tem crescido, se tem obtido lucro, gerado caixa. Tudo isso é muito importante”, destaca.

Thomaz Bianchi, sócio da M7 Investimentos, também traz a mesma orientação. O investidor precisa prestar atenção na qualidade do produto e serviço que a empresa oferece. “É necessário ter um aplicativo intuitivo e de fácil navegação. Não adianta nada ter uma logística fantástica, se o consumidor não tiver uma experiência positiva!”, ressalta. Sem o equilíbrio de toda cadeia produtiva até a entrega do produto final, o resultado da empresa pode ficar prejudicado, impactando no valor da cotação na bolsa. “Valorização na bolsa é uma consequência do que a empresa entrega em relação a expectativa do consumidor”, afirma.

Influência na cotação

Quando as empresas anunciam mudanças na logística para melhorar o serviço, o preço dos papéis na bolsa de valores tende a crescer. No dia 14 de junho, quando o Mercado Livre (MELI34) iniciou o serviço de entregas de encomendas no mesmo dia em três cidades, a cotação do papel da empresa fechou em alta de 2,15%, custando R$ 60,70.

O mesmo efeito aconteceu com a Amazon (AMZO34). No dia 1º de abril, quando a empresa anunciou a entrega de produtos no mesmo dia, os papéis da empresa fecharam em alta de 3,14%, chegando a R$ 115.

De acordo com André Zonaro, analista da Nord Research, esse efeito é um indício que o investimento em logística reflete de forma positiva para o mercado financeiro. Mas ele acrescenta que o sustento desse preço na bolsa a médio e a longo prazo depende da entrega do resultado. “No curto prazo, a tendência é que a notícia afete positivamente. Mas o que mantém a ação naquele patamar é de fato a entrega do resultado”, esclarece.

Já na visão de André Pimentel, sócio da Performa Partners, esses anúncios de investimentos de logística sinalizam o aumento da competitividade das empresas no mercado. “As empresas que fizeram investimentos em logísticas e distribuição estão sendo mais valorizadas, de um modo geral, do que companhias que não estão preocupadas com isso”, analisa.

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