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- Até terça-feira (7), interessados em participar do IPO podem fazer reserva de ações diretamente da NYSE ou de BDRs pela B3
- Segundo relatório do BTG Pactual após encontro com executivos do Nubank, o banco “pretende ser a melhor fintech do mundo”, o que pode significar que tem aspirações além da América Latina
- Mesmo com análise positiva da empresa, alguns especialistas não recomendam a entrada na oferta pública
A concretização de uma das maiores expectativas do mercado financeiro no ano está programada para esta semana: o IPO do Nubank (NYSE: NUBR, B3: NUBR33), que ocorre na quinta-feira (9). Aguardado por investidores e pelos próprios clientes, o banco digital passa a ser listado da principal Bolsa de Valores do Mundo, a New York Stock Exchange (NYSE).
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Na última semana, o prospecto do IPO foi atualizado com um recuo de 20% no valor. Inicialmente, as ações estavam previstas para chegar ao custo no intervalo entre US$ 10 e US$ 11, o que resultaria em um valor total de US$ 10 bilhões a mais que o atual.
Na nova configuração, o valuation (valor da empresa) fica na faixa de US$ 41 bilhões e o preço por ação entre US$ 8 e US$ 9.
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A explicação para a redução, segundo analistas do mercado, é resultado de uma temporada em que as fintechs brasileiras ficaram no vermelho, assim como o mercado acionário do País. Mesmo que a listagem do banco digital seja no exterior, o cenário no qual a maior parte dos clientes está localizada impacta os resultados.
Até esta terça-feira (7), os interessados em participar do IPO podem fazer reserva de ações diretamente na Bolsa de Nova York ou de Brazilian Depositary Receipts (BDR) pela B3. No início de novembro, o banco lançou a campanha “NuSócios”, na qual os clientes poderiam ganhar um BDR gratuitamente.
Um dos objetivos da instituição, segundo nota, é democratizar o acesso a investimentos. Enquanto a B3 possui cerca de 4 milhões de cadastrados, o Nubank detém cerca de 50 milhões de contas, o que deve resultar em um fluxo ainda de novos investidores.
Análises
Segundo relatório do BTG Pactual feito após encontro com executivos do Nubank, o banco “pretende ser a melhor fintech do mundo”, o que pode significar que tem aspirações além da América Latina. Mesmo que 98% da receita venha do mercado brasileiro, a moeda funcional é o dólar, o que pode indicar a intenção de abrangência da instituição de acordo com o BTG.
Para a Suno Research, se o Nubank for comparado com bancos tradicionais brasileiros, ele está estratosfericamente caro. “Em relação aos bancos digitais brasileiros, parece um tanto caro. Mas, se o compararmos com outros bancos digitais ao redor do mundo, o preço está bastante em linha”, diz a casa de análise em relatório.
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João Daronco, analista da Suno, aponta que apesar da empresa ter o foco em tecnologia, o Nubank está mais próximo de bancos do que empresas tech. “O Nubank inovou, não no método, mas no custo e qualidade. Ele apresenta um modelo de negócio bem semelhante a outros bancos, oferece crédito, seguros, empréstimos pessoais, entre outros serviços”, explica.
A analista Danielle Lopes, da Nord Research, aponta que não é vantajoso entrar no IPO. Ela aponta que BTG (BPAC11) e XP (NASDAQ: XP; B3: XPBR31) são mais atrativos por terem crescimento de fintech e Retorno Sobre Patrimônio Líquido (ROE) de grandes bancos. “Seus preços são baixos e crescimento alto, com capacidade de execução já comprovada. Não é o que vemos no Nubank (ainda). Por isso, o meu veredito é de não participar da oferta do Nubank”, afirma Lopes.
“Se o investidor quer entrar no IPO, nossa recomendação é que não”, aponta Mateus Messias, analista CNPI da Inside Research. Para o analista, a empresa tem que continuar crescendo e mostrar para o mercado que vai conseguir oferecer soluções para alcançar receita.
Ele ressalta a que os investidores podem ter boas chances caso Nubank ultrapasse o desafio de seguir em crescimento, mas que isso é provável por mostrar uma cultura interna interessante, diferentes áreas de atuação e diferenciais competitivos.
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Embora as expectativas fossem de listagem na Nasdaq, Bolsa de tecnologia, Messias afirma que não deve haver muita diferença. “Pode ficar um pouco mais difícil de fazer comparação entre os pares, mas na prática não deve mudar”, aponta.