- A marca alemã de carros esportivos foi fundada por Ferdinand Porsche
- A Porsche cravou a maior estreia de abertura de capital do ano na Europa
- A montadora dos lendários 911 e Carrera GT e Volkswagen têm objetivos ousados para mercado de automóveis elétricos
Em meio a temores de recessão, queda dos preços das ações e mau humor no mercado, a maior estreia de abertura de capital do ano é de uma montadora cujo valor dos veículos pode chegar aos seis dígitos.
A Porsche, empresa alemã de 91 anos por trás de modelos de carros icônicos como o 911, tornou-se o grande destaque do mercado ao iniciar as negociações nesta quinta-feira (29) – o maior IPO desde 2011 na Europa e uma das maiores do mundo neste ano.
As ações da Porsche subiram 2% na estreia da Bolsa de Frankfurt, cotadas a 84 euros. Com a captação de 9,4 bilhões de euros, a empresa foi avaliada em 77 bilhões de euros – ou 75 bilhões de dólares. A estreia acabou desafiando a queda acentuada dos índices europeus nesta quinta (29), incluindo a da bolsa alemã DAX. Os subscritores do acordo haviam precificado a oferta em no máximo 82,50 euros.
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O movimento de alta (mais de 3% ao longo do dia), inverteu de sinal. Ao fim do pregão, os papéis registravam queda de 10,9%, cotados a 60,48 euros.
A oferta de ações representa o retorno da Porsche ao mercado público pela primeira vez em uma década. A empresa foi adquirida pelo grupo Volkswagen após uma tentativa fracassada da Porsche em 2008 de comprar a montadora alemã e, desde então, a companhia se tornou um destaque dentre as o conjunto de marcas pertencentes à Volkswagen.
A listagem da Porsche também se tornou um raro ponto positivo para o que outrora foi o crescente negócio de abertura de capital das empresas, que sofreu com a volatilidade descontrolada do mercado à medida que os investidores buscavam ativos seguros, como o dólar norte-americano. De acordo com a Refinitiv, o número de ofertas iniciais (IPOs) caiu 40% no mundo inteiro no ano de 2021.
A venda pública de ações da Porsche arrecadou 9,4 bilhões de euros para a Volkswagen, o que foi o dobro do total arrecadado até o momento pelas ofertas iniciais na Europa deste ano. A oferta incluiu várias referências ao modelo mais famoso da Porsche, o 911: são 911 milhões no total e o símbolo do seu ticker é P911.
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Executivos da Volkswagen e seus banqueiros insistiram que a abertura da Porsche poderia interromper um ciclo sombrio de IPOs.
Nas últimas semanas, eles tentaram convencer possíveis investidores de que a fabricante de carros tinha perspectivas saudáveis nos negócios, como tendo um margem operacional de quase 20%, sendo uma marca reconhecida, com clientes abastados e dispostos a gastar em carros caros, independentemente das condições econômicas e uma estratégia de mudança para veículos movidos a bateria, encabeçada pelo sedã Taycan.
Havia muito em jogo na oferta inicial. A Volkswagen planeja utilizar cerca de metade dos recursos da IPO – que arrecadou no total cerca de 20 bilhões de euros – para financiar sua mudança para os veículos elétricos, e o restante será pago aos acionistas da Volkswagen.
De acordo com os termos da oferta inicial, a Volkswagen vendeu 12,5% dos ativos da Porsche ao público como ações sem direito a voto.
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Tradução de Maria Clara Matos; com Estadão Conteúdo